12 dez 2005 - 18h17

Negócio da China

Com fome e sem saber falar japonês, o brasileiro anda pelas ruas de Tóquio procurando um restaurante. Poucos metros à direita ele vê uma placa luminosa com a letra M. Entra na lanchonete e com apenas o dedo indicador aponta para o número 1. Pronto. Em poucos minutos o nosso amigo acabou de devorar um Big Mc, acompanhado de fritas e Coca-cola. O sucesso do Mc Donald’s em todo mundo tem um pouco a ver com a padronização dos sanduíches. (É claro que em determinadas regiões algumas refeições são personalizadas com pratos típicos, mas em toda a rede o famoso dois hamburgueres, alface, queijo, molho especial, cebola e picles num pão com gergelim está presente).

O padrão de qualidade, com aprovação mundial, agora também entra em campo. E para a alegria dos torcedores rubro-negros, é o Atlético quem está dando o pontapé inicial. Desde outubro do ano passado o clube mantém uma parceria na China, em Qing Dao, cidade litorânea que fica na costa do Oceano Pacífico. "A nossa marca está sendo vista por milhares de pessoas. O valor institucional é muito importante, mesmo não tendo qualquer retorno financeiro até o momento", disse Alexandre Rocha Loures, Diretor de Relações Internacionais do clube.

Um coelho é o mascote rubro-negro na escola da China

A parceria com os chineses rendeu ao Atlético um novo mascote do outro lado do mundo. Um simpático coelho faz as vezes do nosso Furacão. Recentemente os alunos da escolinha de Qing Dao desfilaram num estádio mostrando os uniformes recebidos no intercâmbio. Com bandeiras rubro-negras nas arquibancadas, os atleticanos foram bastante aplaudidos. "O Flávio Mendes (ex-jogador e ex-integrante da comissão técnica do Atlético) começou esse projeto na China. Nós não tivemos como levar adiante por causa da logística necessária, já que envolveria uma série de fatores", afirmou Rocha Loures.

Um desses fatores citado pelo dirigente atleticano, é a padronização da metodologia de ensino (aí está o Mc Donald’s do primeiro parágrafo). Com 33 escolinhas espalhadas pelo Brasil, o Atlético mantém uma equipe que segue à risca as normas do clube. "A gente viaja todo mês para fazer uma avaliação das nossas escolas. Todas seguem uma cartilha, um padrão de ensino, em qualquer lugar. Diferente das escolinhas de clubes que são terceirizadas por ex-jogadores, o Atlético obriga a todos a seguirem os mesmos passos", disse ao site Furacao.com o coordenador das escolinhas do Atlético, Eduardo Requião.

Bandeiras e uniformes do Atlético brilham no oriente

Um dos bons resultados da escolinha do Atlético é o goleiro João Carlos. Recém promovido ao time junior, João começou a carreira na Top Sports, uma das afiliadas do Furacão. Ele já foi convocado para as Seleções Sub-16 e Sub-17, onde sagrou-se vice-campeão mundial ao lado do companheiro de time, Gerônimo.

Potência internacional

Os dirigentes atleticanos não escondem a alegria em ver o nome, uniforme e bandeiras do Atlético na China. O trabalho que começou com Flávio Mendes empolgou os setores de Relações Internacionais e da Escolinha do clube. "Nós já temos um projeto pronto para 2006 que só depende do aval da presidência. A nossa idéia é abrir franquias na Colômbia, Estados Unidos, Canadá e até na Libéria", disse Alexandre Rocha Loures.

Com a implantação dessas escolinhas internacionais, a cidade de Qing Dao também se beneficiaria. Toda a estrutura que já existe por lá seria oficialmente aproveitada pelo Atlético. A participação do rubro-negro deixaria de ser apenas institucional para transformar-se em mais um núcleo de formação de jogadores.

Não vai demorar muito para o sujeito andar pelas ruas de Pequim, procurar um local para o filho treinar e avistar um letreiro luminoso escrito CAP. O resto, vai da imaginação de qualquer um. Quem sabe, depois de um tempo, todos nós vibraríamos com o novo craque na Arena da Baixada. Craque, aliás, criado do outro lado do mundo.



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