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13 maio 2005 - 10h35

Libertad! Libertad! Abre as asas sobre nós

E não me venham dizer que Deus não é brasileiro. E mais, que Ele não é atleticano.

Sim, porque levar de 4 x 0 do time do Independiente em seu próprio estádio, quando apenas um empate bastava para a sua classificação às oitavas de final da Copa Libertadores da América e ainda assim se classificar, você há de convir, não pode ser obra do acaso. Ainda mais se você considerar que o Libertad, último colocado neste grupo e já desclassificado, venceu por 1 x 0 o América, em pleno Pascual Guerrero, na cidade de Cali, classificando assim o Atlético.

Aliás, agora me surgiu uma dúvida, será que Ele não é paraguaio, que não criou o Libertad só para mostrar a nós, brasileiros em geral e atleticanos em particular, o valor de uma derrota? Pensando bem, essa não é uma hipótese tão absurda assim, já que, desde a derrota de Solano López – depois de um blefe com um par de setes – para a Tríplice Aliança, a liberdade no Paraguai vem tentando se mostrar plena e absoluta. É sabido que o sofrimento, de alguma forma, redime, não como expiação de culpa, mas como único recurso frente ao imponderável. Desse modo, imagino que o povo paraguaio tenha se fortalecido em espírito de luta, que não o de guerra, senão o de solidariedade. Assim, pela lógica, se Deus é Amor e amor pressupõe solidariedade, Ele, em nome da liberdade de um povo solidário, pode ter perfeitamente criado o time do Libertad numa alusão ao espírito desse povo.

Perceba que nessa linha de raciocínio, considerando que o Brasil foi o principal protagonista na Guerra do Paraguai e que o Atlético – um dos representantes brasileiros na Copa Libertadores da América – passa por um momento de instabilidade e que, por isso, levou os 4 x 0 do Independiente, a vitória do Libertad sobre o América de Cali pode ser considerada como um gesto de amor ao outrora algoz, Brasil; um gesto solidário, por meio do esporte que é a sua paixão e da torcida atleticana cujo caráter não tem jaça.

Isso quer dizer que Deus, como dito no início do texto, é verdadeiramente brasileiro e atleticano. Agora, que Ele vive no Paraguai, também parece ser uma verdade. De outro modo, é difícil acreditar que um povo severamente castigado pela insensatez de López ao invadir a Argentina e o Brasil, dando início à Guerra do Paraguai, tenha, de alguma forma, superado com altivez a humilhação sofrida, a ponto de proporcionar, a nós, atleticanos, a alegria de seguirmos em frente apesar de uma derrota tão marcante como foi essa de 4 x 0. Nesse sentido, é importante deixar claro que, ao se tratar de uma competição desportiva internacional, os times que a disputam representam os seus próprios países.

Daí esta leitura de uma derrota pelo viés da vitória que impôs o Libertad ao América – apesar de sua inapta posição classificatória –, representando com dignidade o seu país e propiciando à Nação Atleticana, a um só tempo, ainda que de forma contingente, a alegria pela classificação do Clube Atlético Paranaense às oitavas de final e a indignação pelo momento que atravessa o seu time.



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