23 dez 2007 - 22h54

Lideranças assumem compromisso de lutar pela Copa

A Copa do Mundo de 2014 tem de vir para o Paraná e para a cidade de Curitiba. Este foi o compromisso assumido pelo vice-governador, Orlando Pessuti, pelo presidente da Paraná Esporte, Ricardo Gomyde, pelo secretário de Esportes de Curitiba, Neivo Beraldin, pelo deputado estadual Alexandre Curi, pelo deputado federal Gustavo Fruet e pelo presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mario Celso Petraglia. Todos participaram do programa Esporte Show do Canal 21 deste domingo à noite. Durante uma hora e meia, o apresentador Alphonse Voigt conduziu um debate sobre a candidatura do estado do Paraná para ser uma das dez sedes da Copa do Mundo de 2014.

Confira as principais declarações dos participantes do programa, que em certos momentos gerou debates calorosos, especialmente entre Petraglia e Pessuti:

MARIO CELSO PETRAGLIA (Presidente do Conselho Deliberativo do Atlético)

"A Copa é de todo estado. É do curitibano e de todo cidadão paranaense, mas também do Atlético Paranaense. A minha vinda aqui é o início dessa cruzada. Eu ouvi do meu querido governador, do deputado palavras para políticos. Não sou político, respeito os políticos, mas a minha política pessoal é fazer do meu clube um clube grande. É fundamental para o esporte, para o futebol paranaense que a Copa venha para o Paraná. Com todo o carinho que eu tenho pelo Pessuti, o estado do Paraná não fez nada. Pelo contrário, atrapalhou. Dos 27 estados, o único que não foi visitado pelo Ricardo Teixeira foi o nosso. Recebemos o caderno de encargos por e-mail. O estado do Paraná nunca se fez representar. Foi indicado pelo governador e seu irmão, liderados pelo infelizmente ausente deputado Ricardo Gomyde, o estádio da Federação. Esse movimento era liderado por três pessoas. Uma pessoa está presa, outra foi defenestrada do seu clube e outro foi substituído de seu clube."

"Há uma briga intestina e burra nossa de ser aqui ou ser lá. Houve uma reunião dos secretários do esporte no Rio de Janeiro e o Paraná se fez representar por uma moça que estava lá de fiscal do Parapan do Rio de Janeiro. O Paraná não fez nada. Nós tivemos indicação do Brasil como sede e o Paraná não fez nada. Sair do discurso bonitinho e partir para a prática. Precisamos fazer nos respeitar. Se ficarmos nesta autofagia não traremos a Copa do Mundo para Curitiba."

"O governo do Paraná tentou várias reuniões com o presidente da CBF e não foi atendido. Tivemos 12 estados em Zurique e o Paraná não foi."

"Eu não posso esquecer (o que se passou)."

"Eu elogiei num primeiro momento a iniciativa do teu programa, mas me permita uma sugestão. Vocês deviam informar a população do que se trata uma Copa do Mundo. Pouca gente tem conhecimento real disso. O Atlético não existe na Copa do Mundo. O estádio foi indicado pelo estado do Paraná como provável sede dos jogos, mas o Atlético não tem nenhum significado no contexto. O Atlético Paranaense é mero coadjuvante."

"A prefeitura de Curitiba não se envolveu como deveria se envolver. Há um problema intestinal. Eu sei que não sou simpático e às vezes passo dos limites. Eu não sou agente de futebol e proponho que a gente faça um debate para a gente discutir a podridão na política e no futebol. Tivemos CPI’s de futebol e Banestado e teremos outras aí. Objetivamente, o que importa para nós e é questão de paixão minha, quando realizamos esse projeto fizemos algo maior do que Curitiba. Nós temos um complexo de inferioridade e não me conformo que não somos respeitados pelos demais estados do Brasil."

