7 set 2005 - 17h25

1970, o Título da Raça: Alfredo Gottardi Júnior

Se o Atlético é hoje um dos maiores clubes do Brasil deve muito disso ao que foi construído ao longo de seus 80 anos de história. Se hoje a torcida tem a oportunidade de vivenciar um momento histórico fantástico, há algumas décadas a situação era bem diferente. Mais precisamente nos anos 60, quando o clube atravessou um de seus momentos mais complicados. Depois de doze anos sem conquistar um título, o Atlético foi campeão paranaense de 1970 e, com uma conquista histórica, proporcionou uma das maiores festas de que se tem notícia na história do futebol paranaense.

Para comemorar os 35 anos da conquista do Estadual de 70, os sites Furacao.com e RubroNegro.Net publicarão uma série de entrevistas com personalidades atleticanas. Ex-jogadores, dirigentes, técnicos e apaixonados atleticanos revelarão detalhes daquela conquista épica.

A oitava entrevista desta série é com o zagueiro Alfredo Gottardi Júnior, representante de uma linhagem atleticana histórica. Alfredo é filho de Caju e sobrinho de Alberto, dois grandes goleiros do Atlético nos primeiros anos do clube. Com a camisa rubro-negra, Alfredo jogou como meio-campista e foi recuado para a zaga pelo técnico Alfredo Ramos. Nesta posição, conquistou o histórico título de 1970 e tornou-se um dos melhores jogadores da história do clube. Confira a opinião dele sobre o Campeonato Paranaense de 70:

Em setembro, comemoram-se 35 anos da conquista do título paranaense de 1970 pelo Clube Atlético Paranaense. Qual a importância daquele título no contexto em que foi conquistado?
O Atlético tinha sido campeão em 58. Então, o título de 1970 depois de 12 anos de espera foi uma grande festa. Depois do jogo, a festa que o torcedor fez foi uma grandiosidade. O que mais me impressionou foi a fila de carros de Paranaguá até Curitiba, com todo mundo comemorando. Não lembro de ter visto outra coisa igual.

Os mais novos talvez não saibam, mas o Atlético enfrentava graves dificuldades financeiras naquele início dos anos 70. Você lembra disso e de algum episódio que retrate a situação precária em que o clube se encontrava?
Apesar das dificuldades, não houve atraso de um dia do salario. O Passerino (Rubens Passerino Moura, presidente) fazia de tudo para nos pagar e a gente sabia que o dinheiro que entrava era para pagar o pessoal. Mas nós sabíamos que o Atlético estava em grandes dificuldades. Por exemplo: o clube não pagava o hotel onde ficava concentrado.

Como foi a comemoração do título no jogo em Paranaguá e depois, em Curitiba?
Quando viemos para a Rua XV, na Boca Maldita, a festa foi muito grande e nós fomos nos separando. Um puxava um jogador para um lado, outro puxava para outro lado. Não houve uma comemoração especial. Houve aquela comemoração de improviso, graças à emoção.

Naquela época, falava-se muito em uma possibilidade de fusão do Atlético com algum outro clube de Curitiba em função de dificuldades econômicas. Isso existiu mesmo ou é boato?
A gente lembra de notícias de jornal. Eu tinha pouca idade e não me detinha com esse tipo de notícia. A gente jogava proque gostava e esse tipo de noticia passava despercebido.



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