31 dez 2019 - 11h47

Retrospectiva 2019

Que ano mágico foi o de 2019 para os atleticanos. O ano do protagonismo. O ano da mudança de patamar. Era essa a expectativa de toda a torcida quando o ano se iniciava. O Clube que vinha da primeira conquista internacional de sua história, se preparava para uma temporada espetacular que aconteceria este ano. Era o início de temporada perfeito: calendário recheado de competições, base do elenco mantida, nova identidade do clube. Mas nem o melhor roteirista poderia escrever uma história com tantas emoções, reviravoltas e superações.

A exemplo de outros anos, o Furacão encararia o Campeonato Paranaense com sua equipe de Aspirantes. Havia muita confiança por parte da torcida e do elenco que o bicampeonato viria. O time vinha remodelado, com algumas peças novas, um técnico que parecia promissor, alguns jogadores experientes e reforços do time principal. Uma mistura ideal. O time de Aspirantes havia, no ano anterior, sido responsável por revelar grandes jogadores destaques na temporada e era visto como uma fonte de novos craques.

Em paralelo a isso, o mercado do futebol estava movimentado. Após perder alguns atletas importantes do elenco como Pablo e Raphael Veiga, o Furacão precisava se reforçar. E que reforços de peso foram contratados pelo Athletico nessa época: Marco Ruben, Léo Cittadini, Robson Bambu e Erick são exemplos de atletas contratados no começo do ano.

Enfim começaria o Campeonato Paranaense 2019. Estreia do recém-contratado técnico Rafael Guanaes no comando da equipe e nomes como Marquinho e Robson Bambu. Estreia também do novo uniforme que gerou muita polêmica quando lançado. Grande expectativa, Athletico favorito ao título. Mas, o Furacão iniciou tropeçando em casa. Um balde de água fria. Técnico vaiado ao errar substituição. Na sequência, derrota no Atletiba, empate contra o Paraná. O time estava longe do ideal. Acabou o primeiro turno, não fomos classificados, campanha péssima. Perdemos a taça Sicupira.

Enquanto o time de Aspirantes jogava, o time Principal se preparava para a extensa temporada que viria. O elenco e comissão técnica treinavam no CT desde janeiro. Na sequência, aconteceram dois jogos de pré-temporada, contra Guarani e General Diaz. O segundo adversário foi enfrentado pelo Furacão na Arena, sendo a apresentação oficial do elenco principal ao público. Momento muito especial. Era o início da temporada mais aguardada do clube. O Furacão venceu o jogo por 2 a 1. Tiago Nunes fez alguns testes e promoveu as estreias dos contratados Madson, Léo Cittadini, Marco Ruben, Tomás Andrade, Erick e Gabriel Poveda, além dos jovens Khellven e Jáderson. Mas o grande destaque foi Marco Ruben que fez o primeiro gol da partida, o primeiro dele com a camisa rubro-negra.

Após uma longa pré-temporada, o elenco embarcaria no início do mês de março para a Colômbia para enfrentar seu primeiro adversário da Copa Libertadores: o Tolima. A torcida, empolgada com o time que estrearia, encontrou o elenco no aeroporto para desejar boa viagem e emanar boas energias. Porém, o jogo não foi o que todos imaginavam. A estreia foi com derrota. O time não jogou bem. O time colombiano era muito forte fisicamente e dominava principalmente as bolas aéreas. A situação ficou dramática, pois o Athletico virou lanterna do grupo G. Na sequência, o Furacão encararia três partidas na Arena, precisando vencer todas para se garantir nas oitavas. E os adversários não eram simples: Jorge Wilstermann, Boca Juniors e Tolima.

O segundo turno do Campeonato Paranaense começa e o Furacão tem novidades. O time ganha três ótimos reforços: Erick, Khellven e Jáderson. O técnico Rafael Guanaes altera o esquema do time após o fracasso do primeiro turno e o Athletico aplica uma goleada histórica por 8 a 2 no Toledo que havia sido Campeão do primeiro turno. O time jogou o melhor futebol da temporada até então e alguns nomes começaram a se destacar, como Marquinho, Bergson, Bruno Rodrigues e o jovem zagueiro Lucas Halter que marcou seu primeiro gol nesta partida, além de demonstrar muita segurança defensiva.

A estreia do Furacão na Arena pela Copa Libertadores não poderia ser melhor. O time goleou o Jorge Wilsterman por 4 a 0, com direito a gols dos argentinos Marco Ruben e Tomas Andrade. Renan Lodi, Bruno Guimarães e Camacho já começavam a se destacar neste jogo. Porém o público deixava a desejar. Pouco mais de 17 mil pessoas compareceram. Muitos reclamavam de “clima de geladeira” devido à falta da presença da Torcida Organizada. Haviam problemas de relacionamento entre a torcida e a diretoria desde o final do ano. Discussões sobre o setor destinado à organizada, aumento no valor de ingressos, aumento na mensalidade, “torcida humana”. Tudo isso acontecia ao mesmo tempo em que o clube estava às vésperas de viver grandes momentos de sua história.

