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7 ago 2019 - 9h59

Parte 5: ATHLETICANISMO, RAZÃO E CIÊNCIA – Lições do velho e bom “Niccão” ao nosso querido “Prínci-dente”

VII – Dos que tornaram-se dono de clube de futebol por meio de crimes

Mas, porque pode-se tornar dono ainda por dois modos que não podem ser atribuídos totalmente a capacidade enquanto investidor ou o carisma e virtude pessoal, não me parece acertado pô-los de parte, ainda que um deles se possa mais amplamente cogitar em falando de clubes sociais. Estes são, ou quando ou por meio criminoso e nefário se obtém o clube, ou quando um associado ou conselheiro torna-se dono de seu clube pelo favor de seus associados (i.e., os torcedores). E, falando do primeiro modo, apontarei dois exemplos, um do século XX e outro do século XXI, contudo sem entrar no mérito desta parte, pois penso seja suficiente, a quem de tal necessitar, apenas imitá-los.

Pablo Escobar, não só de torcedor e associado, mas também de ínfema e objeta condição tornou-se dono de diferentes clubes da Colômbia. Filho de um fazendeiro e uma professora, teve sempre, no decorrer da sua juventude, vida acelerada quando iniciou sua vida roubando lápides para revendê-las a traficantes; todavia, acompanhou seus atos delituosos de tanto vigor de ânimo e de corpo que, tendo ingressado nos negócios de contrabando e tráfico de drogas, em razão de seus atos criminosos, passou de um cidadão de classe média a dono de um dos cartéis de venda de drogas mais conhecidos e poderosos do mundo. Uma vez investido neste posto, tendo deliberado tornar-se dono de diferentes clubes de futebol e manter pela violência e sem favor dos outros aquilo que por acordo de todos lhe tinha sido concedido, depois de acercar desse desejo ter estabelecido acordos com as elites dirigentes dos clubes, que se encontravam em ação com os seus estatutos, que mandou assassinar jogadores e dirigentes, quando não apresentaram irregularidades administrativas, sócio-fantasmas, fontes de rendas não comprovadas e enriquecimento ilícito de dirigentes, entre mortos e dirigentes cooptados pelo crime, ocupou e manteve os clubes sem qualquer controvérsia. E, se bem os torcedores tivessem com ele rompido, não só pode manter os clubes como ainda, tendo deixado parte de sua gente no comando dos clubes, manipulou resultados e obteve títulos contestados levando alguns clubes a terem serias dificuldades após sua morte.

Quem considere, pois , as ações e a vida de Pablo Escobar, não encontrará coisa, ou pouca achará que possa atribuir à virtude como investidor: suas ações resultam, como acima disse, não do favor de alguém mas de sua ascensão no Cartel de Medelín, obtida com mil aborrecimentos e perigos, que lhe permitiu alcançar a condição de dono de clube de futebol, e depois mantê-los com tantas decisões criminosas e fraudulentas. Não se pode, ainda, chamar virtude o matar os torcedores, dirigentes e até jogadores, trair os aliados, ser sem fé e piedade, tais modos podem fazer conquistar o clube, mas não a glória desportiva. Ademas se considerar a virtude de Escobar no entrar e sair dos perigos e a grandeza de seu ânimo no suportar e superar as adversidades, não se achará porque deva ser julgado inferior a qualquer dos mais excelentes empresários; contudo, sua exacerbada crueldade e desumanidade, com infinitas perversidades, não permitem seja ele celebrado entre os dirigentes mais ilustres. Não se pode, assim, atribuir, à fortuna ou a À virtude e carisma aquilo que sem uma e outra foi por ele conseguido.

No Brasil, o Brasiliense Futebol Clube, Luiz Estevão, tendo anos antes se elegido senador, teve seu mandato cassado e foi preso acusado de desvio de milhões de reais das obras do TRT de São Paulo. Agnelo Queiroz ex governador do distrito federal, utilizou laranjas para lavar dinheiro no clube da capital federal. Mas, parecendo-lhe coisa servil o estar sob ordens de outrem, com ajuda de alguns torcedores, aos quais era mais cara a servidão que a liberdade em seu clube.

Poderia alguém ficar em dúvida sobre a razão por que Luiz Estevão, e algum outro a ele semelhante, após tantos anos no poder político, puderam criar um clube de futebol, institucionalizando suas práticas ilícitas e, ainda, lavar dinheiro através de um clube de futebol, sem que sua torcida contra ele tivesse conspirado, tanto mais notando-se que muitos outros não conseguiram manter o clube, mediante a corrupção, compra de árbitros, no duvidoso futebol brasiliense. Penso que isso resulte do dinheiro sujo ser mal ou bem usados. Bem usadas pode-se dizer serem aquelas (se do mal for lícito falar bem) que se fazem instantaneamente pela necessidade do firmar-se e, depois, nelas não se insiste mas sim se as transforma no máximo possível de utilidade para os torcedores; mal usados são aquelas que, mesmo poucas a princípio, com o decorrer do tempo aumentam ao invés de se extinguirem. Aqueles que observam o primeiro modo de agir, podem remediar sua situação com apoio de Deus e dos homens, como ocorreu com Agnelo Queiroz; aos outros torna-se impossível a continuidade na gestão do clube e nas conquistas de títulos.

Por isso é de notar-se que, ao ocupar o clube, deve o novo dono exercer todas aquelas ofensas que se lhe tornem necessárias, fazendo-as todas ao mesmo tempo só para não precisar renová-las a cada dia, assim poderá dar continuidade a lavagem de dinheiro, aos torcedores conquistá-los com benefícios ou títulos.



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