20 set 2020 - 13h27

Colecionadores da nossa paixão

Para alguns torcedores atleticanos, não basta apenas vestir a camisa por amor. É preciso guardar algumas, centenas delas num acervo particular, em coleções prá lá de especiais com diversas versões e modelos da camisa rubro-negra!

São torcedores que compartilham, além da paixão pelo Athletico Paranaense, outro sentimento em comum: o da busca incessante por raridades em forma de camisas, relíquias que encantam os olhos dos apaixonados por futebol e enchem de orgulho todos aqueles que gostam do resgate da história e tradição do nosso Furacão!

Hoje, a Furacao.com traz uma reportagem especial sobre esse gosto particular de colecionar camisas, com histórias que materializam um pouco mais o nosso legado e tradição, contadas por cinco colecionadores de camisas do Athletico: Sandro Michailev, Eliezer Huchak, João Cardoso Neto, André Vinicius Reche Bezerra e Marco Antônio Suzuki. Convidamos você a fazer essa volta ao tempo conosco e entrar no fantástico mundo do colecionismo!

O grau de importância e raridade

Engana-se quem pensa que vida de colecionador é fácil. Primeiro porque encontrar uma camisa rara, não é tarefa nada fácil, com muitas aventuras atreladas a cada nova aquisição.

E, não basta “apenas ter” a camisa, é preciso encontrar o verdadeiro significado dela, o que demanda muita pesquisa – seja na internet, livros ou biblioteca, reportagens de época e até mesmo consultas a atleticanos de tempos mais antigos! Faz parte da magia do colecionador ter toda essa base de dados agregada ao seu “pedaço de pano” tão importante e especial… “Faço pesquisa na internet, vídeos no YouTube e também com amigos do colecionismo, alguns que são verdadeiras enciclopédias atleticanas”, revela o torcedor Eliezer Huchak, que tem cerca de 220 camisas em seu acervo particular.

O grau de importância de cada item é medido pela relevância histórica, além, claro, de outros fatores agregados: “Quanto mais antiga, mais história a camisa conta. É sempre muito importante datar a camisa e, tão importante quanto, é achar uma foto da camisa da época”, explica Marco Antônio Suzuki, atleticano e criador do grupo de colecionadores de camisas no whatsapp, que tem um acervo com mais de 350 itens, numa coleção iniciada há 6 anos.

Adiciona-se à importância “se a camisa, de fato, foi usada em algum jogo, a quantidade de camisas produzidas daquele modelo ou até mesmo se a camisa está atrelada a algum fato histórico para o clube”, explica o torcedor João Cardoso Neto, que começou sua coleção no final do ano passado e já acumula um acervo próprio com mais de 130 itens.

Mas outros fatores ajudam a tornar a peça ainda mais raridade. “Tem o uso em jogo único, ou um patrocínio pontual… Patrocínios costurados ou o tempo de permanência de determinado fornecedor esportivo também interferem bastante”, explica o colecionador atleticano Sandro Michailev, que começou sua coleção no final da década de 90, mas não se prende à quantidade atual de camisas que tem guardada: “Nunca tive curiosidade de contar. Sempre falo que, para mim, não importa a quantidade e sim a qualidade.”

Cuidados especiais e forma de uso

Provavelmente à essa altura você esteja curioso em saber como e onde guardar essas centenas de camisas tão especiais, não é mesmo? Cada colecionador tem seus truques e espaços, mas uma coisa é comum a todos: tem que dedicar cuidado no armazenamento e conservação!

Há quem reserve em casa armários ou araras exclusivas para essas peças tão importantes e, na hora de lavar, alguns truques especiais. Anoite aí as dicas do Marco Antônio: “não lavo na máquina, procuro apenas deixar de molho algumas horas e com pouco sabão, estendo no varal sem torcer e deixo secando sempre à sombra.”

A usabilidade é um assunto polêmico, pois muitos preferem apenas para guardar a recordação histórica, sem desfilar com os modelos – optando, para esse fim, os modelos mais atuais. “Vou aposentando as camisas no mínimo sinal de desgaste e geralmente uso muito mais as novas”, diz o torcedor André Vinicius Reche Bezerra. Uma opção para esses apaixonados por antiguidades são as camisas retrôs. “Tenho alguns modelos retrô e acabo usando mais para não estragar as camisas da coleção”, conta Sandro, revelando outro segredinho: “Algumas tenho repetidas de maneira estratégica, porque gosto do modelo ou é o mais confortável, assim posso usar algumas da coleção.”

As “queridinhas” dos colecionadores

Apesar do gosto pessoal de cada um variar bastante, existe quase um mantra entre quem coleciona camisas: os modelos mais antigos, pré-Umbro, são os preferidos. “É meio que senso comum entre os colecionadores de camisas do Athletico que a Adidas é espetacular. O pessoal que coleciona gosta mais dos modelos para baixo de 96, não sei se é porque lembra nossa época de criança… Eu gosto muito das camisas da Adidas e da Rainha, porque remetem ao ano do meu nascimento”, diz Sandro.

Já o André tem uma preferência particular pelas camisas número 2. “Em termos de estética, as Umbro são lindas demais, claro que elas não são as mais valiosas na coleção, por serem mais recentes. Em termos de coleção, gosto muito das brancas antigas – não as tenho, são raras e caras, mas estão no projeto”, diz.

E, ainda, algumas raridades usadas por ex-jogadores, como lembra o João Neto: “As minhas preferidas na coleção são a camisa que o lateral Ariovaldo utilizou no Paranaense de 82, a camisa do saudoso Sotter, bem como as camisas em homenagem ao Ricardo Pinto e Oséas, além de uma camisa Proonze rubro-negra manga longa, que só conheço mais um outro colecionador que tenha essa camisa no formato manga longa.”

Exemplos que nos mostram que valorizar e resguardar as glórias do passado ajudam a tornar sempre viva a nossa tradição e história, desta forma colecionada e exibida com uma boa dose de orgulho e amor!



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