Enquanto isso, os Aspirantes davam show no Paranaense. O Athletico dominava o segundo turno, emendando goleadas. Bergson e Marquinho se destacavam como líderes da equipe. Cittadini fez seu primeiro gol com a camisa rubro-negra. Paulo André jogava algumas partidas para ajudar a organizar o setor defensivo. Chegamos à final da Taça Dirceu Kruger para enfrentar o Coritiba. Em jogo muito disputado, o Athletico saiu atrás no placar e conseguiu empatar aos 43 do segundo tempo. Nos pênaltis o Furacão foi Campeão do segundo turno, levando o troféu, entregue pelas mãos do ídolo coxa-branca. Na sequência houve a final do campeonato entre Athletico e Toledo. Mais uma vez a final foi para os pênaltis. Mais uma vez saímos vencedores. Erguemos a primeira taça do ano. Furacão Bicampeão Paranaense.

Fora de campo, o presidente Petraglia comemorava. Marca de 25 mil sócios. Especulações sobre propostas de clubes europeus começaram a chegar para Bruno Guimarães e Renan Lodi. Chance do clube participar do novo Mundial da FIFA. Na data do aniversário do Clube, um anúncio bombástico: A parceria com o Banco Digi+ que também viria a ser o patrocinador master da camisa do Athletico. Assinatura de contrato com a Rede Globo para transmissões em canal aberto, contrato com a Turner, Esporte Interativo para TV fechada. Várias perspectivas de bons negócios para o clube.

Chegou o mês de abril e o tão aguardado confronto contra o Boca Juniors. Diretoria começa a ceder e os valores dos ingressos pro jogo ficam mais baratos. A torcida comparece em grande número. Expectativa enorme pela partida. Um jogo que ficará pra sempre na história do clube como um dos grandes confrontos e uma das melhores apresentações do Furacão em campo. O Athletico goleou o Boca Juniors por 3 a 0, com direito a hat-trick do artilheiro Marco Ruben. O argentino, mesmo com o rosto ferido, foi capaz dessa façanha e se tornou ídolo instantâneo nessa partida. Jogou grande parte do tempo com uma atadura preta no rosto. Imagem emblemática. Foi uma exibição de gala do time inteiro. Destaque especial também para Rony, Renan Lodi, Lucho González, Bruno Guimarães e o goleiro Santos. O rubro-negro humilhou o Boca Juniors. Gritos de “olé” no segundo tempo. Uma vitória magnífica que nem o atleticano mais otimista poderia sonhar, se tornava realidade. Impossível esquecer. Um jogo para contar aos netos. A vitória contra o time argentino causou uma repercussão excelente em várias partes do continente. Jornais argentinos mostravam a vitória do “Paranaense” perante o poderoso Boca na capa. O Furacão começou a ganhar nome internacional. No Brasil também houve bastante repercussão. A Fox Sports chegou a tocar o hino do Athletico em um de seus programas. Muitos da imprensa tratavam a partida como “o jogo do ano” até aquele momento.

Com os outros resultados do grupo, o Athletico se tornou o líder do grupo G da Libertadores. Em meio a tudo isso, surgem notícias sobre interesse do Chelsea em Bruno Guimarães. O volante, assim como Tiago Nunes, Renan Lodi e mais alguns outros atletas criam uma identificação muito forte com toda a torcida atleticana. Elenco, comissão técnica e torcida estavam muito ligados em uma sinergia impressionante.

O jogo da volta contra o Tolima foi complicado. Foi uma partida de muito contato, poucas chances e grandes dificuldades. O Furacão conseguiu vencer por 1 a 0, com gol de Bruno Guimarães chutando de fora da área. Com a vitória, o Athletico encaminhava sua classificação para a fase seguinte, porém ainda não estava garantido.

A partida seguinte contra o Jorge Wilstermann também não foi fácil. Jogando na altitude, o Athletico perdeu o jogo por 3 a 2, com dois pênaltis marcados contra, ambos por toque na mão dentro da área. Porém a classificação veio logo em seguida com o empate no jogo entre Tolima e Boca Juniors. O Furacão estava garantido nas oitavas da Libertadores.

Na sequência, o Athletico ainda estrearia no Campeonato Brasileiro. Sem tanta pretensão assim pelo campeonato até porque possuía um calendário repleto de competições em 2019. Brasileirão, Libertadores, Copa do Brasil, Recopa e Levain Cup. Todos esses torneios fariam parte da agenda atleticana na temporada. O Furacão pegou a equipe do Vasco na primeira rodada. A estreia em casa não poderia ser melhor. Placar elástico de 4 a 1. Domínio completo.

