5 nov 2001 - 18h40

Escola do CT do Atlético ajuda a formar jogadores

Não é somente com treinos físicos e táticos que se forma um jogador de futebol. Com esse pensamento, o Clube Atlético Paranaense decidiu proporcionar aos seus atletas acesso à educação. Para isso, instalou uma escola dentro do Centro Treinamento Alfredo Gottardi Caju, morada de vários atletas, inclusive da categoria profissional.

O projeto começou a ser desenvolvido em 1997. A escola é coordenada pelo professor Miguel Figura, formado em História da Arte e Filosofia e pós-graduado em Educação Fundamentada na Arte. A estrutura disponível para os alunos, entre atletas e funcionários do clube, conta com dois computadores, uma mini-biblioteca com 2000 exemplares e uma estrutura de professores de reforço e acompanhamento.

“Quando eu não posso sanar as dúvidas dos alunos, nós contratamos professores para virem ao CT ajudar com aulas de reforço”, disse o professor Figura, como é conhecido por todos no Atlético.

O sistema de educação funciona com três grupos. O primeiro grupo é formado por atletas que nunca deixaram de estudar e estão na idade compatível com o nível educacional. Esses atletas freqüentam no período noturno a escola Padre Cláudio Morelli, na região do Umbará, próximo ao CT.

“Existem alunos que nunca deixaram os estudos. Esses freqüentam uma escola da região e nós apenas auxiliamos nos estudos e realizamos o papel de pai, assinando boletim e renovando a matricula”, explicou o professor.

O segundo grupo é formado por jogadores que deixaram de estudar por um período. Esses atletas realizam um intensivo, conhecido como Supletivo. O Atlético contrata professores que vão até o CT e ensinam aos garotos. Quando estão prontos é marcada uma data e provas são realizadas.”No grupo do supletivo nenhum aluno sai do CT. O Atlético contrata os professores e realiza as provas”.

O último grupo é formado exclusivamente por funcionários do clube. “São pessoas que não estudam há mais de vinte anos e tem vontade de voltar a aprender. Eles servem de exemplo para os jovens devido à determinação e vontade”, elogiou Figura. Todo material escolar é distribuído gratuitamente pelo Atlético.

O projeto vem surtindo ótimos resultados. São dezenas de jogadores que já concluíram o ensino fundamental. Um exemplo é o zagueiro Daniel que faz parte do elenco principal do Atlético. Após três anos conciliando aulas, horas de estudo e os treinos, o zagueiro completou os estudos no final do ano passado.

“A oportunidade que o Atlético dá é muito boa. Se não fosse dessa maneira seria impossível estudar devido aos treinamentos”, explicou Daniel.

Outros exemplos que também cursaram a escola no CT são o meia Kléberson e o lateral-esquerdo Fabiano. Ambos não terminaram o ensino fundamental em virtude de começarem a jogar no profissional muito cedo. Porém, os jogadores sabem da importância e pretendem terminar os estudos. “Atualmente é muito difícil devido aos treinos, viagens e concentrações. Mas, um dia quero voltar a estudar”, afirmou Kleberson.

A intenção do Clube Atlético Paranaense com o projeto é dar a oportunidade para todos os jogadores terem acesso ao ensino educacional. O clube sabe da importância do estudo na vida de um jogador de futebol, principalmente por ser uma pessoa pública.

“Além de formar jogadores, o Atlético está ajudando a formar cidadãos. Hoje o garoto é um jogador. Amanhã talvez não seja mais e com certeza vai precisar de estudo para continuar a vida”, afirmou o professor Figura.



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