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5 maio 2005 - 16h18

Times grandes

Estou escrevendo este texto em 05/05/05. Não assisti ao jogo de Caxias do Sul. E, por certo, não estou escrevendo sob a influência do resultado do jogo de Santos. Portanto, nenhuma opinião que aqui deixarei leva em consideração os resultados do Atlético no Campeonato Brasileiro de 2005.

Na verdade, dois jogos me influenciaram a escrever. Nenhum deles foi do Atlético. Ambos, entretanto, foram muitíssimo melhores que qualquer jogo que o Altético disputou ou disputará em 2005, independentemente do adversário.

Assisti aos jogos de Chelsea X Liverpool e PSV X Milan. Pouco importa o resultado dos jogos. O que interessa, para este texto, é a organização dos times e estádios. E o retrato desta organização no campo.

Os estádios dos grandes times europeus são muitíssimo mais modernos que qualquer estádio brasileiro – aí incluído o Joaquim Américo. Nenhuma crítica a nosso Estádio. Ao contrário, ele é fantástico. Mas não pode ser comparado aos grandes estádios da Europa.

A organização, dos times também vai muito além de qualquer coisa que exista no Brasil. Os times visitantes são bem tratados. As declarações dos dirigentes e técnicos não visam provocar ou inflamar a torcida (isto chama-se responsabilidade), e os torcedores baderneiros são forçados a assistir os jogos em casa, ou no departamento de polícia (isto chama-se responsabilização).

Este conforto e esta segurança aos torcedores reflete-se em campo. Jogadores calmos e concentrados na partida jogam futebol. Não estão lá para trocar agressões e ofensas.

Isto tudo para dizer o menos. Para apontar as mínimas diferenças que existem entre os grandes times da Europa, e os times brasileiros (nenhum, repito, nenhum pode ser considerado grande, se comparado a bons times da Europa).

E, apesar destas gritantes diferenças, facilmente perceptíveis pelas transmissões televisivas, leio, vejo e escuto pessoas afirmando que temos um estádio de primeiro mundo e que temos organização de primeiro mundo.

A quem tentam enganar? A organização do Atlético limita-se a ter um bom planejamento de base (tal qual São Paulo e Vitória, por exemplo), a ter excelentes locais de treinamento (tal qual Cruzeiro) e disputa de partidas (tal qual São Paulo) e a ter responsabilidade de não criar dívidas impagáveis (tal qual Flamengo – vá lá, um pouco de humor-irônico é bom…).

Por outro lado, ninguém fica sabendo do valor das compras e vendas de jogadores. Ninguém fica sabendo, em verdade, quem lucra com o comércio destes jogadores (até hoje não vejo o Joaquim Américo inteiro – tem um muro que não deixa). Ninguém preocupa-se em escolher um treinador capaz de realizar um trabalho sério e duradouro (quanto tempo dura um treinador em time Europeu? Alex F., do Manchester responde…) e uma comissão técnica (até hoje não entendo por que motivo preparador físico pertence ao técnico, e não ao Clube) que seja realmente comissão técnica, e não apenas um amontoado de pessoas que segue o técnico (cargo de treinador virou cabide de emprego).

Tudo isso reflete-se no futebol. Time medíocre. Aliás, times medíocres e Campeonato Brasileiro abaixo do nível crítico. Todos os jogadores com algum potencial e com idade não muito avançada tentam aparecer por um único motivo: querem jogar no exterior. E quem aparentemente possui potencial realmente é para lá levado. Os que confirmam seu potencial ficam. Os ruins retornam para mais uma temporada na escolinha de futebol da CBF (Campeonato Brasileiro). Se não for este o motivo, por favor, expliquem-me por que o Brasileirão é disputado exatamente na temporada de contratações da Europa?

Tenhamos os pés no chão e a cabeça na realidade. O Atlético serve a seus dirigentes e aos empresários de jogadores. Não à torcida. Só existem cadeiras em todo o Joaquim Américo por conta do estatuto do torcedor. Caso contrário, ainda estaríamos sentando no cimento. O alarde sobre o estádio serve como vitrine para vender jogadores, pois os mesmos não conseguem fazer auto-propaganda dentro de campo.

Qualquer jogador que se destaque será vendido para a Europa o mais cedo possível. Tenham certeza, a experiência com Kléberson foi traumática para dirigentes e empresários. Não irão repetir o erro. O Atlético tem, e continuará tendo um time ridículo. Capaz de ganhar o Campeonato? Talvez. Mas ainda assim ridículo. Fraquíssimo, tal qual todos os outros times do Brasil (aí incluído o time de Parque São Jorge, que conta com muitos milhões, algumas estrelas e um bom tanto de cabeças-de-bagre).

Somos um time de terceiro mundo. É preciso, portanto, parar de alardear que o Atlético é time de primeiro mundo e que o Atlético tem condições, e dever, de disputar títulos nacionais e internacionais. A única coisa que ganhamos em três anos foi um Campeonato Paranaense contra os ervilhas – nos pênaltis. Mas dos ervilhas, até o Treze da Paraíba ganha.

Amo meu Time. E sofro a cada safadeza da diretoria e a cada bom jogador vendido. Mas isso, não me turva a visão a ponto de afirmar que o Atlético é, ou pode ser, aquilo a que não chegará tão cedo (talvez nem tarde). Comparar-se a São Paulo, Santos, Corinthinas podemos. Mas daí a dizer time grande?!?



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