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27 fev 2008 - 16h28

O futuro?!

Mais uma vez somos surpreendidos pela notícia da venda de um importante jogador.

Num misto de declarações de amor e ódio, de alguns mais fatalistas falando em “conspiração” de times de menor importância e de outros sugerindo um “desmanche” com o fim das chances para o ano, chega o momento de uma reflexão.

Estamos prestes a perder o “capitão” que segue o caminho do nosso Ferreira. Por que isto ocorre? Não podemos fechar os olhos para a realidade: no mundo de hoje (e não só no futebol) o dinheiro fala mais alto. Gritam os torcedores que o futebol-arte faleceu e que importa hoje é o salário.

Correndo o risco de parecer o advogado do diabo, lhes convido a olharem seu contracheque: quanta diferença faria a adição de 1 ou 2 zeros? Sinceramente falando, quantos de nós não trocaríamos o emprego pelo aumento? E mais: quantos optariam por fazer um serviço “porco” para forçar uma demissão acaso fosse obstada a saída por força de um contrato?

No futebol, um braço da economia capitalista de mercado, a história é a mesma. Lá se fala em “headhunting” (caçador de talentos) e aqui temos o “olheiro”. Lá e cá temos o empresário, muitas vezes inescrupuloso.

Pois bem. O que fazer?

É fato que jogador insatisfeito não rende. Ele opta por fazer “corpo mole”, não sai para uma “dividida” porque não quer se machucar, etc.. Em suma, mais atrapalha que ajuda e, mais cedo ou mais tarde, ele vai sair, nem que seja judicialmente (a Justiça não tem o coração apaixonado de um torcedor). Basta recordar de exemplos recentes: Dagoberto, Aloísio, Marcos Aurélio e, agora, Jeancarlos.

Assim, é preferível que o jogador saia pela porta da frente, como fez o Alex Mineiro e, de preferência, que deixe dinheiro em caixa para comprar o seu substituto (Ferreira e Claiton).

A pergunta volta: o que fazer?

Pode parecer que estou “chovendo no molhado”, mas a única maneira de diminuir (já que impedir é impossível) a freqüência destas saídas é com nós torcedores.

Todos sabem que nossa cota de televisão é metade do valor pago aos “grandes” (entre aspas e em minúsculo para tratar com o devido respeito). O argumento para isto é obscuro: alguns falam em quantidade de títulos, outros em importância da marca e alguns no Ibope que a torcida causa assistindo ao jogo. Fato é que temos 11 ou 12 milhões ao ano. Este valor, já que ninguém considera a cota do Paranaense (ínfima e nunca depositada), é, ao lado da venda de jogadores e patrocinadores, a grande fonte de receita do clube.

Para diminuir a dependência das vendas e manter as finanças no positivo, o Atlético Paranaense, este ano, ousou com o novo “sócio-furacão”. Fui um dos felizardos que comprei o pacote (três cadeiras – R$ 1.800,00) e, numa matemática simples, fica evidente a importância do nosso apoio. Numa média aritmética dos dois valores disponíveis (R$ 50,00 e R$ 25,00) chegamos a um valor de R$ 37,50 por mês. Se pensarmos na perspectiva inicial (10 mil sócios) o Atlético irá faturar 375mil por mês. Parece pouco perto do valor da cota (entre 910mil a 1 milhão/mês), mas já é uma substancial ajuda. Quando fiz minha adesão (25/2) o Furacão estaria com perto de 7mil sócios. Se a torcida apoiar e dobrarmos a meta inicial (seriamos 20 mil sócios) podemos chegar a 750mil/mês o que seria praticamente o mesmo valor da cota de televisão.

Com a presença de 20mil pessoas (no mínimo) por jogo o CAP poderia renovar seus patrocínios por valores maiores. Assim, torcida apoiando no estádio é visibilidade para o time e para o patrocinador.

Ainda e não menos importante, temos a Time Mania. Longe deste texto querer incentivar o jogo de azar, mas sejamos realistas: todo brasileiro sonha em ganhar na loteria para se aposentar mais cedo.

Assim, aos que já jogam um alerta: a Time Mania dividirá o valor arrecadado de maneira igual aos 20 times da primeira divisão. Esta fórmula vigorará APENAS até 2010 quando a proporção da divisão será com base no preenchimento do “Time do Coração” nos anos de 2008 e 2009. Assim, se a nossa torcida ficar inerte, em 2010 perderemos receita para times menores e mais mobilizados. Seria como dar à CBF argumentos para sustentar essa divisão injusta das cotas do Brasileirão.

Por fim, a equação é simples. Se nós apoiarmos o time (Time Mania e Sócio-Furacão) teremos um aumento de arrecadação (Time Mania, Sócio-Furacão e patrocínios). Com o aumento de visibilidade, o CAP poderá pleitear (com legitimidade) um aumento de cota no Brasileirão e uma maior valorização no Paranaense. Todo este dinheiro poderá ser usado para pagar salários maiores aos jogadores e, com isso, diminuir a evasão do plantel (com nossas finanças atuais fica difícil fazer frente a uma proposta de 1 milhão e 300 mil dólares por temporada que o Japão ofereceu ao Claiton).

Encerro (já me estendi demais) dizendo: não existe jogador insubstituível. Insubstituível é o nome do Atlético Paranaense, a nossa bela história e a nossa paixão pelo Furacão. Os craques vêm e vão. Alguns merecendo especial lugar na nossa memória (como Jackson, Caju e Sicupira, entre tantos que poderia citar) e outros rapidamente esquecidos como uma refeição indigesta ou uma ressaca de segunda-feira.

Sejamos, então, torcedores: apaixonados, orgulhosos de usar o manto sagrado e cientes que o beijo no escudo é profundo e sincero. Os ventos que sopram do Oriente e da Europa vão passar e, se permanecermos unidos, nada abalará o sucesso do nosso Furacão.



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