Com o fim de abril se aproximando, atleticanos começaram a se mobilizar para o mês que era muitíssimo aguardado por toda a torcida. Em maio, o Athletico tinha a Recopa, quando encararia o atual campeão da América, o poderoso River Plate. Também tinha a partida de volta da Libertadores contra o Boca Juniors na Bombonera, última partida da fase grupos. Com isso, muitos torcedores já esquematizavam planos de viagem para a Argentina para acompanhar o time nas partidas que entrariam para a história do clube. Além disso, o nome do Athletico ganhava ainda mais força na Argentina. O Diário Olé publicou uma matéria muito acessada em que se referia ao Furacão como “o terror de River e Boca” e “uma equipe que mete medo”. Estávamos atingindo o tão aguardado “outro patamar”.

Se inicia o mês de maio e o Furacão perde para o Fortaleza no Brasileirão. Mais uma derrota fora de casa. Na sequência, ocorre o sorteio para as oitavas da Copa do Brasil e por coincidência o Athletico pega o mesmo time nesta etapa. Oportunidade para dar o troco. Nessa época, a agenda de jogos do Furacão estava muito complicada. Existia o acúmulo das diversas competições disputadas no período, fazendo com que o Athletico disputasse 10 jogos em 30 dias. Isso fez com que times mesclados fossem utilizados em determinados momentos, principalmente no Campeonato Brasileiro.

Finalmente chegou o aguardado confronto contra o Boca Juniors na mítica Bombonera. O Furacão chegava já classificado para o último jogo da fase de grupos da Libertadores. O jogo definiria quem seria o primeiro colocado do grupo. A partida foi dramática. Com erros de arbitragem, jogo bastante disputado, físico, intenso. O Athletico conseguiu sair na frente, com gol de Marco Ruben – o carrasco do Boca Juniors. Porém o time argentino empatou e conseguiu a virada quase no fim da partida. Balde de água fria nos atleticanos. A presença da torcida rubro-negra na Argentina foi simplesmente espetacular. Cerca de 2 mil atleticanos invadiram Buenos Aires e houve quebra de record de maior excursão paranaense em jogos internacionais. O Furacão estava quebrando barreiras. Quem pôde viajar, constatava nas ruas da cidade que não éramos qualquer clube desconhecido. Muitos argentinos identificavam o escudo rubro-negro e haviam adereços do Furacão sendo vendidos em determinados locais da cidade.

Pouco depois uma notícia que caiu como uma bomba no clube: Thiago Heleno e Camacho eram flagrados no exame antidoping. O fato ocorreu por um erro interno do próprio clube que fez com que os atletas consumissem uma substância proibida. Ambos seriam punidos e não poderiam atuar por tempo indeterminado.

Neste período também houve contato da Seleção Olímpica Brasileira, demonstrando interesse em Renan Lodi e Bruno Guimarães para a disputa do Torneio de Toulon. Problema que tal convocação concorreria com as datas da Recopa. Portanto o Athletico não liberou os atletas e solicitou a desconvocação à CBF, o que não aconteceu.

Em seguida houve a comemoração do aniversário de 75 anos do Sicupira. O craque da camisa 8, inclusive, esteve presente na Bombonera contra o Boca Juniors dias atrás. Ocasião em que os atleticanos o homenagearam cantando “parabéns” no intervalo. Campanhas foram feitas nas redes sociais, torcedores foram ao estádio “fantasiados” com bigode e o ídolo foi homenageado no gramado durante o jogo contra o Bahia. Placas de homenagem foram entregues e o ídolo ficou bastante emocionado.

Na sequência, ocorreu o sorteio para as oitavas da Libertadores: íamos novamente enfrentar o Boca Juniors. Seriam quatro confrontos em um ano. Dois jogos contra o River Plate. Os dois finalistas da última Libertadores. Os dois gigantes da América. Realmente a régua subiu.

Chegou enfim a estreia do Athletico na Copa do Brasil. O rubro-negro empatou o primeiro jogo com o Fortaleza fora de casa em 1 a 1 e seguia sem vencer fora da Arena na temporada. Começou a pegar um estigma que não vencia partidas fora devido à grama sintética.

Finalmente chegara o aguardado jogo da Recopa. O enfrentamento dos campeões da América. Momento de encarar o poderoso e técnico time do River Plate. A chance de levantar mais uma taça internacional em apenas dois jogos. O primeiro jogo foi na Arena. A torcida esteve presente com mais de 30 mil torcedores. Um belo mosaico se apresentou durante o hino nacional estampando a frase “Por mais essa taça”. O jogo foi eletrizante, com oportunidades para os dois times, mas com domínio amplo do Furacão. O Athletico saiu vencendo, com um lindo gol coletivo. Passe magistral de Bruno Guimarães para Renan Lodi que encontra Rony na área. Ele gira e faz o passe na pequena área para o matador Marco Ruben guardar seu quinto gol contra equipes argentinas neste ano. O Furacão sufoca o River, mas não consegue ampliar o placar e o jogo termina em 1 a 0. A impressão geral, inclusive para a imprensa argentina, é que “ficou barato” para o River. A própria Conmebol enalteceu o Athletico, publicando em suas redes um texto poético a respeito do clube e sua vitória perante o River Plate.

