24 jun 2005 - 11h06

Análise de Atlético 3 x 0 Chivas, por Ricardo Campelo

Análise de Atlético 3 x 0 Chivas Guadalajara
por Ricardo Campelo

Que grande jogo vimos ontem na Arena da Baixada. Enquanto alguns se apegam ao fato de que "poderia ter sido mais" (e, de fato, poderia), eu considero o resultado de 3 x 0 excepcional. Lopes acertou em não colocar o time desesperadamente para tentar fazer 4, ou 5, pois levar um gol seria um risco iminente e estragaria a vantagem. Com os 3 x 0, o Atlético complicou bastante a vida do Chivas. O time terá que partir para cima na partida de volta, mas sabendo que, se levar um gol, precisará fazer cinco.

Foi uma bela apresentação do Atlético, a começar pelo goleiro Diego (sem surpresas). Foram três defesas importantíssimas. Nas duas primeiras, ainda na etapa inicial, mostrou um ótimo posicionamento que, aliado à sua elasticidade, resultaram na defesa de dois chutes de longe que tinham endereço certo. No segundo tempo, outra boa defesa em uma cabeçada. Além de tudo, saiu muito bem nas bolas altas. Aliás, sabido que é que as principais forças do Chivas são os chutes de longe e as bolas alçadas na área, ter Diego nesta grande fase é importantíssimo.

Outra grande atuação, esta sim uma surpresa, foi a de Jancarlos. Com rapidez e toques certos, o lateral-direita lembrou os bons tempos de Alessandro. Do outro lado, Marcão também teve ótima atuação, sempre mostrando a raça e a liderança que contagiam o time. Durval e Danilo, ao contrário da partida contra o Flamengo, tiveram atuação segura e contribuíram para manter as redes atleticanas vazias.

Quem merece um capítulo à parte é Cocito. Cocito foi perfeito contra o Chivas. Desarmou, cobriu, tocou. Tudo com precisão. O grande vilão da mídia paulista se transformou no herói da torcida atleticana nesta Libertadores. Depois de começar o ano mal, perdido no esquema de Casemiro Mior, Cocito ganhou nova vida com Antonio Lopes, tornando-se o principal jogador da marcação atleticana. Ao seu lado, André Rocha também teve boa atuação, com boas chegadas ao ataque como no cruzamento para o primeiro gol, em inteligente jogada com Jancarlos – méritos, mais uma vez, para Lopes, que definitivamente mostrou estar acertando o time como nenhum outro treinador conseguiu em 2005.

Também surpreendeu muito a excelente atuação de Fabrício. Não só pelo gol maravilhoso, mas por jogar solto, com agilidade, e acertando passes para frente. Seu bom rendimento ontem comprovou o que sempre dissemos: Fabrício não pode ser o principal jogador do meio-campo, o "camisa 10". Quando assume toda a responsabilidade de armação, acaba se entregando à marcação e mostra um futebol lento e ineficaz. Ontem, Fernandinho atraiu parte das atenções defensivas do adversário, deixando espaço para Fabrício jogar mais solto e brilhar. Aliás, Fernandinho sentiu a falta de ritmo de jogo, visivelmente. Mas Deus o presenteou com um gol que deve dá-lo moral para voltar com tudo nas próximas partidas.

No ataque, destaque para Aloísio. O atacante abriu o placar subindo muito e ganhando do Danrlei mexicano. Aloísio movimentou-se bastante durante toda a partida, apesar da forte marcação mexicana. Foi um guerreiro, digno de vestir a camisa atleticana. Lima não atuou tão bem como nas últimas partidas, mas chegou com freqüência ao ataque e mostrou que pode ser decisivo na partida de volta e, se Deus quiser, nas finais da Libertadores.

Méritos especiais para Antonio Lopes. O delegado pegou um time retalhado, com jogadores mal posicionados e com baixo rendimento. Conseguiu fazer os atletas subirem de produção e deu, pela primeira vez no ano, um padrão de jogo ao Atlético. Apesar de ainda precisar mostrar mais efetividade no Brasileiro, na Libertadores o Atlético de Lopes é excepcional: três vitórias em três jogos. Esta contra o Chivas foi ainda mais animadora do que as outras duas, pois o time começou a mostrar mais toques rápidos e precisos no meio-campo, como acostumamos a ver no Furacão. Fica Antonio Lopes!!!

Muita calma nesta hora

Precisamos conter a euforia. Se o Chivas já enfiou 4 no Boca Juniors, fazer o mesmo com o Atlético não seria nenhum absurdo. Aliás, um time centenário como o Chivas, jogando em seu estádio Jalisco lotado, podendo chegar pela primeira vez à final da Libertadores, será um adversário perigosíssimo. Todo o cuidado é pouco e qualquer euforia nesta hora deve ser descartada. Trabalho para o experiente Lopes, que briga pelo "bi" da Libertadores.

Ricardo Campelo é colunista da Furacao.com.

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