"Eu saí da política em 97 porque me decepcionei. Faz dez anos, nunca mais me envolvi. Fui ao governador Requião, ele me atendeu com muita fidalguia, e pedi a ele: disse que ele tem de ser o líder desse movimento. Ele delegou ao vice, que tem muita competência, mas politicamente é de uma importância tão grande que tem de ser liderado pelo governador, com todo respeito ao vice. Não tem de ser nada suprapartidário, aqui o que está em jogo é nosso estado, é o nosso povo, são as nossas coisas. Eu não nasci aqui, mas adotei esse estado. É para esse estado que tenho de trabalhar. Quando eu vejo essa pobreza, o nosso projeto do Atlético de transformar em um grande clube do Brasil passa pela Copa do Mundo. Os outros clubes terão a Copa do Mundo e nós estamos com essa autofagia, que não pode ter ajuda, porque a Arena é do Paranaense, não é do Coxa. Nós não vamos conseguir. Governador (Orlando Pessuti), com todo respeito, o que deveríamos ter feito nós não fizemos. Estou me baseando em fatos e em relação ao que os outros estado fizeram. Tivemos os principais estados da nação em Zurique. É um business de 100 bilhões de dólares que está em jogo. Os estados que tiverem sido sedes da Copa darão um pulo e nós ficaremos a Quinta Comarca porque os outros não nos respeitam."

"Quem tem obrigação e que é um homem que cumpre suas palavras, me prometeu pessoalmente que lideraria esse movimento e não cumpriu. Depois, indicaram o Pinheirão, que todo mundo sabia que é uma falácia. Quem pode quebrar isso? Com todo respeito, ninguém tem influência. A única pessoa que pode ter uma ação, influência é o governador. Não podemos esperar maio. Não dá para esperar a definição da federação. Temos de tomar medidas, objetivamente ações. Só o governador Requião pode liderar isso, com todo o respeito que tenho aos demais paranaenses."

"Vocês conhecem os detalhes dos compromissos assumidos com a Fifa? O envolvimento que tem a sociedade e os compromissos de logística, de segurança e meio-ambiente e teremos de cumprir? Quem sabe o estado esteja preocupado em ter a obrigação de cumprir esses requisitos."

"Não estou pedindo ajuda de ninguém. Estou reivindicando, como paranaense de adoção e desportista, a ação firme e forte do estado para que traga a Copa. Não depende de mim."

"Todos sabem que sou um otimista. Eu disse que estou pessimista neste momento. Mas se nós fizermos o que tem de se fazer, nós chegaremos lá com a maior tranqüilidade. Se houver a demonstração da vontade política através da sua voz maior no sentido de que o estado quer e pretende que a Copa do Mundo venha para sua capital. Nós queremos representatividade. Teremos 500 mil turistas estrangeiros, 20 mil jornalistas em sessenta dias. Teremos 32 delegações que terão de se alojar em hotéis, resorts, centros de treinamentos. Isso é um turismo. Não serão só os jogos. Por isso da minha proposta que se façam programas para se mostrar o que é uma Copa do Mundo. Se o governador encabeçar isso com a ajuda de todos nós e o Paraná entrar nessa luta não haverá como a Copa não vir para cá. Desde que, claro, haja a manifestação dessa vontade."

"Vamos precisar da boina porque é um jogo também. Dezoito estados se apresentaram como pré-candidatos e doze serão escolhidos – dez como sedes definitivas e dois como opções. Se alguma das dez não se concretizar, um dos outros dois será escolhido."

"Claro que é um movimento de todos, mas precisamos de uma voz. O que eu peço é a voz do nosso líder. No Atlético quando o Petraglia fala todos sabem que é a voz da instituição. Precisamos de uma voz no Paraná. A voz da nossa torcida nesse momento é a minha. È isso que estamos pedindo. É uma voz que diga que pretende que a Copa venha para cá e que entre na guerra, com a boina do vice-governador."

"Eu agradeço a oportunidade. Inicialmente este foi dito por todos que este seria o pontapé inicial deste movimento. Nós atleticanos, paranaenses e desportistas continuaremos a nossa luta. Passa pela Copa do Mundo a transformação do nosso futebol. Nosso futebol sempre foi considerado de quarta grandeza. Nós não existíamos. Se tivermos sucesso na Copa do Mundo e continuarmos nossa caminhada, agora olhando egoisticamente a minha função no meu clube, precisamos de engajamento da nossa torcida. Tenho certeza que cumpriremos a nossa missão. Alcançaremos o nosso objetivo, mas temos de fazer o que é preciso fazer."

