14 dez 2001 - 1h08

Estádio do São Caetano está em situação irregular

Se prevalecer a lei, o São Caetano não vai poder jogar em casa a última e decisiva partida da final do Campeonato Brasileiro, no dia 23, contra o Atlético-PR. O Estádio Anacleto Campanella, propriedade da prefeitura de São Caetano do Sul, encontra-se em situação irregular. O Estado apurou que o local ainda não conta com o Atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). O documento é obrigatório em caso de espaços utilizados para esse tipo de evento.

E mais. O local vem sendo utilizado de maneira irregular ao longo de toda a competição. A polêmica, desta vez, não diz respeito exclusivamente à capacidade do estádio, mas sim a sua situação perante à legislação. “O local não está em situação legal. Ponto!”, garantiu o capitão do 8.º Grupamento do Corpo de Bombeiros, Orlando Taveiros. “Não estamos preocupados, estamos muito preocupados.”

O problema é o seguinte: para a liberação de ginásios e estádios para abrigar eventos, é necessário que o proprietário do espaço, no caso de São Caetano do Sul a prefeitura, cumpra o Decreto 38.069, de 1993. O primeiro passo é encaminhar ao Corpo de Bombeiros uma “proposta de proteção e combate a incêndio”. Isso ocorreu. Em seguida, a corporação realiza um levantamento sobre o local e encaminha ao proprietário a relação de providências a serem tomadas, como colocação de extintores e alargamento de saídas. Feito isso, o Corpo de Bombeiros emite o atestado liberatório.

No entanto, de acordo com o oficial, o processo parou na metade. “Depois que encaminhamos a lista de procedimentos a serem adotados para adequar o local às exigências, não obtivemos mais retorno”, afirmou Taveiros. “Foi feita uma relação de, mais ou menos, 30 providências.”

Capacidade – A questão do número máximo de torcedores que o estádio sancaetanense comporta é outro problema. A polêmica estava entre os laudos apresentados pela prefeitura e pela Federação Paulista de Futebol (FPF). Enquanto o primeiro considerou 43 cm de espaço para cada pessoa, o que totaliza 30 mil lugares, o segundo fez o cálculo sobre 50 cm. Dessa forma, a capacidade é reduzida para 25.565.

Se os critérios do Corpo de Bombeiros forem considerados, a conclusão não vai ser muito agradável para o Azulão. “Segundo a Instrução 14/33/00, considera-se para ginásios e estádios o espaço de 55 cm para cada pessoa”, observou Taveiros. Em fax divulgado ontem, a FPF retificou sua posição e confirmou que serão colocados à venda apenas 25.565 ingressos.

Corrente – As irregularidades no Anacleto Campanella não páram por aí. Taveiros explicou que, para a polícia atuar no local, é necessária a existência prévia do AVCB. Ao ser questionado se permitiria a ida de um filho seu ao local para assistir ao jogo do dia 23, Taveiros procurou manter a sinceridade, mas com elegância. “Vai ter televisão”, disse. “Porém, não vou estar tranqüilo nesse dia.”

A informação é de que o prefeito Luiz Tortorello já negocia com o comandante do 8.º Grupamento de Corpo de Bombeiros, Edson Gonçalves, uma solução para o problema. O Estado tentou entrar em contato com Tortorello, mas ele não foi localizado.



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