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16 fev 2002 - 10h13

Um balde de água fria

Há quanto tempo eu sonhei com este título nacional! Evidentemente, passei a senti-lo tangível somente nos últimos anos. Acreditei na palavra – e nas atitudes – de Mário Celso Petraglia e equipe, que em 1996 (salvo engano) declararam que em cinco ou seis anos, estaríamos disputando títulos nacionais.

No dia 24 de dezembro, logo, um dia após um dos dias mais felizes de minha vida, fui à casa de meus pais. Evidentemente ainda tomada de emoção, eu era só alegria.

Foi então que veio falar comigo meu irmão (ele é paranista), uma pessoa bastante racional, possuidor de um bom-senso e visão do mundo admiráveis. Ele disse-me:

“Não sei o que será de vocês após este título… Pelo que sempre observei, a torcida de vocês possivelmente será o maior inimigo do time. Sabe quando comentávamos sobre a torcida do Corinthians, Palmeiras e Coritiba, por exemplo? Você vai ver… a torcida não perdoará os erros, pegará no pé de jogadores e técnicos, de forma que passará a ser complicado atuar no Atlético. Não duvide de que em poucos meses verá a torcida de costas, colocando faixas invertidas, e tudo mais… E os calorosos aplausos e gritos tão conhecidos, facilmente passarão a vaias e ofensas.”

Eu confesso que não havia pensado nisso… Pensei sim, que poderíamos ficar mais exigentes, mas não a este ponto. Foi um balde de água fria, que me chamou à reflexão.

Agora, pergunto: para onde estamos caminhando?

Lembro-me perfeitamente das palavras de Geninho, ainda na fase de classificação. A torcida vaiou em dois jogos consecutivos. Ele disse para por favor não agirem desta forma. Suas palavras foram mais ou menos estas: “Observem o comportamento do jogador após as vaias! Vejam se melhora o desempenho! Pelo contrário, só piora!!!”

Não estou defendendo Kléber, que também me irrita, mas é um ser humano, que nos deu muitas alegrias. É visível sua falta de concentração. Sinceramente, não acredito que alguém seria displicente propositadamente! Um sério trabalho psicológico seria de extrema valia. Relembro: O Kléber não é uma máquina (de fazer gols) – é um ser humano.



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