Com as recentes apresentações, o rubro-negro atinge um nível de confiança muito forte na temporada. Ganhar com soberania de clubes tão importantes como River e Boca representam um marco histórico no Club Athletico Paranaense. Torcedores conversam por todos os lugares que essas vitórias já valeram o ano. Que somos a nova força da América do Sul. Estávamos nos tornando um time “com casca”. Um time maduro, diferente. Habituado a vencer confrontos difíceis. A lidar com a pressão.

Porém no jogo da volta da Recopa não foi o que se viu. O Athletico parecia irreconhecível em campo. O time que ficou conhecido por dominar a posse de bola e ações do jogo, ficou acuado, errando muitos passes e forçado a fazer ligações diretas. O River Plate marcou muito bem a saída de bola e não deixava o Athletico respirar. O Furacão até conseguiu segurar o River um bom tempo, mas o time argentino conseguiu vencer a partida por 3 a 0 e ergueu a taça da Recopa.

No início de junho, o Athletico vence o Fortaleza na Arena e avança às quartas-de-final da Copa do Brasil. O jogo foi bastante equilibrado e com poucas chances, mas o rubro-negro conseguiu sair com a vitória por 1 a 0, gol quase no final da partida de Marco Ruben. O nono dele na temporada. Artilheiro rubro-negro ganhava muito destaque, fazendo gols importantíssimos na campanha.

Neste período, fora de campo começaram a ocorrer embates contra a CBF em relação à Renan Lodi. O Athletico solicitou à Confederação a desconvocação do atleta, mas não foi atendido. Com isso, o jogador ficou impedido de atuar pela equipe até o dia 15 de junho, data em que terminaria o torneio para o qual havia sido convocado. Renan acabou sendo negociado na sequência com o Atlético de Madrid, pelo valor aproximado de 20 milhões de euros. Negociação mais cara da história do clube. Porém não conseguiu se despedir do Athletico devido ao impasse com a CBF. Assim se encerrava o ciclo de um dos laterais mais brilhantes que já vestiram a camisa atleticana. Ídolo rubro-negro, carismático e muito técnico, Renan saiu daqui para voar na Europa, com muito potencial para se tornar uma referência na lateral esquerda.

No Brasileirão, o Athletico seguia irregular. Ganhando partidas em casa e sem vencer fora até então. Na sequência, ocorreu o sorteio para as quartas-de-final da Copa do Brasil. O Athletico enfrentaria o Flamengo. Primeiro jogo marcado para a Arena e o segundo jogo no Maracanã.

No jogo de ida, muita polêmica e arbitragem ruim. O Athletico teve dois gols anulados pelo VAR. O goleiro do Flamengo pegou a bola com a mão fora da área e não foi marcada infração. Mas o Athletico jogou muito bem essa partida e conseguiu marcar o primeiro com Léo Pereira após cobrança de escanteio. Porém o Flamengo empatou com Gabriel, após falha da defesa. Com o resultado, o Athletico precisava da vitória no Maracanã.

O empate no primeiro jogo gerou um clima de “Flamengo já ganhou” por parte de toda a mídia. O time comandado por Jorge Jesus era superpoderoso, contava com elenco estrelado, salários altíssimos.

Mas havia o jogo da volta no Maracanã. A partida foi dura, intensa, emocionante, muito disputada. Primeiro tempo de muitas faltas e domínio carioca. No segundo tempo, o Flamengo abre o placar com Gabriel. Mas o Athletico conseguiu empatar numa bela jogada coletiva. Marco Ruben fez um pivô no meio campo e toca pra Nazário que faz um lindo lançamento rasteiro para Rony que dispara na corrida e empata a partida. Fomos para a disputa de pênaltis. E brilha a estrela de Santos! Nosso goleiro ficou parado em pé no meio do gol na cobrança de Diego e faz uma defesa emblemática. Ainda defendeu a cobrança de Everton Ribeiro. Vitinho chutou por cima. Bruno Guimarães converte a última cobrança. O Furacão saía classificado do Maracanã lotado! Ainda houve uma provocação histórica feita pelos jogadores do Athletico, imitando a comemoração de Gabriel e fazendo alusão ao “cheirinho”.

