18 jul 2004 - 17h19

Análise do jogo Internacional 6 x 0 Atlético

O colunista Erick Raifur analisa a desastrosa derrota do Atlético para o Internacional na tarde de sábado. Com a goleada, o Rubro-negro caiu para a oitava colocação do Brasileirão. Confira o texto de Erick:

Camisa azarada, tática furada!
por Erick Raifur

Pela escala de colunistas, coube a mim analisar o jogo e os jogadores atleticanos deste jogo contra o Inter. Que jogo, cara-pálida? Quando dei por mim, já estava 4 x 0 para o Colorado Gaúcho, e a vaca devidamente atolada em seu devido brejo.

Ainda assim, acreditava ser possível o espírito do Ziquita assumir o corpo do Washington, e o mesmo fazer 4 gols. Em 2001, empatamos em 4 x 4 com o Inter…

Sabe, né? Atleticano acredita até o fim.

O Atlético entrou com uma proposta de jogo de jogo diferente: um atípico 3-4-3. Esquema tático interessante, desde que se tenham jogadores para tanto. Um suicídio quando se tem um Igor na zaga, por exemplo.

Com apenas 1 minuto de jogo deu pra perceber que a proteção da zaga no meio-campo inexistia. Dominando rapidamente o meio-campo, o Inter foi empilhando gols em uma tarde inspirada do contestado jogador Danilo, até então vaiado tanto pela torcida do Bahia, como do Inter.

O único jogador que protegia a zaga era Alan Bahia, que pouco produziu, apesar do esforço. Tabelas em velocidade eram feitas nas costas dos laterais atleticanos, contando com a passividade da zaga, que apenas assistia as jogadas.

Quando Levir tentou mudar, a casa já tinha caído, e a tentativa era apenas de evitar uma catástrofe ainda maior. Acreditem, o Inter poderia ter feito mais 2 ou 3 gols.

É bom que se ressalte que o goleiro Clêmer também fez uma apresentação excelente, ofuscada apenas pelo próprio Danilo, que fez 4 gols. Clemer evitou pelo menos 3 gols do Atlético, fora o pênalti batido por Washington. Ou seja, além do esquema tático totalmente furado. Faltou sorte, também.

Por falar em sorte, escrevi uma coluna, na quinta-feira, sobre esta camisa amarela azarada (que de dourado não tem nada). Aposentem-na, por favor.

Notas:

Diego: Não teve culpa nos gols. Ano passado salvou o Atlético de uma goleada no Beira-Rio. Este ano, não teve como. Mesmo assim, salvou pelo menos duas bolas. Nota: 6.

Pingo: Não repetiu as boas atuações. Não apoiou. Não marcou. Perdido em campo. Nota: 4.

Alessandro Lopes: Jogou parte do primeiro tempo, não se localizou em campo. Nota: 4.

William: Substituiu Alessandro. Melhorou um pouco o meio-campo. Entrou para corrigir os buracos na proteção da zaga e também para melhorar o passe do time. Atuação discreta: Nota: 5.

Marinho: Se destacou em um dia triste na história do Atlético. Desarmou com a categoria de sempre. Uma ilha de tranqüilidade no momento em que o time parecia ter desfalecido moralmente. Nota: 7,5.

Igor: O pior em campo. Dos 6 gols, falhou em 4. É um zagueiro limitado, mas desta vez se superou. Se tivéssemos Fabiano e/ou Rogério Corrêa em campo, o jogo seria outro. Nota: 3.

Ivan: Fraco na marcação, fraco no apoio. Ainda precisa melhorar muito pra tomar o lugar do Marcão no time. Por mais que este esteja em má fase. Nota:4

Alan Bahia: Voltou ao time, mas não conseguiu fazer o que dele se esperava. Ou seja, impedir que os armadores colorados chegassem com a bola limpa na nossa intermediária. Mas sozinho, contra dois ou três adversários, fica difícil mesmo. Nota: 5.

Fernandinho: Apagado, já que não criava nada e o time estava com 3 atacantes, tinha a obrigação de ajudar na marcação. Mas se escondeu do jogo em todos os sentidos. Nota: 4,5.

Ilan: Teve uma recaída de individualismo em alguns lances, mas tentou armar algumas jogadas. Não foi bem. Nota: 5.

Marcão: Curtiu uma de zagueiro-volante no segundo tempo. Não é a sua, embora a raça de sempre, ajude. Nota: 5.

Dagoberto: Outro que não esteve bem. Deveria ter recuado mais vezes para ajudar o perdido meio campo, que estava à mercê dos gaúchos. Nota 5.

Washington: Correu, lutou, não se conformou em momento nenhum. Vendo que a bola não vinha, foi buscar jogo até na intermediária do Atlético. Nota: 7.

Levir Culpi: Totalmente equivocado na armação do time: Foi contaminado pela euforia de se jogar com 03 atacantes. E esta tática até pode ser usada. Mas desde que com 3 bons zagueiros. Qualquer coisa diferente de Marinho, Fabiano e Rogério Corrêa num esquema desses, é grande a chance de acontecer uma catástrofe. Nota: 4.

Erick Raifur é colunista da Furacao.com. Clique aqui para ler outros textos de sua autoria.

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