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23 set 2016 - 9h18

Quem é o nosso craque?

Ontem ainda de cabeça quente, acusei o Weverton de soberba. Hoje analisando melhor as coisas, acho que a análise é mais profunda.

Comecei a ir em estádios com 9 anos em 1970. Ia sozinho, pois eram outros tempos e morava na Marechal Floriano, perto da Baixada. Naquela época nossos rivais eram o coritiba, o Ferroviário e num segundo plano o Água Verde.
Nossas ilusões se resumiam aos 4 cantos do Estado do Paraná.

Ganhar um Campeonato Paranaense era nosso sonho de consumo e de preferência em cima dos coxas.

Quando participávamos de um torneio nacional, ganhar fora, de paulistas, gaúchos, mineiros e cariocas era um sonho quase impossível. Nos contentávamos em ganhar aqui em casa e olha lá, pois sermos campeões brasileiros era uma heresia futebolística.

Para os paulistas éramos como aquele menino ‘café com leite’ das brincadeiras de crianças, que ninguém pegava pesado com ele…

Era bem mais fácil torcer pelo Atlético. Ficávamos felizes com times cheios de raça, que honravam nossa camisa meio desbotada pelas inúmeras lavagens e que ficavam estendidas num varal improvisado no campinho de areia, nos fundos do Joaquim Américo ao lado esquerdo do pinheiro.

Naquela época o futebol brasileiro produzia craques aos borbotões(como se falava) e era comum um clube sozinho vestir a camisa da seleção e a representar em torneios internacionais.

Nosso futebol era vistoso, bem jogado, nossos jogadores tratavam bem a bola…
Depois o tempo passou…uns 25 anos…nosso Clube a beira da insolvência, quase fechando as portas e naquele 1995 uma humilhação sem fim e eu e meu filho fomos triste testemunhas daquele 5 a 1 no domingo de Páscoa. Foi a única vez na vida que eu saí mais cedo de um jogo. Quando tomamos o quarto gol e vendo a revolta da nossa torcida, disse para minha esposa e filhos: ‘vamos embora que não sei o pode acontecer na saída…’

Estávamos no anel superior do gol de entrada e descemos rapidamente.
Ainda descendo a pé a rua Ubaldino do Amaral em direção ao nosso carro, ouvi a vibração de um gol. Como todo torcedor esperançoso, liguei o radinho e ouvi ainda a narração sobre o quinto gol deles….

Depois o mcp deu a famosa virada de mesa e naquele ano ainda fomos campeões da Série B e subimos.

Dái foi uma rápida sucessão de triunfos com muitos bons jogadores e culminou com a inauguração da Arena em 1999, com meus filhos e eu muito orgulhosos e emocionados no jogo contra o Cerro Porteño, o primeiro gol de Lucas…enfim.
Depois vi a empolgação da torcida que todo jogo fazia filas kilométricas para comprar ingresso.

Daí veio o Brasileiro de 2001 e nossa estrela dourada na camisa, torcida prestigiando, estádio lotado.

Aos poucos veio a elitização da Arena que afastou o público, as brigas políticas, o rebaixamento, e agora a fase ‘ditadura total’.

Hoje já não é mais tão fácil torcer para o Atlético.

Petraglia com sua conversa megalomaníaca, nos transformou em consumidores exigentes, que pagam caro por um produto de segunda linha.

Somos exigentes, porque mcp nos ofertou um título mundial e mal conseguimos ganhar um Paranaense.

Formamos times medianos e como franco atiradores, o que acertarmos é lucro.
Certo que crescemos exponencialmente em patrimônio e nos tornamos grandes, mas o eixo já criou a expressão ‘gigantes’ para nos colocar de novo em segunda linha e no fundo eles tem razão.

Sempre que vamos decidir algo grande, perdemos…

Foi assim quarta. Um time em pedaços como o Gremio e conseguimos sermos pior do que eles, ou seja fomos medíocres.

Weverton no começo, quando veio para cá, não sabia pegar penaltis. Evoluiu muito nesse quesito e hoje é um monstro debaixo das traves. Então fique embaixo das traves e não se aventure a fazer coisas para as quais não está pronto. Esse papo de boleiro, que só erra quem bate e que penâlti é loteria, é história para boi dormir. Só erra quem chuta mal e penâlti é competência. Para mim, até bola na trave é erro. Acerto é bola dentro do gol!

No nosso Clube se exalta tanto a tecnologia científica e perdemos 4 penaltis por falta do mais básico dentro de um grupo, o diálogo.

A marca do penâlti, era um areial. A exceção do João Pedro, que bateu de perna esquerda, todos os outros jogadores que erraram e bateram de perna direira, escorregaram com o pé de apoio na areia, por isso pegaram muito embaixo da bola e ela subiu. Nessa hora o jogador que errava deveria voltar e avisar, sobre a areia. Mas com certeza isso não aconteceu, porque o erro continuava acontecendo…

Outra coisa que tem que se observar…por mais que o goleiro treine, assim como o batedor, o goleiro tem um jeito onde ele sabe que se dá melhor, seja escolhendo um canto e saindo antes, ou então esperando, enfim… e ontem ficou evidente que o Marcelo Grohe saía antes e se atirava para bolas rasteiras nos cantos. Nesse caso ou você espera o goleiro definir o canto ou bate no meio. E por incrivel que pareça nossos melhores batedores foram Hernani e mg. Um esperou a definição do goleiro e o outro bateu no meio.

Então se pecamos em coisas básicas, só seremos de fato vencedores e respeitados, se nos organizarmos para vencer.

A pergunta é? Treinamos penâltis? Se sim, foi na grama artificial ou no gramado?
E a mais importante…temos hoje um aproveitamento de 82% em casa e de 5% fora no Brasileirão, então o que tem feito a diferença dentro de casa?

A torcida não é! Nosso time não é! Nosso treinador? Alterna altos e baixos e insiste com mg.

Então quem é o nosso craque? A grama artificial!

Ela tem sido fator de desequilíbrio. A bola rola mais rápida que na grama normal, ela não vem pulando e facilita o domínio e é escorregadia.

Por mais que os times que jogam aqui não querem admitir, a grama faz toda a diferença sim. E ainda, que não estamos sabendo aproveitar melhor, pois insistimos em chutes altos, quando deveríamos treinar chutes rente a grama.
O que vocês acham? Nosso segredo é o gramado?



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