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18 abr 2004 - 19h34

Em futebol é preciso ousar

(Ou um Tratado de Como Mário Sérgio é retranqueiro, covarde, derrotado e mal-criado)

Pois é, amigos rubro-negros. Em futebol é necessário ousar para colher resultados. Conheço, por exemplo, um time que deve muito, que está com as contas no vermelho há muitos anos, mas que contratou Aristizabal, Luis Mário e Tuta…Esse time, para o nosso infortúnio, foi campeão em plena Baixada. Um pesadelo? Não, não é. É uma realidade que eu vinha prevendo a cada rodada, em face das constantes “inovações” e improvisações do técnico Mário Sérgio Pontes de Paiva…

As mesmas inovações que o levaram a ser banido do Corinthians, que o levaram a ser um derrotado no São Caetano e quiçá em outras agremiações por onde atuou. É, sem dúvida, um técnico que não gosta de jogar para a frente, que não gosta de buscar o ataque e a coroação maior do futebol, que é o gol. Enfim, é um elemento que apenas sabe responder mal a qualquer pergunta que lhe fazem, com a agressividade à flor da pele, e que não sabe o gosto da vitória. Apenas conheceu a glória como jogador, muito bom, que foi. E a ironia disso tudo é que era um belíssimo ponta-esquerda, que marcava muitos gols e que também sabia atuar pelo meio, na armação de jogadas. Com sua canhota precisa, colocava a bola onde queria. Como técnico, porém, é um retranqueiro, capaz de armar um time com cinco zagueiros e cinco cabeças-de-área.

Se Geninho fosse assim, não teríamos hoje aquela estrelinha dourada na camisa. Geninho ousava. Passava dos limites. Armava o time no ataque, para a frente, para a vitória, para o gol. Foi campeão brasileiro, e não atingiu esse ponto com o melhor time que o Atlético já teve. Mário Sérgio é muito diferente. No paranaense, passou invicto pelos times pequenos, os quais, com todo o respeito que merecem, até não deram muito trabalho ao rubro-negro. Até esse ponto, eu mesmo ou qualquer um de vocês, amigos atleticanos, poderia ser o treinador.

A coisa foi por água abaixo mesmo quando ele armou o time para a primeira partida contra o Coritiba. Ah! Aquilo foi de matar! O Atlético entrou retrancado, com três médios-volantes, como se fosse o União Ahu ou o Combate Barreirinha, sempre com todo o respeito que merecem as equipes que uso como exemplo. Entrou em campo como time pequeno. O Arranca Toco de Paraíso dos Anjos ou o Ribombo de Altar das Almas! Com isso, deixou de escalar o Washington, que vinha comendo a bola e marcando gols. Daí um dos volantes foi expulso e ele sacou o Jadson, simplesmente a melhor revelação do Atlético nos últimos tempos. Ele, que desequilibra, que pode decidir uma partida em uma jogada, para deixar o claudicante Dagoberto em campo. Aquele mesmo Dagoberto que amarelou junto com toda aquela vergonhosa seleção pré-olímpica, onde atuou ao lados dos pipoqueiros Diego e Robinho. E veio o castigo. Dagoberto quis cavar uma falta, armou o contra-ataque do Coritiba e tomamos o gol.

No segundo tempo, Mário Sérgio inovou outra vez. Tirou Alessandro Lopes, que é zagueiro-central mas estava jogando de ala (mais um dos delírios do senhor Mário Sérgio), para colocar Willian…o quê? Mas para que colocar um meia, se o meia que ele tinha em campo era o Jadson, já retirado no primeiro tempo para dar lugar a mais um volante? Para desarmar de vez a defesa? Parece lógico. Por onde, afinal, foi o segundo gol do Coritiba? Pela ponta-esquerda, onde deveria estar o nosso ala-direita, que era o Alessandro Lopes. Mas ele fora sacado para que entrasse um meia…Ora, meu amigo, se queria um meia armador, deixasse o Jadson em campo…e prosseguisse com o Alessandro, que é um jogador muito superior ao Willian. Em resumo, perdemos no Couto Pereira jogando com cara de Arranca Toco ou de Ribombo Esporte Clube, quando na verdade somos o Atlético Paranaense, aquele que era o Furacão e hoje não é nem brisa de praia. Perdemos de apenas dois a um graças a um moço chamado Diego, que eu muitas vezes critiquei aqui mesmo, neste espaço, mas com que agora me penitencio e me desculpo. Ali está um bom moço, um belo goleiro e um grande caráter.

