26 abr 2011 - 10h53

Marcinho: “Hoje tenho o coração vermelho e preto”

No dia 12 de janeiro de 2009, o Atlético utilizava o site oficial para anunciar a contratação do meia-atacante Marcinho, atleta que chegava como a grande aposta do clube para a temporada que estava iniciando. Com 27 anos e passagens destacadas por alguns dos principais times do Brasil, entre eles Cruzeiro, Corinthians e Palmeiras, o jogador foi recebido com a aprovação da torcida atleticana e aos poucos foi conquistando seu espaço na equipe titular, marcando belos gols, se sagrando Campeão Paranaense e terminando a temporada como vice-artilheiro do time, com 17 gols.

As boas atuações fizeram com que o meia-atacante despertasse o interesse do futebol árabe, mais precisamente do Al-Ahli, da Arábia Saudita. Seduzido pela boa proposta financeira, igualmente vantajosa para o Rubro-Negro, Marcinho se transferiu, no início de 2010, para o futebol do Oriente Médio, onde assinou um contrato com duração de um ano e meio. Muito próximo do final de seu período de empréstimo, que se encerra no próximo mês de junho, o jogador concedeu uma entrevista exclusiva para a Furacao.com, onde falou sobre sua passagem pelo Rubro-Negro, experiência no futebol árabe e um possível retorno para o Atlético.

Confira abaixo a entrevista exclusiva com o meia-atacante Marcinho:

Em 2009, você foi apresentado como o principal reforço para o início da temporada. Como foi a sua adaptação e a sua passagem pelo Atlético?
Quando acertei com o Atlético, tinha a certeza que seria muito bom para minha vida e para a minha carreira. No início da temporada, tivemos algumas dificuldades, mas conquistamos o nosso objetivo, que era ser Campeão Paranaense. Logo após a conquista, minha fase melhorou muito e terminei o ano como artilheiro da equipe no Campeonato Brasileiro (11 gols) e como vice-artilheiro na temporada (17 gols). Ou seja, foi um ano muito bom. Hoje tenho o coração vermelho e preto. Minha filha também não consegue esquecer o Atlético e vive gritando Furacão ê ôôô, Atlético ôôôô! .

Nesta temporada atuando com a camisa do Atlético, qual foi o momento mais marcante?
Além do título estadual, não posso deixar de destacar o meu primeiro gol com a camisa do Furacão, no jogo contra o J. Malucelli. Foi primeiro um dos gols mais bonitos da minha carreira e se tornou ainda mais marcante por ter acontecido na Arena.

Quando você engrenou e caiu nas graças da torcida, acabou sendo negociado com o futebol da Arábia. Você acha que foi certa a sua saída naquele
momento?

Foi uma proposta muito boa para mim e para o Atlético. Não podíamos perder a oportunidade, pois o cavalo não passa encilhado toda hora.

Como estão as coisas na Arábia. Você está jogando?
Está tudo bem, estou jogando constantemente e sou um dos artilheiros da equipe no campeonato e na temporada. Estamos em 7º lugar no Campeonato Árabe, mas passamos por uma temporada complicada por causa das várias mudanças na diretoria e no comando técnico. Eles têm muitas dificuldades para cumprir planejamentos.

Marcinho defende o Al-Ahli, que está em 7º lugar no Campeonato Árabe [foto: arquivo pessoal]

Além do aspecto financeiro, quais são os pontos positivos desta experiência
na Arábia?

Aqui tenho tempo para ficar com a minha família e acompanhar o crescimento da minha filha, que está com três anos. A experiência de se viver em um país com uma cultura totalmente diferente da nossa é muito válida. Assim como na minha passagem pelo Japão, em 2008, tenho certeza que estou aprendendo muito.

Muitos jogadores que se transferem para o futebol árabe falam que a rotina de treinamentos é muito diferente e que esta mudança acaba prejudicando o condicionamento físico. Isso é verdade? Como são os treinamentos no Oriente
Médio?

Dentre os países árabes, os treinamentos na Arábia Saudita são os mais fortes. O Al-Ahli tem uma estrutura fantástica, que muitos times no Brasil não têm. A principal diferença está na quantidade de treinamentos durante a semana, já que treinamos, na maioria das vezes, em apenas um período do dia. Como já sabia disso, passei a conversar com os preparados físicos do Atlético, Márcio Henriques e Jean Carlo de Freitas Lourenço, para que eles me passassem um trabalho diferenciado para ser realizado na academia. Já o ritmo de jogo é o mais complicado, pois algumas vezes ficamos até 15 dias sem jogar.

No Brasil, o futebol é uma grande paixão e mobiliza milhões de pessoas. Como a torcida reage na Arábia?
O Al-Ahli tem a segunda maior torcida da Arábia e eles são muito fanáticos, sempre presentes no dia a dia do clube. Assim como para muitos brasileiros, o futebol é tudo para eles.

O seu contrato de empréstimo se encerra no final do primeiro semestre. Você pretende voltar para o Brasil e, principalmente, para o Atlético?
Meu contrato termina em junho e eu tenho mais um ano e meio de contrato com o Atlético. Pretendo cumprir esse acordo e voltar para o clube, pois gosto muito do clube.

Você mantém contato com a diretoria e com os jogadores do Atlético?
Converso com os diretores e com alguns jogadores, entre eles o Paulo Baier, jogador que tenho uma grande amizade desde quando atuamos juntos no Palmeiras. Sempre estou apoiando ele. Grande parte dos gols que fiz no Atlético passaram pelos pés do Paulo e quando cheguei na Arábia tive até que mandar alguns pares de chuteira para ele. O velhinho é fera! (risadas).

Você tem acompanhado os jogos do Furacão?
Sempre. Procuro estar por dentro de tudo o que acontece no clube.

Do que você sente mais falta da sua passagem pelo Furacão?
Sinto muita falta da torcida rubro-negra e, logicamente, do Caldeirão, que fica ainda mais lindo quando está lotado. Sempre me lembro do último jogo do Paranaense 2008 (Atlético x Cianorte) , estádio completamente lotado e todos gritando “É Campeão!” . Com certeza é a melhor torcida que já tive do meu lado e essa identificação e admiração será para sempre. Por onde passo sempre falo muito sobre
essa torcida maravilhosa.

Para conhecer um pouco mais sobre a carreira de Marcinho, clique aqui.



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