4 abr 2005 - 21h45

Semeando craques

Conquistar mais torcedores no interior do Paraná e no restante do Brasil, aumentar o consumo de produtos ligados ao Atlético e, eventualmente, formar craques. Foi com esses objetivos que surgiu o projeto das escolinhas do Atlético, lançado em 2001 com a campanha Clube Atlético dos Paranaenses. Hoje, quatro anos depois, o Furacão conta com 26 escolas espalhadas pelo Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e até na China. Além de aumentar o número de torcedores (inicialmente, com os familiares dos alunos), o projeto começa a render frutos diretamente para o futebol. Trata-se de benefícios dos quais poucos times do futebol brasileiro desfrutam.

Diferente de outras escolinhas que trazem nomes de grandes clubes, as escolas implantadas pelo Atlético não surgem a partir de franquia ou de mera cessão do direito de uso do nome. O clube acerta parcerias com instituições interessadas em implementar uma escola com a marca do Atlético. Para isso, o parceiro precisa dispor de uma estrutura física, como um campo de futebol e uma secretaria para atender aos pais e realizar as matrículas de novos alunos. Antes do acerto final, uma comissão do clube faz uma visita técnica ao local para ver o potencial da cidade e definir se a parceria é viável ou não.

Metodologia de ensino

Um dos responsáveis pelo projeto é o coordenador de marketing Eduardo Requião, que contou à Furacao.com que o clube não visa a obter lucros com as escolinhas. "O Atlético dá todo o material de treinamento, que é fabricado pela Umbro, treina os professores e dá uma assessoria para não deixar o parceiro sozinho, além disso a receita fica com eles", observa ele.

Você deve estar se perguntando: então, qual é a vantagem do Atlético em acertar essas parcerias? É o próprio Requião quem explica: "A idéia é fazer com que essas crianças torçam para o Atlético e, conseqüentemente, comprem mais produtos. Quem sabe amanhã ou depois, na distribuição de renda da televisão, o Atlético tenha o dobro de torcida e entre em uma faixa de clubes em que vai ganhar mais dinheiro".

Para as aulas, existe um padrão na metodologia de ensino. Ou seja, a aula dada na escolinha de Guarapuava será exatamente igual à de Castro. O papel de supervisionar as escolas e acompanhar seu andamento é cumprido pelo coordenador-técnico André Leite. Junto com um grupo de supervisores, Leite visita as escolas mensalmente. Durante a visita, um profissional rubro-negro permanece na cidade durante dois dias para acompanhar as aulas que estão sendo ministradas.

Talentos

Porém, nem só de ampliação da marca vivem as escolinhas do Atlético. Com quatro anos de existência, já começa a dar os primeiros frutos para o interesse primordial do clube, o futebol. Das escolinhas rubro-negras já saíram onze atletas que hoje disputam campeonatos pelos times das categorias de base do Atlético. O goleiro do juvenil, João Carlos, é um deles. O jogador está treinando sob o comando de Marquinhos Benatto e já foi convocado para a Seleção Brasileira Sub-17 por duas vezes. É apontado como um dos grantes talentos formados nas fileiras atleticanas.

O projeto atleticano ganhou a confiança também dos atletas profissionais. O lateral-esquerda Marín já matriculou seus filhos em uma das escolinhas do Atlético. Percebendo a vontade dos filhos em seguirem a profissão do pai, ele considerou que não haveria caminho melhor do que confiar na capacidade atleticana.

Entrevista

Eduardo Requião já trabalhou no departamento de marketing do Atlético, mas atualmente dedica todo seu tempo na coordenação das escolinhas de futebol do clube. Afinal, são quase três dezenas de escolas espalhadas por todo o Brasil e até no exterior. Em entrevista exclusiva à Furacao.com, ele explica o funcionamento do projeto.

Como é feita a busca por novos parceiros?
Formatamos um projeto para apresentar e vender a idéia de uma forma comercial. Resolvemos profissionalizar isso e estamos enviando para diversos interessados. O Atlético busca parceiros que possam trabalhar com a sua marca e fazer esse trabalho que a gente tem feito. Nós fechamos 2004 com 3.200 alunos nas escolas de Curitiba e neste ano a previsão é de viabilizarmos 35 escolas. No final de 2006, pretendemos atingir a nossa meta, que é de 50 escolas, com 7 mil alunos matriculados.

Como funciona o projeto para escolas fora do país?
Nós já temos a escolinha da China e pretendemos expandir, mas existe um problema logístico. Na China, nós temos um parceiro que produz o material. A gente manda apenas o layout e lá eles têm a possibilidade de mandar fazer os produtos. Na América Latina, parceiros de países como Bolívia, Colômbia e Argentina já demonstraram interesse, mas o Atlético não tem como levar o material para lá. Por isso, estamos criando um projeto específico para o exterior. Nós precisamos formatar a metodologia logística que a gente vai trabalhar. Nesse momento, a gente está estudando como fazer. Mas é, sem dúvida, um projeto ousado e logo estaremos abrindo escolas nestes países porque a gente vai para onde existe procura. O projeto está deixando de ser "dos paranaenses" para ser do mundo inteiro. Recebemos um e-mail do Havaí. Eles querem montar uma escola do Atlético, porque somos o clube que mais cresce no Brasil. Temos procura também de Miami, San Francisco e Los Angeles, nos Estados Unidos. E o Atlético continua buscando parceiros.

