Para sempre, Atleticanismo
Quando a estrela brilhou na Baixada, a bandeira já estava preparada.
Na verdade, era a bandeira que confeccionei para o campeonato de 70,
para que eu pudesse ficar na frente de casa esperando os atleticanos
campeões que voltavam do jogo com o Seleto e que por ali passariam.
Minha linda bandeira, passados 31 anos, estava lá comigo para saudar a
estrela que nascia e brilhava na nova Baixada. A Baixada que eu e meu
irmão freqüentávamos levados por nosso pai, que em tantas coisas nos
inspirou, que tantos valores nos deu inclusive o de amar as cores rubro
negras. O famoso seu Altmann,(homenageado aqui por meu irmão que agora
mora nos USA ) responsável por tantos atleticanos fanáticos, sejam eles
filhos, netos ou genros.
Lembro da diversão de com ele ir ao estádio e se enfiar na ETA, levar
talco na cara mesmo tendo bronquite, mas vibrar muito. Ver meu pai, tão
sério no dia a dia, jogar amendoim na cabeça de outro torcedor, o jogo
inteiro, e se esconder num sorriso maroto, de adolescente sapeca, sempre
pronto a se divertir.
Ser atleticano é ser família, é saber que o juiz sempre rouba quando
perdemos, é gritar na Baixada feito louco, chorar e rir de pura alegria.
É querer levar seu Altmann outra vez lá, na Arena, com os netos,
conhecer e curtir essa maravilha de estádio, e aí, nem o coração segura,
né pai? Camisa do Atlético, tênis no pé, máquina para filmar o momento
histórico: nós, juntos outra vez na Baixada!! Pode dizer que é Arena,
mas para nós, na nossa lembrança, ainda é a Baixada, aquela em que meu
pai, eu e meu irmão, sentávamos no tijolo, chupávamos picolé e
sonhávamos com nosso time vencedor!