11 nov 2005 - 11h38

Adauto será tema de selo na República Tcheca

Em um momento em que as ofensas racistas nos estádios preocupam a Fifa e ferem os atletas negros, um brasileiro se destaca na luta contra o preconceito no futebol: o atacante Adauto, ex-Atlético. Ele é o principal nome de uma campanha contra o racismo na República Tcheca desde 2003 e acaba de renovar seu compromisso com o governo local, tornando-se também o primeiro brasileiro a ser personagem de selos postais no país.

Adauto atua pelo Slavia desde 2002. No ano seguinte, foi vítima de racismo no clássico contra o Sparta – os torcedores do time rival imitavam macacos sempre que o atacante pegava na bola. O árbitro interrompeu a partida e pediu que o público parasse com as ofensas. No estádio, estavam presentes membros do governo tcheco, que ficaram chocados com a cena e, alguns dias depois, convidaram Adauto para liderar uma campanha contra os racistas.

Nesta temporada, Adauto está sem contrato com o Slavia, mas mesmo assim o governo renovou contrato com o brasileiro para seguir com a campanha. "Foi mais emocionante do que o primeiro convite. Disse para eles que talvez fosse deixar o país e mesmo assim eles insistiram. Disseram que eu simbolizada a mudança de comportamento dos tchecos em relação ao Racismo, e que não seria a mesma coisa sem mim", afirmou o atleta.

A campanha "Todos nós somos vítimas" é levada aos jogos na República Tcheca, tanto do campeonato nacional, como da Liga dos Campeões, Copa da Uefa e as partidas da seleção. Camisas e outros produtos com o rosto de Adauto são vendidos nos estádios, o que orgulha o brasileiro.

"Fico emocionado quando vejo os atletas da seleção com a camisa com o meu rosto. Todos eles me conhecem e apóiam a luta", afirmou o atacante, lembrando das partidas em que a seleção entrou em campo com o uniforme da campanha.

O ex-jogador do Furacão guarda mágoa do Slavia, que resolveu tirá-lo do time nesta temporada porque tinha um dos maiores salários do grupo. Com a nova mentalidade da diretoria, acabou não sendo inscrito em nenhum campeonato, inclusive a Copa da Uefa. Depois de ter passado por humilhação por causa do racismo em sua chegada ao país, a luta contra o preconceito tornou-se a motivação de Adauto em sua despedida da República Tcheca. "Percebi que o meu prestígio continua", declarou.



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