17 maio 2019 - 8h00

Tempero atleticano

Não é novidade para ninguém que o calendário atleticano está repleto de competições em 2019. Libertadores, Recopa, Copa do Brasil, Brasileirão… O que muitos não sabem é que em outra competição nacional, o Furacão também está muito bem representado, não por seu time principal, nem pelos aspirantes, mas por um de seus torcedores.

Eduardo Richard, 31 anos, é rubro-negro desde a infância, herdando o atleticanismo de seu pai, que o levava para o estádio desde muito cedo. Também desde cedo a paixão pela cozinha já pulsava dentro dele. Desde criança ajudava a cozinhar em casa e, com o passar dos anos, demonstrou-se inquieto na busca por conhecer novas técnicas e se aperfeiçoar como cozinheiro.

No começo de 2019, decidiu buscar seu sonho: gravou um vídeo para se inscrever no MasterChef – reality show culinário produzido pela Band – e, após algumas etapas de seleção, conseguiu a vaga para participar da competição, sendo o único representante do nosso estado na atual edição do programa que vai ao ar todo domingo, às 20h00.

“O Paraná nunca teve um ganhador do MasterChef”, menciona Eduardo em entrevista exclusiva para a Furacao.com. “Eu pretendo, sempre que puder, trazer referências à comida do Paraná” – afirma. O modelo da competição, entretanto, nem sempre permite que o cozinheiro explore as receitas que deseja, seja pela limitação do tempo ou dos ingredientes a serem utilizados. Dificilmente veremos o cozinheiro atleticano se arriscando a fazer um Barreado, mas Eduardo vislumbra poder fazer um outro prato local: “Eu acho que um prato possível de fazer seria quirera com carne de porco”.

A competição é mediada por 3 chefs – a argentina Paola Carosella, o francês Erick Jacquin e o brasileiro Henrique Fogaça, cada um com seu próprio estilo de cozinha. Questionado sobre qual treinador de futebol representaria cada jurado, Eduardo disse que Jacquin seria Zidane ou Carlo Ancelotti: “ele se apega aos clássicos bem feitos, sem invencionice”, Fogaça seria Renato Gaúcho: “ele deixa o talento reinar dentro de uma certa organização e deixa o tecnicismo de lado pra fazer os ingredientes brilharem” e Paola Carosella seria ninguém menos que Guardiola: “ela tem conhecimento de todas as áreas, estuda muito, mas tem um estilo bem definido”.

No estádio, Eduardo deixa de lado o seu gosto refinado pela cozinha e prefere comer algo mais simples. Destaca, entretanto, que apesar de entender as razões comerciais do Clube, gostaria de ver a Arena ser uma referência também na alimentação: “Seria um atrativo do Clube ter comidas melhores. No mundo inteiro tem estádios de futebol que são conhecidos por pratos que são servidos”.

Enquanto compete no reality, Eduardo acabou tendo que se afastar de seu emprego, de Curitiba e da Baixada. Acompanhou os jogos do Athletico que foram transmitidos para São Paulo – local onde acontecem as gravações do programa –, mas pisou na Arena pela última vez na final da Sul-Americana em 2018. Quando perguntado se suou mais na primeira prova de eliminação da qual participou – na qual cozinhou um papardelle com cogumelos – ou no momento do pênalti cobrado por Jarlan Barrera na prorrogação da decisão de 2018, Eduardo brinca: “Suei mais na prova. No pênalti eu mais tremi do que suei (risos)”.

Eduardo tem tido destaque na competição até aqui e já mostrou que tem tudo para ir longe na disputa. E nossa torcida, pela primeira vez, não quer ver um atleticano trajando vermelho e preto – pois são estas as cores dos aventais usados nas provas de eliminação. O uniforme branco combina mais com o aspirante a chef atleticano – que, ao largar tudo para buscar seu sonho, fez jus às linhas escritas por Zinder Lins: rubro-negro é quem tem raça e não teme a própria morte.

Que Eduardo consiga seguir fazendo a mágica com as panelas em São Paulo, mas volte para o Caldeirão, em Curitiba, com mais um título atleticano, se possível.

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