ORLANDO PESSUTI (Vice-governador do Paraná)

"Não posso concordar que o Paraná não fez absolutamente nada. Me desculpa, Petraglia. Vamos nos respeitar. O governo do estado está fazendo o que cabe a ele. Os problemas que estão tendo a Federação Paranaense de Futebol com a Confederação Brasileira é que fizeram com que as coisas não andassem bem para a gente. O governo do Paraná faz o que tem de ser feito. Nós temos de superar os problemas que temos dentro do futebol paranaense, que não são dentro do Atlético, do Coritiba e do Paraná Clube. Eu vim discutir Copa do Mundo e não política. Nós viemos para discutir a construção da Copa do Mundo do Paraná. Se vai ser na Arena da Baixada, como sugestão nossa, vai ser ali. Se não for lá, vai ser em outro lugar. Mas cada um de nós está fazendo a sua parte."

"O Paraná fez sim a sua parte em todas as etapas em que foi chamado a fazer. O caderno de encargos do Paraná foi um dos mais enaltecidos pela sua qualidade. Em segundo lugar, não precisa haver uma comissão suprapartidária. É preciso uma comissão de paranaenses interessados na Copa do Mundo no Paraná. Tem de superar os interesses dos clubes e das disputas eleitorais, mas não é o caso de falar em suprapartidária. Em terceiro lugar, estamos solicitando uma audiência na qual irão os representantes dos diversos entes. Não é uma audiência para o governador, mas para uma comitiva."

"O presidente Ricardo Teixeira disse que não poderia nos receber em função das Eliminatórias da Copa, das homenagens ao Kaká e à Marta e aos compromissos, mas que teria prazer em nos receber no próximo ano. Então, não existe isso de que ele está nos ignorando."

"Eu não sei por que não foi. O governador disse que não podia ir e eu não fui informado disso. Quando soube, já estava formada a comitiva do Lula. Mandaram um comunicado ao gabinete do governador, mas isso não tem nada a ver. A questão é o que faremos daqui para frente."

"O governo do Paraná está aqui presente e o governador estará no Rio de Janeiro no momento em que for marcada a audiência com o Ricardo Teixeira."

"Se a Copa não vir (sic), todos nós seremos responsáveis."

"Eu trabalho numa questão impessoal. Não é uma questão de partido. É uma questão de todos nós nos envolvermos nesse processo. Temos de ter uma luta impessoal. Se o governador não entrar, se o prefeito não entrar, aí você pessoaliza. O governo do Paraná está presente e o governador está presente. Se o governador não tivesse interesse eu não estaria aqui, o Gomyde não estaria aqui e o Alexandre Curi também não. Não se pode responsabilizar o governador. A vitória será de todos e a derrota será de todos, não é possível tornar pessoal."

"O que foi pedido ao estado do Paraná foi feito. Quando nas duas vezes que falei com o Ricardo e nas vinte vezes que falei com a assessoria dele, eu falei que precisamos da audiência para saber qual a missão e a tarefa que a CBF vai atribuir a cada um de nós. Estamos abertos para ser recebidos pelo Ricardo Teixeira e quando ele marcar todos estarão lá representados."

RICARDO GOMYDE (Presidente da Paraná Esporte)

"O que falta é a união aqui no Paraná. Eu não entendo o porquê. Eu estive duas vezes com o Ricardo Teixeira para debater a Copa no Paraná. O governador Requião nomeou para tratar do assunto da Copa no Paraná o vice-governador Orlando Pessuti. Ele tem tido ações continuadas em favor do Mundial no Paraná."

"É todo mundo perceber que a Copa é boa para o Paraná e não para apenas alguns entes. Se a gente empurrar o aliado para fora vai dificultar. Esse é o problema que estamos vivendo hoje."

"Todo mundo tem de sentir confortável em torno desse evento, que é o maior do mundo. Não é com crítica que a gente vai trazer alguém mais para cá para ajudar, é com ternura. Não tenho dúvida que o governador pode se envolver nesse processo. O vice-governador levará esse apelo do presidente do Atlético ao governador Requião."

