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23 jan 2008 - 16h11

Um dia eles ganharão

Passou mais um Atletiba. Confesso que ainda não me cansei de zoar com meus conhecidos coxas, que ainda sinto a vibração da galera rubro-negra no Tremendão e, ao fechar os olhos, revejo a desolação de nossos co-irmãos. Mais alguns dias e o jogo entrará para meu arquivo mental das grandes alegrias que o Atletiba já me proporcionou, como aquele golaço do Berg em 1990 e a vitória aos 48 do segundo tempo, gol de Oséas. Outras virão, sempre numerosas, fartas, marcantes. Mas não é sobre isso que eu quero falar.

Um dia eles ganharão um clássico. Pode demorar um ano, pode demorar dez, mas o futebol, caprichoso com o destino e desdenhoso da lógica, fará o decadente clube do Alto da Glória vencer uma partida. Se a euforia dos coxinhas em enfrentar o Furacão na semana passada beirou o insuportável, o que faremos no dia em que eles tiverem essa, que talvez venha a ser a única alegria que o futuro reserva a eles? O que será da segunda-feira posterior à improvável vitória de nosso ex-rival?

Imagino uma comoção popular da segunda maior torcida. Nas casas de repouso, nos asilos, nas clínicas de geriatria, veremos uma explosão de idosos felizes por desfrutarem, antes da viagem ao desconhecido, uma alegria proporcionada pelo Glorioso. Os poucos jovens que insistem em apoiar o alviverde terão pelo menos uma história para contar aos seus filhos, na inglória tarefa de convencer as gerações futuras que o Coxa representa alguma coisa no futebol nacional. As crianças, ressabiadas das conversas da família e cansadas de serem zoadas no colégio, poderão tirar do armário as camisas já amareladas do Coritiba, cujo próprio nome lembra um mundo que já não existe mais. Talvez as camisas não sirvam mais, talvez tenham sido comidas pelas traças, mas valerá para lembrar que, um dia, o Furacão teve um rival local.

E nós, rubro-negros, o que faremos? Pagaremos as cervejas devidas, agüentaremos os cunhados faladores e tocaremos nossa vida, que se projeta ao futuro. A derrota nesse Atletiba hipotético será um tropeço no caminho, uma espinha em nossa face feliz e que, como os tropeços e as espinhas, são superados com conquistas e maturidade. Já para os coxinhas o 1 a 0 magro, no primeiro turno do Paranaense de 2019, gol de Henrique Dias Jr., valerá como prova de que ainda respiram. Por aparelhos, mas respiram.

Aguardemos. Até lá, e a despeito das condições insalubres do Tremendão, vamos desfrutar das alegrias que os coxinhas tanto gostam de nos proporcionar.



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