Tenho trinta e um anos.
Passei no mínimo 25 anos sofrendo junto com o Atlético. Estive
presente em
uma infinidade de jogos. Na década de setenta, minhas primeiras
lembranças
da velha baixada são dos gritos do meu pai diante de times sofríveis e
de
jogos difíceis.

Lembro-me das atletiquetes, do Matsubara, do
Colorado, do
Pinheiros, do placar manual, do frio, da chuva e de nenhuma taça.

Na década de oitenta, apesar das conquistas estaduais, tive a
infelicidade
de ver o nosso rival vencer um campeonato ridículo (com saldo de gols
negativo), enquanto nós, em 83, fomos parados pelo melhor time do
mundo
de
então. Haja injustiça.

Na primeira metade dos anos noventa vi o marasmo, a segunda divisão,
o
Criciuma, o Sport Recife e o insuportável Paraná Clube.

Após o fatídico 5×1 no chiqueiro, acompanhei com todos a
transformação do
Atlético nisso que vemos hoje: Campeão brasileiro, tri-estadual,
dono do
melhor CT e do melhor estádio do Brasil. Quem não está satisfeito
deve
olhar um pouco para trás, assim como eu.

Assim, não concordo com aqueles que estão “jogando a toalha” apenas
porque
vivemos uma fase difícil acupando o 11o lugar no campeonato
brasileiro.
Essa atitude de esmoreçer e vaiar o time em campo é coisa de coxa e
não de
atleticano.

Portanto, aqueles que foram forjados pelas adversidades, como eu,
sabem
tirar como ninguém o gosto das conquistas e, principalmente, sabem
entender
e compreender o quanto avançamos e quanto avançaremos.
Posso não estar certo mas, a meu ver, o atleticano deve ser antes de
tudo
um forte e somente quem tem essa força compreende realmente o que é
ser
atleticano.

Levantem a cabeça e vamos em frente.