Fora de campo, o Athletico investiu no jovem Abner Vinícius, vindo da Ponte Preta. Foi a contratação mais cara do clube até o momento, adquirido por R$ 10 milhões. Na sequência viria uma contratação de impacto: Adriano. Nascido em Curitiba, formado no rival e com longa experiência vitoriosa no futebol europeu, escolheu o Athletico mesmo tendo recebido propostas de outras equipes como o São Paulo.

Final de julho, o Athletico finalmente vencia sua primeira fora de casa. Vitória de 4 a 0 sobre o CSA. Destaque especial para Cittadini que atuou muito bem nessa partida. Ele que estava sendo contestado por parte da torcida até então por atuar pouco e não se apresentar tão bem, fez ótima partida e passou a aparecer cada vez mais na temporada.

Chegava enfim as oitavas da Libertadores. O Athletico enfrentaria o Boca Juniors novamente. Antes do jogo, torcida e diretoria finalmente se entendem e há trégua. Os valores dos ingressos pro jogo ficam mais baratos do que eram. A bateria e a festa da torcida também volta a ser liberada a partir desse jogo. O fato é muito comemorado e vira um marco nesse ano. Torcida enche o estádio e bate o record de público na temporada. Aproximadamente 35 mil atleticanos acompanhavam a partida. Mas em campo o time não correspondeu. O Furacão fez uma partida abaixo do esperado e perdeu por 1 a 0, com gol próximo ao fim da partida. O Athletico ainda teve a chance de empatar com Marco Ruben de pênalti, mas o argentino chutou a bola na trave.

Entre um jogo eliminatório e outro, o Athletico vence mais uma partida fora e começa a se destacar no Campeonato Brasileiro, ficando apenas a um ponto do G6. Após a parada para a Copa América, o Athletico é o time com a melhor campanha do campeonato.

No jogo da volta na Bombonera, o Athletico é amplamente dominado pelo Boca Juniors. O time argentino pressionou muito, marcou bem e não deixava o rubro-negro jogar. Placar final: 2 a 0 para o Boca. Athletico eliminado da Libertadores. A eliminação foi dura, mas assim como a derrota para o River, serviu para o time amadurecer e criar mais resistência para enfrentar confrontos duros que viriam.

Em agosto, uma competição especial, diferente: a Levain Cup. Possibilidade de levantar mais um troféu internacional. E ele veio. O Athletico, atual campeão sul-americano, derrotou o Shonan Bellmare, atual campeão da Copa J. League Japonesa, em território japonês, pelo placar de 4 a 0 e conquistou o título que apenas o Internacional possuía no Brasil. O jogo foi tranquilo. O Furacão demonstrou sua soberania naturalmente com o decorrer da partida. Houve até um número considerável de torcedores rubro-negros que viajaram para assistir a partida. Cerca de 50 pessoas puderam acompanhar o Athletico levantando a primeira taça intercontinental de sua história. Nosso segundo título em 2019. Mas o melhor ainda estava por vir.

Nas semifinais da Copa do Brasil, o Athletico encararia a tradicional equipe do Grêmio. As equipes estavam enfrentando momentos diferentes na temporada. Enquanto a equipe gaúcha estava passando por uma fase irregular, o Furacão vinha com uma campanha muito boa após a parada da Copa América. O primeiro jogo foi na Arena Grêmio e a equipe gaúcha massacrou o Athletico. Foi uma das piores apresentações do rubro-negro na temporada. Uma noite para se esquecer. O Furacão foi amplamente dominado em campo pelo Grêmio que aplicou um 2 a 0 fácil no jogo. E ficou barato. O Grêmio cansou de perder gols no segundo tempo.

O resultado abalou as esperanças de boa parte da torcida na época. Afinal, era complicadíssimo reverter um resultado desses em cima de uma equipe como o Grêmio. Entre uma partida e outra, o Athletico venceu o Galo, mas perdeu para o São Paulo na Arena. Enfrentamos inclusive o próprio Grêmio pelo Campeonato Brasileiro em Porto Alegre. Outra derrota. O time não passava confiança. O clima era de terra arrasada na torcida rubro-negra. O time acumulava 5 derrotas nos últimos 7 jogos. O técnico Tiago Nunes começou a ser contestado por parte da torcida. O primeiro turno estava próximo ao fim, o Athletico ficando pra trás do topo da tabela e a Copa do Brasil escapando. Era a hora de reverter este cenário!

