Maurício do Vale

Passados sete meses desde a queda para a segunda divisão, o planejamento da atual diretoria está sendo refeito. No final de 2011, com o time rebaixado, a chapa capitaneada por Mário Celso Petraglia estabeleceu metas, trazendo personalidades até então desconhecidas do futebol paranaense, como o técnico uruguaio Carrasco, o diretor de futebol Sandro Orlandelli e o superintendente Dagoberto dos Santos. Com estes três profissionais, a presidência do Atlético pensou que iria se preocupar somente com a reforma do estádio para a Copa do Mundo 2014.

Após perder a final do campeonato estadual nos pênaltis e ser eliminado da Copa do Brasil por um dos finalistas da competição, restou para o Furacão a indesejada Série B. Com quatro jogos disputados e seis pontos conquistados, o treinador Juan Carrasco e sua comissão técnica deram adeus ao time de maior torcida do Paraná. Em entrevistas, o diretor Sandro Orlandelli admitiu interferências no trabalho do uruguaio, principalmente no quesito improvisações.

Nos dois últimos jogos do Atlético, o comando do time ficou sob a responsabilidade de Ricardo Drubscky. Intelectual da bola, inclusive com publicações acadêmicas, o atual técnico do Rubro-Negro não conseguiu trazer para o campo de jogo os ensinamentos de seu conceituado livro. Em ambas as partidas, apesar de declarar que prefere o sistema 4-4-2, o demissionário treinador utilizou o 4-3-3 no segundo tempo, um dos motivos da saída de Juan Carrasco. Em uma coletiva, o treinador que ousou escalar o zagueiro Manoel como centroavante declarou que a diretoria impôs um time mais defensivo, principalmente jogando como visitante.

Ricardo Drubscky, além de se utilizar do mesmo plano tático de seu antecessor, adotou outra prática condenada pela atual direção foi repetida: a improvisação. Tanto no empate em casa contra o Goiás, como na derrota em Fortaleza para o Ceará, o volante Cleberson foi escalado como quarto-zagueiro. Também na última partida, o atacante Pablo atuou no primeiro tempo como meia-armador, sendo posteriormente deslocado para a lateral-direita no segundo da partida. Naquela oportunidade, o zagueiro Bruno Costa ocupou a lateral-esquerda, substituindo o lesionado Héracles.

Agora, na metade do ano, rumores dão conta que tanto Drubscky como Orlandelli podem sair. Para o comando do time, a vinda de Jorginho é quase certeza. Já para a direção de futebol foi especulado o nome de Moraci Sant’anna. A correção de rota está sendo realizada num momento crucial, em que todos os times ainda estão se amoldando e à procura de reforços.