Seria um sonho?

Para muitos, uma possível passagem para Tóquio é apenas um sonho. Para outros, como eu, apenas uma recompensa. Recompensa por ter sofrido tanto tempo, ter morrido tantas vezes na praia, ter ouvido tantas vezes a frase “nós temos a estrela” da voz de um coxa-branca qualquer. Recompensa para todos aqueles que, a partir daquela noite chuvosa em 1995 no Couto Pereira, disseram ou sonharam, ser possivel.

Toda revolução tem um começo e a nossa foi justamente fruto de uma derrota e, pior, uma derrota para o Coritiba. Agradeço imensamente ao time verde por ter nos derrotado naquela noite, pois foi lá que tudo começou. Ninguém agüentava mais ser tachado de pequeno ou time de Segunda Divisão.

Foi então que Mario Celso Petraglia apareceu e qualquer atleticano sabe o fim desta história. Mas, após esta revolução e após ter se tornado o clube mais moderno do Brasil, ainda faltava algo para o Atlético. Já possuía o estádio mais moderno, o CT mais moderno, a torcida crescendo cada vez mais, a primeira participação na Libertadores, o Bi estadual, jogadores indo para a Europa. Mas ainda faltava algo.

E o dia chegou. Não importa se você é Petraglia, Sicupira, Assis ou um anônimo das arquibancadas. O que importa agora é que você é campeão brasileiro. O primeiro do Século XXI, o primeiro de muitos e nada mais justo que o Atlético, a paixão das multidões, seja eternizado como o primeiro campeão do III Milênio. Milênio que ele próprio já tem em sua história com a cápsula do tempo, fazendo então com que o Atlético comece e termine o III Milênio por cima, porque agora até mesmo o Alto da Glória está lá embaixo.

Saudações atleticanas e vamos cantar: “Parabéns a você, nesta data querida. Muitas felicidades, pela estrela tão linda”.