E chegou o dia da partida mais emblemática do ano para o Athletico! A semifinal contra o Grêmio. O jogo da remontada histórica. Do inimaginável. Do impossível sendo concretizado. E assim aconteceu. O Athletico veio a campo com uma escalação diferente: com Khellven e Léo Cittadini. Com isso o time ficou mais leve e rápido. Fez toda a diferença. O Athletico foi pra cima e marcou logo no começo. Bruno Guimarães deu um forte chute que explodiu no travessão. A bola sobrou pra Nikão que completou. O Furacão ampliou no segundo tempo com Marco Ruben com um leve desvio de cabeça após cruzamento. O jogo seguiu movimentado, mas acabou com o mesmo placar do primeiro jogo. A partida foi para disputa de pênaltis. A série de cobranças foi tensa, com ambas equipes batendo bem. Bruno Guimarães, Lucho, Nikão, Marcelo e Marco Ruben converteram pelo Athletico. Aí apareceu mais uma vez a estrela do goleiro Santos que defendeu a última cobrança gremista. O Furacão estava classificado para a Final da Copa do Brasil!

A final seria contra o time do Internacional. Anteriormente, inclusive, toda a mídia nacional dava como certo que a final da competição seria o clássico gaúcho. Praticamente ninguém contava com a virada histórica do Athletico perante o Grêmio. E, mais uma vez, íamos para a disputa como azarões.
A torcida encheu a Arena com quase 40 mil torcedores. Record de renda da partida desta noite. O jogo foi de muita disputa. Mas dava para notar que o Inter viera para se defender. O Athletico dominava amplamente a posse de bola, mas tinha poucas chances claras de gol. No segundo tempo, entra Thonny Anderson e muda a partida. Puxou um contra-ataque, Bruno Guimarães tabelou com Marco Ruben e invadiu a área chutando no ângulo. 1 a 0 pro Furacão. O gol incendeia o jogo. Pouco depois Rony teve uma excelente chance, mas o goleiro do Inter fez uma ótima defesa. O time gaúcho ainda teve algumas oportunidades, mas os times acabaram ficando satisfeitos com o placar.

Pelo Campeonato Brasileiro, o Athletico perdia em casa pro Avaí com os reservas e terminava o primeiro turno em 11o lugar. Após o jogo, houve uma polêmica entrevista do Tiago Nunes em que o mesmo disse não saber se sairia após o título e que estava muito cansado. Após isso, o técnico se pronunciou nas redes do clube e desconversou.

Enfim é chegada a grande noite. Finalíssima da Copa do Brasil no Estádio Beira-Rio em Porto Alegre. Estádio lotado, record de público no Beira-rio. As duas torcidas compareceram em peso, ambas muito confiantes. O placar deixava o confronto totalmente aberto. Foi um jogo muito truncado, de muitas faltas e pouca bola rolando. Aos 23 minutos a torcida rubro-negra explodiu de alegria. Em contra-ataque rápido, Rony lançou Marco Ruben que achou Cittadini entrando na área. 1 a 0 pro Athletico. Mas em seguida, um balde de água fria. Em bate e rebate na área, Nico Lopez empata a partida, ainda no primeiro tempo. O jogo foi pura tensão para quem acompanhava a partida. Um gol do time gaúcho poderia levar a partida para os pênaltis. Seria a terceira decisão em sequência nas penalidades que o Furacão ia enfrentar. Ninguém queria isso. Mas aí, já nos acréscimos, acontece um lance genial que ficará eternizado na memória dos atleticanos. Marcelo Cirino puxa a marcação de dois adversários para próximo do escanteio. Ele dá uma puxada de letra entre as pernas do jogador, fazendo os atletas baterem cabeça, desconcertados. Segue a jogada, dribla mais um e rola pra dentro da área. Rony recebe e escora para as redes. A torcida vai à loucura! Athletico 2, Inter 1. Athletico Campeão da Copa do Brasil 2019. Jogadores comemoram com torcedores. Uma festa só no Beira-rio. Festa rubro-negra.

No retorno à Curitiba, mais festa! Jogadores e comissão são recepcionados no aeroporto por milhares de atleticanos com uma festa muito bonita. São escoltados pela torcida, carro de som até a Arena da Baixada, onde a festa continua. É tocado o hino do clube e canções como “We are the Champions”. Muita emoção e alegria por parte de todos os presentes. Funcionários do clube são homenageados. Discursos do técnico e jogadores. Muita festa durante longas horas. Comemoração mais do que merecida.

Passadas as comemorações, algumas novidades. Goleiro Santos e Bruno Guimarães são convocados para a Seleção Brasileira e Olímpica. Tiago Nunes sinaliza permanência após final da temporada e afirma que o time irá disputar o Brasileirão 2019 pelas primeiras posições, mesmo já estando classificado para a próxima Libertadores.

Porém um fato assustador aconteceu neste período. O presidente Petraglia, homem forte rubro-negro, foi internado no hospital na véspera do último jogo da decisão. Teve problemas no intestino e precisou de diversas cirurgias, com quadro clínico complexo. Precisou ainda permanecer hospitalizado por mais 45 dias até receber alta. Muitos rubro-negros fizeram uma corrente positiva para que o presidente se recuperasse bem. Todos ficaram muito preocupados com as condições de saúde do mandatário atleticano.

