CADÊ O FUTEBOL?
No empate por 2 x 2 entre Paraná e Atlético, mais do que
nunca, valeu a afirmação de que o gol é o momento mais precioso do futebol.
Em meio à rigidez, à violência e à tensão que predominaram no gramado, três
belíssimos gols fizeram brilhar um pouco os olhos do torcedor que compareceu ao
estádio Couto Pereira, neste sábado.
Com o resultado, o Furacão foi a 18 pontos e empatou na vice-liderança com o
Atlético-MG, que no domingo enfrenta o líder Juventude, em Caxias. Já o Paraná
Clube alcançou dez pontos e está ao lado do Grêmio, derrotado no sábado pelo
Santos, e de Cruzeiro e Botafogo, que jogam no domingo.
O Paraná começou o jogo melhor, pressionando o adversário e buscando o
ataque, mas pagou um alto preço pela ausência de um homem de criação no
meio-campo. Sem Maurílio, contundido, a responsabilidade caiu nos pés de Émerson,
que invariavelmente se enrolava com a bola e tentava compensar com trombadas e
muita vontade.
A ineficiência tricolor fez o Atlético crescer no jogo, explorando
principalmente as jogadas aéreas. E assim saiu o primeiro gol. Kleberson cobrou
falta da direita, Kléber apareceu entre os zagueiros e tocou de cabeça, com
força, para marcar seu oitavo gol no Brasileirão.
O gol aumentou a tensão em campo. Curiosamente, porém, foi em meio ao
nervosismo e às jogadas ríspidas que nasceram dois dos mais belos gols do
campeonato. O primeiro do meia Émerson, que, bem ao seu estilo, misturou truculência,
categoria e sorte para empatar o jogo. Após um bate-rebate na área, ele pegou
a sobra na meia lua e chutou forte, no ângulo direito de Adriano Basso.
O atacante Kléber, que perseguia a artilharia da competição, deu o troco logo
em seguida, com juros. Ele recebeu um passe no bico direito da área paranista e
fez uma finta desconcertante em Bosco, que ficou deitado no chão. Ao invés da
força, o goleador optou por um chute colocado, que acertou o ângulo e encobriu
o goleiro Marcos. O paranista ainda saltou para tentar a defesa, mas só
aumentou a beleza do lance. Um gol de placa!
A beleza ainda sobreviveu nos primeiros 15 minutos do segundo tempo. Foi o prazo
dado ao Paraná para empatar novamente o jogo, com outro belo gol. Fabinho
disputou lance com Alessandro, que foi enganado pelo quique da bola. O lateral
paranista aproveitou a jogada e bateu forte, cruzado, acertando o canto de
Adriano Basso.
A paz terminou ali. Pouco tempo depois, Fabinho voltou a se desentender com
Alessandro e deu início a uma confusão generalizada. Em meio ao tumultuo,
Douglas Silva tomou as dores do companheiro e agrediu o adversário com um soco.
O lateral, com o rosto sangrando, e o volante foram expulsos.
Os treinadores ainda tentaram mudar o rumo do jogo, com os rápidos Valdir e
Dagoberto, e as equipes chegaram a criar algumas boas oportunidades, mas a fonte
de gols havia secado. No final, o empate por 2 x 2 foi além do que Paraná e
Atlético mereceram.
PARANÁ CLUBE 2 X 2 ATLÉTICO
Paraná Clube: Marcos, Bosco (Luís Paulo), Cristiano, Fábio Luís e
Fabinho; Goiano, Sídnei, Émerson e Alexandre; Thiago (Valdir) e Márcio. Técnico:
Otacílio Gonçalves
Atlético: Adriano Basso, Alessandro, Rogério Corrêa, Igor e Fabiano;
Cocito, Douglas Silva, Adriano e Kleberson; Alex Mineiro (Dagoberto) e Kléber. Técnico:
Valdyr Espinosa
Data: 14/9, sábado
Local: estádio Couto Pereira, em Curitiba
Árbitro:Carlos Jack Rodrigues Magno (PR)
Cartões amarelos: Emerson e Cristiano (P); Alessandro, Fabiano, Douglas
Silva, Alex Mineiro, Adriano e Kléber (A).
Cartões vermelhos: Fabinho (P); Douglas Silva (A).
Gols: Kléber, aos 22 min e aos 28 min, e Emerson, aos 36 min do 1º
tempo; Fabinho, aos 11 min do 2º tempo
Fonte: Pele.net