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11 abr 2004 - 10h40

Infiltrado

A semana começou em indefinição para mim: será que vai dar para ir no jogo? Feriado de páscoa acaba por trazer alguns compromissos familiares que devem ter preferência, mas pensei em dedicar o fim de semana para o Furacão. Sondando os parceiros de jogos, vi que todos já tinham compromisso para o fim de semana e não teriam condições de ir ao jogo. Acabei desistindo, ainda mais quando vi que a carga de ingressos para o Atlético seria somente de 3.700 (isso contando as meias-entradas e os ingressos para idosos). Durante a semana, as notícias informavam que os ingressos estavam esgotando rapidamente. Na sexta-feira, li no jornal que só restavam 140 entradas inteiras e outras tantas meia-entrada. Cheguei a conclusão que não daria mesmo. Desisti de assistir o jogo no campo. Assistiria o jogo na TV educativa e ponto final.

A manhã de sábado iniciou com uma chuva fina, uma compensação para quem não encontrou ingresso, já que assistir jogo com chuva no chiqueirão não é uma boa idéia. Porém, conforme a manhã passava, uma idéia radical passava pela minha cabeça: e se eu comprasse ingresso na torcida dos porquinhos? Todos com quem comentei minha idéia me chamaram de louco. “Onde já se viu uma coisa dessas?”

Mas fiquei matutando: já que eles impedem que uma maior quantidade de rubro-negros compareçam ao jogo, por que não posso agir como infiltrado? Quem sabe ainda posso desestabilizar a torcida deles?

A verdade era que eu queria ir ao jogo de qualquer jeito. Tinha certeza que seria uma apresentação memorável do Furacão. Tentei comprar ingressos na Baixada, ainda no sábado pela manhã. Fila e, para minha tristeza, lotação esgotada. Veio alguém com a idéia de comprar duas meias-entradas, mas resolvi não arriscar. Desisti do jogo.

Após o almoço, minha sogra perguntou sobre o jogo. Disse que não iria porque não tinha encontrado entrada. Ela falou: “por que você não compra entrada do lado deles?” Era demais para mim! Até minha sogra achava minha idéia válida! Sai de casa a toda e acabei comprando o ingresso no lado dos porcos mesmo…logo depois falei, pelo telefone, com meu irmão: “você vai mesmo?” – disse ele. Respondi: “não só vou como já comprei o ingresso”. Ele disse: “então eu também vou!”

Pensei: pelo menos não vou apanhar sozinho…

E lá fomos nós dois, em pleno chiqueirão, do lado da torcida do inimigo, completamente rodeado por inimigos…O que mais doía era ver a torcida rubro-negra do outro lado do estádio e você sem poder cantar uma musiquinha, além de ter que agüentar as musiquinhas dos porcos.

Esse momento insólito me mostrou algumas coisas interessantes:

1 – A moral que eles dão para a torcida organizada é algo que não vemos na Baixada, infelizmente. A bateria da torcidinha deles teve um grande destaque antes do início do jogo, inclusive indo até o meio de campo para agitar a torcida. Por que não temos isso? (agora com o ingresso “abaixado” de R$50,00 para R$30,00 é que não devemos ver isso mesmo…);

2 – devia haver 30.000 pessoas no campo. Então eram aproximadamente 3.500 atleticanos. A festa que a nossa torcida fez era ouvida acima do barulho da torcida deles! Muito mais alto e muito mais vibrante! Desprezar uma força dessas, somente quem não tem o mínimo de bom senso;

3 – a torcida dos porquinhos não tem a menor vibração. Mesmo quando o time deles estava ganhando e dominando o jogo, no primeiro tempo, o que se ouvia eram os gritos da Fanáticos. Visto de longe, era uma festa linda e dava vontade de sair cantando junto (fato somente impedido pelo bom senso, já que todos em minha volta usavam camisa verde e branca);

Com relação ao jogo, deixamos de ser campeões, por antecipação, hoje. O time entrou nervoso e com medo. Esperava os porquinhos no campo de defesa, mas não saia no contra ataque. A expulsão do Vanderson e a retirada do Jádson desmontou o time e não perdemos por mais gols naquele primeiro tempo devido à incompetência do time deles. Essa mesma incompetência que nosso time não soube aproveitar, cedendo a vitória para eles no final.

Precisa ver o desespero da torcida deles quando empatamos. E eu, na hora do gol de empate, pulei de alegria e só depois me toquei que estava no meio da torcida deles. Só deu para falar: “foi mal, hein?”…

Revertemos o resultado na volta, lá na Baixada? É possível, desde que seu Mário Sérgio não tire o Jádson, como fez hoje, e deixe o Washington jogar, como não fez hoje.

Aproveito e pergunto, será que a diretoria vai fazer a imbecilidade de cobrar o ingresso na final por R$ 30,00? Agora que precisarão da torcida, será que terão coragem?

Agora, jogadores, é momento de mostrar que a camisa rubro-negra só se veste por amor. Vençam esse campeonato para nós, torcedores rubro-negros. Façam valer os meus momentos de terror no meio dos porquinhos.



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