Começa o segundo turno do Campeonato Brasileiro e o Athletico empata com o Vasco fora de casa. Ganha de goleada do Fortaleza, mas empata com a Chapecoense em casa, no centésimo jogo de Bruno Guimarães com a camisa rubro-negra. Nesta época do ano, só restava esse campeonato para disputar. Se antes o elenco precisava ser mesclado para priorizar competições, agora o foco era total no Brasileirão. Isso contribuiu para o alto desempenho do Athletico neste período.

No começo de outubro, uma perda enorme para o camisa 9 atleticano. Falecia na Argentina o pai do atacante Marco Ruben. A perda do ente querido deixou o atleta abalado devido à sua forte conexão com a família. Isso fez com que o mesmo acabasse decidindo não aceitar permanecer no Athletico para a próxima temporada. O Furacão desejava a continuidade do ídolo no clube, mas respeitou o desejo do atleta em retornar para junto de sua pátria e sua família ao término do contrato de empréstimo.

Thiago Heleno finalmente volta aos gramados após a suspensão por doping no jogo contra o Bahia. O Furacão venceu mais uma fora de casa. Na sequência, empate contra o Corinthians fora de casa, apesar da enorme superioridade na partida. Athletico se mantinha invicto no Brasileirão após o título.

Aconteceria então um jogo aguardado por muitos. Athletico e Flamengo se enfrentariam na Arena. O Flamengo, líder disparado do Campeonato Brasileiro, o time que ninguém conseguia parar. O Athletico, campeão da Copa do Brasil, talvez o único que batia de frente com o carioca, o time que calou o Maracanã, eliminando o Flamengo meses atrás. Pena que ambos estavam desfalcados nesta data. Isso acabou afetando a partida. Athletico sem o goleiro Santos e Bruno Guimarães. Flamengo sem Gabriel. Atletas convocados pela Seleção Brasileira e Olímpica. O jogo estava sendo muito igual e disputado, até que o goleiro reserva do Athletico comete falha na saída de bola e o Flamengo abre o placar. O Furacão se abre mais para tentar igualar. No fim, o Flamengo amplia. Fim de jogo, Athletico perde por 2 a 0. Fim do tabu. Flamengo não vencia o Athletico em Curitiba desde 1974.

Na partida seguinte, retorno ao Maracanã pelo Brasileirão e vitória ao natural sobre o Fluminense. A quinta consecutiva perante os cariocas. Tiago Nunes completava 100 jogos no comando do Athletico. A sina de perder fora da Arena também estava caindo por terra. O Furacão completava seis jogos sem derrotas longe do Caldeirão. Porém na Arena, o Palmeiras conseguiu arrancar o empate.

O retorno do jogador Camacho ocorre na partida contra o Goiás. Virada maiúscula do Furacão, com direito a primeiro gol de Adriano com a camisa atleticana. Goleada por 4 a 1, jogo lindo de ver. Na sequência, o Athletico retorna ao Beira-rio para enfrentar o Inter. Em jogo pegado e com certo clima de revanche, o rubro-negro sai atrás no placar mas consegue empatar, se mantendo invicto contra os gaúchos durante a temporada. De volta à Arena, o Furacão ganha do CSA por 1 a 0 e entra de vez no G6 do Campeonato Brasileiro. Mesmo já classificado para a Libertadores, o Athletico fazia um excelente segundo turno e atingia sua meta de brigar pela ponta da tabela.

Nesta época, a torcida atleticana sofreu um golpe que jamais poderia imaginar. Talvez o único treinador que atingiu o status de idolatria dentro do Athletico, cometeria um ato imperdoável para a maioria da torcida. Tiago Nunes que, por diversas vezes, declarava que tinha intenção de renovar seu contrato, não se importava com dinheiro, que amava a cidade, acabou trocando o Athletico pelo Corinthians. O ex-treinador ainda levou alguns membros da comissão técnica, gente que era funcionária do clube. Grande parte da torcida ficou extremamente triste e revoltada com a situação. Tiago saiu pela “porta dos fundos” do Furacão. Conquistou títulos, alcançou sua glória, com certeza marcou seu nome na história. Mas ao mesmo tempo saiu com sua honra manchada. Não precisava.

Vida que segue, o jovem Eduardo Barros assume o comando de maneira interina. Athletico empata com Cruzeiro em 0 a 0 na Arena na estreia do novo técnico. Resultado injusto, pois o goleiro Fábio salvou o Cruzeiro diversas vezes. No segundo jogo, o novo técnico já consegue vitória sobre o São Paulo no Morumbi. Gol salvador de Cirino com assistência de Vitinho, quase no final da partida. Em seguida, mais uma vitória por 1 a 0, desta vez contra o Botafogo em casa. E depois mais uma, agora contra o Galo em Minas Gerais. Eduardo Barros se mostrava um técnico tranquilo e eficiente. Sempre sensato nas coletivas. Não quis inventar. Deu continuidade ao trabalho que já estava funcionando. Estava tendo muito sucesso e agradando a todos.

