1 ago 2004 - 1h06

Análise do jogo Atlético 0 x 0 Grêmio

O colunista Juliano Ribas analisa o empate entre Atlético e Grêmio por 0 a 0 na tarde deste sábado. Com o resultado, o Rubro-negro subiu provisoriamente para a quinta colocação do Brasileirão. Confira o texto de Juliano:

Todos esperávamos mais
por Juliano Ribas

O Atlético jogou enfraquecido pelas ausências de Dagoberto, Fabiano e Jadson. Mas acredito que todo atleticano esperava mais do time que empatou em zero com o Grêmio. Esperava que o time desse conta do recado. Afinal, tinha Fernandinho, Ilan e Washington em campo e ainda acontecia a estréia do jogador Morais como titular da equipe. E o time de Porto Alegre, ainda por cima não é lá nenhuma Brastemp. Justifica a posição que ocupa na tabela.

O Atlético de hoje foi metade daquele que a gente conhece. Foi 50%. Meia-boca. Teve muitos altos e baixos. Errou muitos passes. O meio de campo não encontrou os atacantes, fazendo Ilan voltar demais para armar algum lance. Aliás, Ilan, foi um dos jogadores que tiveram uma apresentação um pouco acima da média, juntamente com Marcão e Diego. A atuação de Morais não foi abaixo da crítica, mas foi abaixo da expectativa. Eu esperava um Morais mais ousado e criativo, já que vestia a jaqueta de titular. Morais não foi lá essas coisas. Tem boa técnica, irá melhorar, mas hesitou demais, girou demais, produziu pouco e saiu antes do jogo acabar. Para dar lugar a William, que não foi bem.

Diego não foi espetacular, mas teve boa presença em dois lances, de certa forma, agudos: uma bola na pequena àrea que ele espalmou e na volta pegou na cabeça de Marinho e saiu. E na parte final da partida, espalmou perigosa bola que tinha o barbante como endereço. Não mais. O Grêmio não ofereceu muito perigo, tendo em vista que seus atacantes eram muito ruins. O perigoso Christian, expulso na última rodada, não jogou. A dupla Guto e Rico foi uma lástima. O goleiro deles foi bem.

Ilan procurou o jogo. Mas se afastou demais da grande área e isolou Washington. Ilan mostrou que está mais solidário também, como numa bola em que ele podia partir para dentro da área driblando o marcador, mas preferiu tocar para Ivan, que acertou o travessão dos gaúchos. Já o Coração Valente, não tinha marcadores, tinha carrapatos grudados nele. Tentou buscar o gol com sua vontade, mas fez pouquíssimo. Ele é muito mais perigoso do que foi e a forte marcação não pode servir como justificativa, já que um atacante como ele sempre é bem marcado. Mas a bola não chegou.

Um destaque positivo foi Marcão, na minha opinião. Correu, passou, roubou bolas e teve muita disposição. Está indo bem como zagueiro. Mas fez uma lambança que poderia ter resultado em gol gremista. Com Marcão na quarta-zaga, Ivan jogou seu futebol mediano de sempre na lateral-esquerda. Mas teve momentos, como no bom chute que estourou no travessão. Fazendo um adendo, muitos de nós esperávamos que o Ivan fosse o substituto do lateral-esquerdo Fabiano, que deixou o CAP. Não o é, infelizmente. E o Jean, está lá no Feynoord. O Pingo, na direita, também não foi nada de mais, visto que o Atlético jogou pouco por lá; Alan Bahia, Rogério e Marinho apenas deram pro gasto.

Enfim, o Atlético foi médio. Não darei notas aos jogadores, pois todos terão a mesma. Nota 5. O Atlético jogou metade do que pode. Quando joga a outra metade, vence e bem. Dando espetáculo, fazendo muitos gols, como o Levir disse que gosta. Mas o Levir deveria tentar passar para os jogadores, que em certos jogos, o resultado conquistado sem brilho vale muito. Como nesta partida com o Grêmio, um time que veio para não perder, que levou para campo um ferrolho defensivo. Devemos ter estratégias para este tipo de jogo. Nunca é fácil a vida dos atacantes com Cocito e Claudiomiro em campo. Que o Levir, que faz um bom trabalho, saiba buscar o resultado em qualquer situação. Que não peça show a estes jogadores, mas que dêem sempre o máximo, o que não requer preciosismo. Hoje uma vitoriazinha magra e sofrida, com gol feio e tudo, valeria muito. Faria toda a torcida atleticana sair da Arena com um largo sorriso no rosto.

Juliano Ribas é colunista da Furacao.com. Clique aqui para ler outros textos de sua autoria.

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