Já o nosso técnico…já o nosso técnico é jogo duro. Retranqueiro, covarde, medroso, e que quer ser pragmático, como o Filipão nos bons tempos do Grêmio. A partida da Baixada estava três a dois para o Atlético, quando ele tira de campo…o Jadson! De novo??? Pois é! De novo. Em cinco minutos perdemos a força ofensiva e o Coritiba empatou com uma cabeçada de Tuta, em uma bola que veio de um escanteio. Falha da zaga? Sim, falha da zaga. De que adiantaram os volantes, os zagueiros, os carregadores de piano do Mário Sérgio? Ele não falou que Jadson e Adriano não sabem marcar? Gente eles não sabem mesmo. Mas gols, isso eles sabem, e muito bem. O pragmatismo do Filipão era outro. Marcava muito, sim, mas jamais abandonava as opções de ataque. Jamais deixava de fora os atletas que sabiam criar e meter a bola para dentro.

É muito salutar que o senhor Fleury e o senhor Petráglia, os todo-poderosos dos ingressos a R$ 30,00, enxerguem que a grande bronca da torcida não é o custo das bilheterias, e sim a relação entre o dinheiro ali depositado e a qualidade do atual comando técnico. Desculpem-me, mas Atlético com cara de Santa Felicidade ou de Associação Atlética Montana não vale nem cinco reais. Primeiro deixem o Atlético com cara de Atlético, de time de raça, de time aguerrido, de time que não teme a própria morte, quanto mais um Coritiba de questionável qualidade técnica. A cara de um time que já ganhou Atle-Tiba jogando com gripe. A cara de um time que, muitas vezes, transformou o Couto Pereira em nosso salão de festas.

Querem recuperar o status de Furacão? DEMITAM esse técnico imediatamente. Tragam um treinador de verdade. Ao longo da semana, chegaram a falar em Luxemburgo. E por que não? Com ingressos a R$ 30,00 dá para trazer até o Aimé Jacqués ou o Linus Michel. Tragam de volta o preparador físico do Brasileiro de 2001. Digam aos jogadores que eles têm de ter raça, espírito de atleticano, porque todo atleticano deve ser um guerreiro, e não um covarde pusilânime. Esse time já teve Geraldino, já teve Nelsinho Batista, já teve Leão, já teve Jair Pereira, já teve Pepe, já teve Geninho…e a diretoria se contenta com as construções defensivas e anti-futebolísticas do Mário Sérgio? Isso é um absurdo. Por isso perdemos o título do Paranaense. E se esse homem prosseguir no comando técnico do rubro-negro durante o Brasileiro, coloquem o preço do ingresso a R$ 5,00, que ainda assim estará muito caro e a torcida certamente não irá, pois nenhum atleticano que se preza quer ver o time jogando para trás, com medo do adversário. Onde é que já se viu o Atlético entrar em campo com três volantes para conseguir o empate com o Coritiba, cuja campanha pífia o retirou da Libertadores da América de uma forma até risível? Era medo disso que o Mário Sérgio tinha? E esse foi o presente pelos oitenta anos de fundação do Atlético? A derrota da covardia, em vez da vitória da ousadia? A Baixada foi construída para servir de palco a conquistas do nosso rival? Então nem a terminem. Deixem assim como está, porque um time pela metade, mal treinado, mal conduzido e induzido a ter medo, merece apenas a metade de um estádio.

Por fim, termino dizendo que devemos reconhecer os méritos do Coritiba, time que, no primeiro jogo, entrou para jogar bola diante de um Atlético encolhido como um timinho de várzea, enquanto que no segundo, já com a vantagem, não optou pela retranca nem mesmo quando podia, pois se não tomasse gols já seria campeão. Essa é a diferença entre o Antonio Lopes e o Mário Sérgio: ele ousa, ele ataca, ele deseja o gol, a vitória, o triunfo. E esse é o grande arcano do futebol: ousar, pois eu, sinceramente, nunca vi retranca ganhar jogo.

E mais ainda: contratem jogadores e façam um trabalho sério para recuperar o brilhante futebol que caracterizou o Adriano, pois volantes – e técnicos que apenas dão repostas mal-criadas – já estão fora de moda há muito tempo. O elenco do Atlético não é ruim e até poderia ter ganho o título, não fossem as inúmeras falhas de um treinador que é um eterno vice-campeão. O Atlético é um time vencedor. Mário Sérgio é que nunca ganhou nada.



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