27 jul 2002 - 15h26

Colunista do Zero Hora comenta “o bicho” no Atlético

O bicho…

Quando assumiu o Atlético-PR, no ano passado, o Mário Sérgio precisou de apenas dois dias para sentir que alguma coisa estava errada no vestiário.

Preocupado em descobrir o problema, o técnico reuniu a boleirada antes de um treino, proibiu a presença dos dirigentes e foi logo cobrando da turma:

– Qual é o problema de vocês? – questionou o comandante.

Depois de alguns segundos de absoluto silêncio no recinto, o grandalhão zagueiro Nem, líder do grupo, encheu-se de coragem e abriu o bico.

– O bicho é muito baixo, chefe! – argumentou o capitão do time.

Diante da resposta, Mário Sérgio encarou os jogadores, puxou ar lá do fundo dos pulmões e saiu argumentando.

– Bicho é prêmio para quem não gosta de ser campeão! – avisou o técnico.

A frase de Mário Sérgio caiu como uma bomba, e antes que alguém tentasse falar, o técnico seguiu discursando.

– É melhor receber R$ 500 por vitória ou R$ 25 mil pelo título? – questionou.

Quando sentiu que o grupo havia assimilado o recado, o chefe aproveitou o momento e deu o último recado.

– Eu não quero bicho nenhum e todos os prêmios por vitória ou empate estou doando para os roupeiros e massagistas! – emendou.

No dia seguinte, antes de o treino começar, a boleirada trancou a porta do vestiário, colocou o Mário Sérgio no meio da roda e o capitão Nem pediu a palavra.

– Estamos fechados com o senhor, chefe! – comunicou o zagueiro.

– Como assim? – perguntou o técnico.

– Em vez de bicho, queremos o prêmio pelo título – avisou o jogador.

A partir deste exato momento, o Furacão decolou, ganhou o Brasileiro e os jogadores passaram um final de ano com grana no bolso e felizes da vida.

Fonte: Zero Hora / Colunista Adroaldo Guerra Filho (27/07/02)



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