22 dez 2001 - 8h47

Paixão no pé de Serra

“O local, km 30 da BR-277, sentido das praias. O estabelecimento, Bar Furacão. O proprietário, Jovenil de Siqueira, o popular Jove, 44 anos. A nossa equipe foi até Morretes descobrir o porquê de toda a decoração vermelha e preta”.

Quem vai até Morretes ou Antonina comer barreado, quem vai até Paranaguá visitar o mercado municipal ou quem vai para Matinhos e Guaratuba aproveitar as nossas praias, admira o bar mais rubro-negro do mundo. Localizado na BR-277, no Km 30 da rodovia, o BAR FURACÃO é parada obrigatória dos atleticanos. “Só os coxas que não tem coragem de parar”, conta o sorridente Jovenil de Siqueira, o Jove, dono da lanchonete. “Quando tem jogo do Coritiba em Paranaguá chega a ser engraçado. Eles passam por aqui e só xingam”, completa.

Jove começou a pintar o bar antes da final do ano 2000. Para ele, a certeza do título de campeão era tanta que a decoração foi feita antecipadamente para encher o saco dos rivais que moram na região: “Paranista não tem tanto, mas os coxas sofrem na minha mão. E no ano passado não teve jeito. Eles tiveram que me agüentar (risos).” Nesse ano, Jovenil teve que pintar o “BI” na fachada.

Na parede, vários adesivos e um enorme símbolo pintado à mão. Para proteger e espantar o olho gordo do Atlético, a planta ‘comigo ninguém pode’ (foto).
Neste ano, Jove chegou a ligar para o Atlético para pedir um mastro com uma bandeira para colocar na frente do bar. Infelizmente não quiseram fazer a doação. “O meu sonho é ter um mastro com o bandeirão vermelho e preto. Ela vai estar sempre aqui; só quando o time perder eu vou colocar a meio pau (risos)”.
Jove anda estranhando que o movimento dos “coxas”, no bar tenha diminuído. “Eles sempre vem me encher o saco quando o Atlético perde. Vai ver é porque o time está sem perder há bastante tempo (risos)”.

Família

Há dez anos atendendo no Km 30 da BR-277, Jovenil passou para a família o orgulho de ser atleticano. As suas duas filhas e a esposa, que também trabalham no bar, seguem o rubro-negro como uma religião. “A gente não pode ir aos jogos porque sempre tem que ter alguém cuidando do bar”, explica Janete Siqueira, esposa de Jovenil. “Então acompanhamos pelo rádio. É dia de movimento certo”, finaliza.

Fã de Alex Mineiro, Jove espera que o Atlético chegue na final desse ano e até aposta no jogo decisivo: vai dar Atlético e São Caetano.



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