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26 fev 2008 - 12h03

Tudo é mercado

Claiton era o principal jogador do CAP contemporâneo. Sem grandes recursos técnicos, preencheu um espaço de liderança que estava desocupado há muito tempo. Correu em campo, orientou seus companheiros, foi protagonista de jogadas decisivas. Mais do que isso, cultivou uma importante aproximação com a torcida. Para os apressados – ou invejosos, se incluirmos as reações dos nossos inimigos –, Claiton é um propagandista de si mesmo. Na visão fria de quem acha que a emoção acabou, é isso e pronto.

Acontece que o futebol tem a sua complexidade. Futebol é espetáculo, é arte. O capitão que agitava o manto sagrado na frente da multidão louca de prazer fazia as vezes de capitão do povo. Os dois, povo e Claiton, o ator, se completavam num belo ritual. Durou pouco. Restaram tristeza e desconfiança, sentimentos recorrentes no Atlético “moderno”. Tristeza e desconfiança para nós, que fazemos parte da multidão de pessoas que vai ao estádio em busca de sonhos, não de negócios. Para o clube, tudo bem, desde que o seu cofre, à Tio Patinhas, seja abastecido com moedas novas. Para o jogador, um estágio a mais na carreira nômade.

A saída de Claiton não é o fim da história. Claiton não é Nilo Biazzetto, o capitão imortal de 49. Claiton não é Jackson, não é Cireno, não é Caju, não é Zé Roberto, nem Sicupira, nem Nilson Borges, nem Júlio, nem Washington, nem Assis. Claiton, assim como Alex Mineiro, é produto do futebol de mercado, aborrecido e sem alma. Como produto do futebol de mercado, Claiton passou pelo CAP com a brevidade do “Furacão-2008”, que durou três dias. Não há por que condenar Claiton. Não há por que derramar lágrimas por Claiton.

As lágrimas ficam para nós – e são por nós –, testemunhas do desaparecimento do futebol. Sem que percebêssemos, deram-nos para torcer uma empresa ávida por balanços patrimoniais positivos e rendas obtidas em transações milionárias. Estamos excluídos do “processo”. Não nos querem. Ou alguém acredita que a venda de planos de associação foi interrompida por acaso? Ou que será retomada agora, na fase de desmanche do time, por ironia do destino? Pensando bem, foi ingenuidade nossa imaginar que a cartolagem recuasse em seus propósitos mercadológicos. Pensando bem, o personagem Claiton não combinava com a elegância sóbria dos nossos marqueteiros.



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