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21 out 2002 - 20h12

Para sempre, Atleticanismo

Inspirado pelos textos veiculados pelo site essa semana, não pude
resistir a dar tembém o meu relato. Sou o que pode ser chamado
atleticano tardio. Descobri o CAP já na pré-adolescência, na final do
Paranaense de 88, contra o Pinheiros. Fui levado pelo meu pai, Maurílio
e pelo Padre Dirceu, junto com meu irmão Leandro. No gol de Manguinha
que decidiu o campeonato a nosso favor, só lembro do grito da Fanáticos
invadindo o ar e transformando a simpatia que eu nutria pelo Atlético em
paixão. E paixão duradoura. (Também transformou o quieto Padre Dirceu em
louco torcedor, com direito a veias do pescoço saltadas e olhos
vermelhos, mas essa é outra história).

Passei a acompanhar os passos do clube, que tanta paixão comandava nos
corações de seus torcedores. Assim, sofri com os atletibas perdidos,
vibrei imensamente com os gols de Dirceu na Final de 90, e vi com
tristeza o sucateamento do Furacão no início da década passada, mandando
seus jogos no Pinheirão, estádio frio que deixava o time quase órfão de
sua apaixonada torcida, tal a distância entre campo e gramado. Minha
esperança reacendeu com a reinauguração da Baixada em 94, mas foi a
partir de 95 que eu fui descobrir, com aquele maravilhoso time comandado
do ataque por Oséas e Paulo Rink, o que é ser atleticano. Vi a campanha
vitoriosa do título da segunda divisão, e invadi o gramado junto com a
torcida para comemorar o que parecia o auge das nossas conquistas (mal
sabia eu o que nos esperava). Empurrei com os olhos o chute de Oséas
para nos dar a vitória contra os verdes aos 47 do segundo tempo no
Brasileiro de 96, quando a torcida deles já comemorava o empate, e meu
coração subiu junto com o atacante o alambrado do estádio após o gol. Me
alegrei com a inauguração da Arena, um estádio à altura da Paixão
Atleticana, e, como ficou provado em 2001, à altura do time do Atlético.

Me angustiei nas finais do ano passado, quando não pude comparecer a
nenhum jogo da segunda fase do Brasileiro. Estava fora do Brasil, e não
acompanhava as partidas nem pela internet. Esperava chegar a hora em que
eu imaginava ser o final da partida e ligava para quem estava no
estádio. Escutava só o urro da torcida, o mesmo grito que me convertera
em 88, e tentava segurar as lágrimas de felicidade. Acabei voltando pra
fazer a festa do título na Afonso Botelho.

E é pensando nesse passado (curto, na gloriosa história do nosso
Furacão), que me convenço de que não há crise, não há técnico, não há
dirigente, não há adversário (nem STJD, como já provamos) que acabe com
essa paixão.

ATLÉTICO SEMPRE!



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