Alunos das escolinhas: Furacão do futuro

A Kyocera, nova parceira do clube, poderá ajudar na expansão das escolas internacionais?
A escola é um produto do Atlético, cabe ao presidente e ao Mauro Holzmann definirem se podem estender à marca Kyocera, mas estamos procurando um grande patrocinador para o projeto. O projeto não visa ao lucro, tudo o que é arrecadado é gasto. Se tivermos um patrocinador, vamos conseguir recursos para fazer um trabalho melhor ainda.

O projeto das escolinhas é fundamentalmente para fortalecer a marca do clube. Mesmo assim, o Atlético pretende também revelar jogadores?
Sim, onze jogadores surgidos nas escolinhas já estão treinando no CT do Caju. Agora eles vão treinar em dois períodos, a alimentação é diferenciada e tem toda a estrutura médica. Inclusive um deles, o goleiro João Carlos, saiu de uma das escolinhas aqui de Curitiba e já tem duas convocações para a Seleção Brasileira Sub-17.

Outros profissionais das escolinhas também poderão ser aproveitados pelo clube para as categorias de base?
Sim. Quando surge uma vaga no Centro de Treinamentos, a preferência é por professores da escolas, porque eles já seguem uma metodologia padrão e vai ser mais fácil. O Marquinhos Santos, que hoje é técnico do time infantil, era da nossa escola de Campo Largo.

Veja a relação das 26 escolinhas do Atlético que estão em funcionamento:

CURITIBA

Cabral
UFPR (Agronomia) – Rua dos Funcionários, 1540; Telefone: 8827-2630
Obs: a escola que havia no Graciosa Country Club, somente para sócios, foi desativada. Os alunos estão convidados a fazerem suas matrículas na sede do Cabral.

Capão Raso
Top Sports – Rua Carolina Castelli, 1000; Telefone: 346-1117.

Rebouças
Bola de Meia – Rua João Negrão, 1624; Telefone: 3013-1924.
Obs: oferece também aulas para meninas

Santa Felicidade
Trieste – Rua Francisco Zardo, 37; Telefone: 3015-1924

Nova Orleans
Rua Afonso Lipinski, 6; Telefone: 2105-5607

PARANÁ

Antonina
Associação Atlética 29 de Maio (estádio Francisco Pinto); Telefone: (41) 432-1335.

Apucarana
Av. Irati – Complexo do Lagoão; Secretaria: Av. Curitiba, 1433, sala 214; Telefone: (43) 424-2055.

Campo Largo
RB Esportes – Rua Cyro Dornelles Marques, 153 (Rondinha); Telefone: (41) 393-1868; site: www.rbesportes.com.br.
Obs: oferece também aulas para meninas

Campo Largo
RB Esportes – Rua Oswaldo Cruz, 1636 (Centro); Telefones: (41) 8836-2806 e 393-1868.

Cascavel
Rua Carlos Cancelli, 900 (Cancelli); Telefone: (45) 225-0900.

Castro
Associação Atlética Caramuru – Estádio Municipal Lulo Nunes; Telefone: (42) 233-6815.

Colombo
Busato Esportes – Rodovia da Uva, 7517; Telefone: (41) 656-7405.

Guarapuava
Soccer Five – Rua Tiradentes, 235 (Santa Cruz) – Telefone: (42) 623-4750; site: www.soccerfive.com.br.

Jaguariaíva
Departamento de esportes e recreação; Telefones: (43) 535-1233 e 535-1824.

Mandirituba
Projeto social "Meninos de Quatro Pinheiros" – BR 116, Km 144; Telefone: (41) 633-1159.

Paranaguá
Golden Goal – Av. Coronel José Lobo, 880 (Costeira); Telefones: (41) 422-0654 e 425-3299.

Pinhais
ASSESA Sanepar – Rua Quênia, 363; Telefone: (41) 669-7262.

Pitanga
Departamento de esportes; Telefones: (42) 646-1122 e 646-4958.

São José dos Pinhais
Cometa – Rua Annelieze Gellert Krigsner, 3357; Telefone: (41) 398-7470.

São Mateus do Sul
Departamento de esportes; Telefone: (42) 532-6581.

Santo Antônio da Platina
UPE Clube de Campo; Telefone: (43) 534-1361; site: www.upeclube.com.br

Toledo
Yara Country Clube; Telefone: (45) 252-5050.

OUTROS ESTADOS

Belo Horizonte – Minas Gerais
E. C. Minas Gerais – Rua Sete de Setembro, 320 (Maracanã); Telefone: (31) 3639-9550.

Dourados – Mato Grosso do Sul
Telefone: (67) 421-0535.

Sorocaba – São Paulo
Telefones: (15) 3238-8390 e 3228-3659.

EXTERIOR

Qing Dao – China

Reportagem: Julia Abdul-Hak, do conteúdo da Furacao.com



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