Aconteceria então um ótimo teste para o treinador. Jogo contra o Grêmio na Arena. Ambos os times brigando por G4. Time gaúcho ainda engasgado com a eliminação na Copa do Brasil. Houve promoção de ingressos e mais de 20 mil torcedores acompanharam a partida. E foi um banho de bola dado pelo Furacão. Com alterações promovidas pelo treinador, o Furacão controlou as ações do jogo e o Grêmio não ofereceu perigo algum na partida. O primeiro gol foi um golaço de Márcio Azevedo, após troca de passes rápidos com Rony pela esquerda. O segundo saiu de pênalti batido por Nikão após marcação apontada pelo VAR. Após isso, o Grêmio se descontrolou na partida e teve jogador expulso. A torcida atleticana provocou. Gritos de “olé” e “timinho” ecoaram no estádio. Um baile do Furacão em cima do time do Rio Grande do Sul. Isso deu muita moral ao jovem técnico Eduardo Barros.

Em seguida o Furacão foi enfrentar o Ceará no Castelão. Jogo complicado. O Ceará fugindo do Z4 saiu na frente já no segundo tempo. Athletico conseguiu empatar o jogo nos acréscimos com o lateral Madson de cabeça, fazendo seu quinto gol na temporada.

Outra partida marcante do Furacão: Athletico e Santos na Arena. O jogo da despedida da temporada. Mais uma vez promoção de ingressos. Arena bastante cheia. Todos muito emocionados durante o jogo. E mais do que tudo: AGRADECIDOS. Por tudo que aquele elenco havia nos dado neste belo ano de 2019. O jogo marcava também a despedida de alguns ídolos emblemáticos e que fizeram história no clube: Marcelo Cirino, Marco Ruben e Bruno Guimarães. O evento em si tinha todo esse contexto, mas os atletas jogaram pra valer. Disputado, intenso, jogo bonito. Duas das melhores equipes do campeonato estavam no campo. Famoso jogo lá e cá. E o gol não poderia ser de mais ninguém a não ser dele: Marco Ruben! O artilheiro rubro-negro que vai deixar saudades eternas na torcida atleticana. E foi bem ao seu estilo. Cruzamento de Rony, peixinho do camisa 9. Um toque na bola, golaço! Final, 1 a 0 pro Athletico. Após a partida, houve muita comemoração com a torcida, homenagem aos funcionários do clube que entraram em campo com uma camisa comemorativa, discursos dos atletas que se despediam, torcida ovacionando o nome dos atletas um a um, troféus da temporada desfilaram em campo durante o intervalo. Esse jogo foi pra isso. Celebrar 2019 e nossas conquistas.

Após a partida, em entrevista coletiva o Diretor de Futebol Paulo André anuncia o técnico Eduardo Barros como treinador da equipe de Aspirantes do Campeonato Paranaense de 2020. Há surpresa e felicidade na reação do jovem profissional. Afirma também que há procura por um treinador para a equipe principal que deverá ser anunciado nos próximos dias.

A última rodada do Brasileirão foi contra o Avaí fora de casa. Time todo reserva. Boa parte do elenco já de férias. Jogo morno, quase sem oportunidades. Empate sem gols. Com os resultados da última rodada, Athletico terminava em 5o. Lugar no Campeonato Brasileiro. Ótima campanha.

Balanço final do ano de 2019: Que temporada magnífica! Objetivos atingidos. Realmente subimos de patamar. Furacão ergueu 3 taças na temporada: Campeonato Paranaense, Levain Cup e Copa do Brasil. Uma estadual, uma intercontinental e uma nacional. E muito além. O Athletico acumulou mais de 160 milhões de reais em premiações dos diversos torneios que participou e exibições em TV aberta e fechada. Nunca houve tanta receita em nossa história. O Furacão bateu record de renda na Arena. Record de maior excursão internacional. Record de venda mais cara do clube. O time em campo também foi sensacional. Terminamos a temporada somando 13 jogos de invencibilidade. Sem perder fora de casa há 10 partidas. Possuímos a segunda melhor defesa do Brasileirão. E pra finalizar, Bruno Guimarães e Santos são escolhidos para a Seleção do Campeonato Brasileiro.

Que 2019! Não poderia ser melhor. Foi um ano cheio de conquistas. De alegrias. De emoções.

Esperamos que você, torcedor atleticano, tenha VIVIDO O FURACÃO como nós vivemos.

E, após esse ano maravilhoso que passamos juntos mais uma vez, não podemos desejar outra coisa, se não….

UM 2020 COM MUITA PAZ.



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