"As instituições têm de estar presentes. Eu acho que as organizações do estado. Eu estou toda hora na CBF e com o ministro do Esporte, que é meu amigo."

NEIVO BERALDIN (Secretário de Esportes de Curitiba)

"O prefeito Beto Richa está para falar para o presidente do Ricardo Teixeira, sem muita briga, sem discussão, como é a cultura da administração municipal. A Copa interessa não só para a vitrine que será o Paraná para o mundo, mas economicamente. Ela rende divisas para o município e para o estado sete anos antes e sete anos depois. Teremos investimento na formação de línguas para os nossos profissionais. O prefeito Beto Richa está se empenhando e nós aguardamos essa conversa com o presidente Ricardo Teixeira."

"De prático, o que está acontecendo: há uma divergência porque o presidente Ricardo Teixeira ainda não recebeu a delegação. As coisas estão andando dentro do ritmo que se espera. É verdade que só temos sete estados para serem escolhidos e que os outros estados estão se mobilizando. Mas se for o caso, vamos mobilizar toda a sociedade representativa. O encontro de hoje é símbolo de uma união entre todos nós."

"Quero enaltecer a participação do Petraglia porque ele colocou lenha na fogueira e deu oportunidade para todos lavarem a roupa suja. Temos de atingir o nosso objetivo, que é trazer a Copa do Mundo para Curitiba. Ela é importante economicamente, na questão esportiva, na questão do turismo. O prefeito Beto Richa me disse: ‘Neivo, vá lá no debate e diga que estamos efetivamente empenhados para atender as solicitações da CBF no sentido de trazer a Copa’. O prefeito Beto Richa tem total clareza de que é necessário esse empenho."

GUSTAVO FRUET (Deputado Federal)

"Nós temos de zerar esse passivo, senão não conseguiremos chegar com força. O segundo ponto é o apoio público do governador e do prefeito. Curitiba já tem uma infra-estrutura muito boa, está entre as seis, sete capitais do Brasil, mas a Copa vai exigir muito investimento. Temos de definir quem será o coordenador do trabalho. Qual instituição será responsável por coordenar isso. O terceiro ponto vem aí. O coordenador da bancada, deputado Dilceu Sperafico, para reunir a bancada para que possa ter um trabalho junto ao governo federal principalmente na questão orçamentária. Temos tempo para isso, mas como são investimento de médio para longo prazo é necessário se preparar agora."

"Pragmatismo. Marcada a reunião com o Ricardo Teixeira, eu me comprometo a falar com o coordenador da bancada para estar presente nesta delegação. Eu entendo o presidente Petraglia. Houve erros no passado, mas temos de ter a capacidade de corrigir isso agora. O mesmo empenho no combate ao pedágio pode ser feito agora na Copa do Mundo. Esse compromisso se sinaliza com a manifestação pessoal do governador."

ALEXANDRE CURI (Deputado Estadual)

"O primeiro passo é esquecer o passado e marcar uma reunião imediata com o presidente Ricardo Teixeira. Juntamente com o vice Orlando Pessuti estamos tentando uma audiência com o Ricardo Teixeira. Eu já tenho o ok do governador Requião, e nos mês de janeiro iremos a Brasília. O presidente Ricardo Teixeira não vai atender enquanto o Paraná não tiver unidade. Não adiante ele receber pedidos de audiência de diversos entes. É preciso ter uma unidade, um único ente. Então, em primeiro lugar é afinar o discurso, promover unidade e realizar uma audiência com o Ricardo Teixeira."

"Pode ficar tranqüilo. Já anunciei que o governador vai à CBF em janeiro. O presidente Petraglia pode ficar tranqüilo porque ainda há tempo. Nós estamos um pouquinho atrasados, eu admito, mas vamos reverter. Estaremos no Rio de Janeiro em janeiro com o Pessuti, com o Gomyde, o Beto Richa e o governador Roberto Requião."

"Daqui vai sair o pontapé inicial para trazer a Copa para Curitiba. A partir de hoje vamos esquecer os problemas do passado. E se o problema for o governador Requião, eu falo, como deputado do PMDB, que o governador terá total empenho nessa campanha."



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