Devagar com o andor que o santo é de barro
Diz a lenda que o ditado popular deve-se ao contrabando durante o ciclo do
ouro, feito dentro das imagens religiosas levadas em procissão. Se o santo
caísse e se quebrasse, revelaria o tesouro que levava escondido.
O nosso time é o melhor do campeonato. Mas nós estamos só no começo e não
adianta querer dar goleadas em todo mundo. No percurso enfrentaremos
contusões, expulsões, brigas, vaidades, bobeira, arbitragem e sabe-se lá
mais o que.
É natural que em algum momento alguém jogue mal e do outro lado esteja outro
que saiba se aproveitar. Contra o Botafogo, por exemplo, alguns detalhes não
deixaram a apresentação ser perfeita. Principalmente no primeiro tempo,
mesmo com o Fabiano livre, o jogo concentrou-se na direita facilitando a
marcação e as pancadas. O Kléberson errou mais passes que o normal e o Alex,
mesmo jogando um bolão, ainda não está com a mesma velocidade. As conclusões
aconteceram aos montes, mas o goleiro deles fechou o gol. Mesmo assim,
sobramos em campo e aplicamos uma sova num timinho claramente mais fraco e
ainda por cima treinado pelo Abelão.
Parece que o Espinosa colocou na cabeça dos jogadores o que eles repetiram
para as rádios: “não ganhamos nada ainda, vamos vestir as sandálias da
humildade e trabalhar muito em cima do que o professor pediu”. Mas eles
entendem é de bola e não de psicologia. Então não sei se eles vão assimilar
bem o que foi ensinado.
Cada um de nós sabe bem o que é empolgação antes da hora, afinal quantas
vezes vimos times que lideram o campeonato inteiro perderem no final (bata
três vezes na madeira).
Mas quando você está na Baixada e o Atlético está dando um chocolate
naqueles times que sempre nos trataram como intrusos no ninho, ninguém
consegue segurar um grito de bi-campeão.
Vamos torcer para que a procissão com o santo cheio de ouro siga o caminho
tranqüilo, como seguiu até agora, e que o Furacão mantenha esse desempenho
até a fase final.
Se for assim, esse título vai ser melhor que o do ano passado.
Saudações rubro-negras,