3 ago 2019 - 16h09

Destrinchando as médias de público do Athletico

O pequeno público da Arena da Baixada nos últimos jogos do Athletico vem sendo motivo de várias discussões entre os torcedores. O torcedor atleticano só vai “na boa”? O Sócio Furacão é o modelo ideal? Quanto a biometria e a “torcida humana” influenciaram na queda de público?

Analisando as médias de público do Athletico em campeonatos brasileiros desde 1999 (inauguração da Arena), é possível observar que houve um aumento significativo quando o clube lançou o plano do Sócio Furacão em 2008 (cerca de 36% de aumento). Antes disso o clube nunca teve uma média tão alta, exceto no ano de inauguração do estádio e inclusive nem mesmo em 2001, ano do título brasileiro.

Um dado que se destaca é a diferença entre a média de público do Athletico com a média de público do Brasileirão. Essa média sempre foi bem próxima, exceto nos anos de melhores campanhas do Furacão, 2001 e 2004 (campeão e vice), em que a média foi bem superior, e nos últimos anos em que ela foi bem abaixo.

Após o início da biometria (2017.2) no estádio atleticano, a média de público diminuiu cerca de 30% e ficou bem atrás da média nacional, essa que vem crescendo ano após ano. Em 2018 a média de público do campeonato foi a maior desde 1987 e nas 12 primeiras rodadas de 2019 é maior ainda que a do ano anterior. Já o Athletico segue na contramão, em 2018 (início da “torcida humana”) o clube foi um dos melhores mandantes do campeonato e teve sua terceira pior média na Baixada.

É de se imaginar que as maiores médias de público são nos anos de melhores campanhas, o mesmo raciocínio serve também para as piores, porém em valores absolutos, as médias do Athletico não seguem essa lógica. Os anos com maiores médias foram anos em que o clube não brigou por título ou vaga na libertadores (1999, 2008, 2009, 2015, 2014), e até mesmo no ano do rebaixamento (2011) a média não foi baixa.

Neste Campeonato Brasileiro de 2019, o rubro-negro ocupa a 7ª colocação, mas sua média de público está entre as 6 piores. Antes da biometria e da “torcida humana”, a torcida acumulava 7 anos seguidos de top10 na classificação entre as médias de público. Nosso estádio para 40 mil pessoas tem uma taxa de ocupação de apenas 30%, quarta pior marca entre os 20 clubes da Série A.

O Athletico passa por uma das melhores fase dos últimos anos e não consegue lotar sua casa. Um clube e torcida que sempre foram reconhecidos por jogarem juntos. Pela lógica deveria ser o ano para quebrar o recorde de média de público, mas passa bem longe disso.

Claramente é possível observar que não são só bons resultados dentro de campo que vão trazer o torcedor de volta. O sucesso do Sócio Furacão já não é mais o mesmo, não houve uma grande adesão nem mesmo com o melhor calendário da história do clube. A compra de ingressos é mínima por causa do valor de R$150, afastando novos torcedores do estádio. A “torcida humana” impede torcedores adversários de frequentarem a Arena, jogos contra times de grande torcida eram grandes oportunidades de ganhar renda. A torcida atleticana aguarda ansiosamente qualquer tentativa da diretoria para reverter essa situação.



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