Para sempre, Atleticanismo
Lembro dos jogos do Atlético desde meus 7 anos… A final de
1990, o gol do Berg dando o título para a gente em cima dos
coxas… Lembro dos jogos contra Bangu, Goiatuba,
Novorizontino (lembro dos coxas caindo pra terceira em 1990,
lembram disso?).
Vi meu time jogar a segundona até 1995 quando – por obra e
graça de Ricardo Pinto, Matosas, Luiz Eduardo, Reginaldo,
Branco, Alberto, Paulo Rink e Oséas, entre outros, sob a
batuta do Pepe – conseguimos o título e subimos para a série
A, para nunca mais cair…
Em 1996, acordou o Furacão. Destaco o grande jogo contra o
super-Palmeiras de Luxemburgo, invicto a um sem-número de
partidas, onde os gigantes paulistas caíram ante Paulo Rink e
Oséas. Além do Atletiba com o gol do Oséas aos 48 do segundo
tempo, grande 1 a 0! Os 6 a 2 sobre o Sport Recife… E a
grande (isso mesmo!) derrota para o Criciúma por 2 a 1, que
mandou o Fluminense para a segundona pela primeira vez – foi
uma das raras vezes que comemorei uma derrota!
Então, demolida a Baixada (tenho até hoje um pedaço do
estádio, comprado junto com o ingresso pro jogo do Sport),
tivemos que aguentar o Pinheirão … Época terrível, até junho
de 1999, destacando-se uma goleada num Atletiba, se não me
engano em 1997, onde, após estarmos perdendo por 2 a 0,
viramos para um humilhante 5 a 2!
Chegou, enfim, o dia!!! 24 de junho!! Clube Atlético
Paranaense x Cerro Porteño, a inauguração da nova Arena…
Lembro do golaço do Vanin (aquele lateral-esquerdo meio
engraçado que veio da Paraíba, o Faustivânio) fechando o
placar! O primeiro jogo do Brasileiro, contra o Flamengo 3 a
2, um lindo gol do Kléberson (àquela época ainda não sabendo
se era lateral-direito, esquerdo, volante ou meia), vindo da
defesa pela esquerda até a linha de fundo, driblando mais um
zagueiro flamenguista e chutando para o gol! Lembro também de
ter visto a cena mais fantástica da Arena neste jogo: todas –
TODAS! – as pessoas no estádio cantando o hino do clube
juntas… Arrepiou…
Acabamos em nono lugar esse ano, então surgiu a Seletiva.
Portuguesa, Coritiba, Internacional, São Paulo, enfim o
Cruzeiro! 3 x 0, três gols do menino Lucas, classificação
selada para nossa primeira Libertadores da América! Em 2000, a
Libertadores: uma primeira fase espetacular, incluindo uma
vitória sobre o Nacional de Montevidéu em pleno Estádio
Centenário. Mas nossa grande campanha acabou numa decisão por
pênaltis… Mas valeu!!
2001: Esse ano dispensa comentários… Nem pretendo citar o
Paranaense… Com o pacote em mãos, fui em todos os jogos,
menos um na primeira fase: o Fluminense. Chegou a segunda
fase, o São Paulo, grande vitória, surgia ali para o Brasil a
estrela de um grande atacante: Alex Mineiro (já que nosso
Kléber já vinha se destacando desde o início). Vitória suada,
2 a 1, que venha o Fluminense. Jogo terrível, nervoso… Mas
brilhou a estrela do Alex de novo, com três gols garantindo
nossa vitória e a vaga na final. Chorei muito após o jogo, não
acreditava… Olhava aquele caminhão do Atlético dizendo:
faltam 2 jogos, 14 dias para o título… Faltava pouco, mas…
Agora, a parte inacreditável: eu tinha uma viagem marcada
desde o início do ano, fui morar nos Estados Unidos. Para
quando estava marcada a passagem? Dia 10 de dezembro de 2001.
Ou seja: um dia após a semi-final! Foi minha maior alegria e
minha maior frustração: ver meu Furacão campeão brasileiro, e
não poder estar lá para comemorar. O primeiro jogo eu
acompanhei por telefone, com meu pai… 4 a 2, mais três gols
do Alex!
O segundo jogo eu tive que dar um jeito de ao menos ouvir:
estava morando em Nashville, Tennessee (Sul dos EUA), no
domingo da decisão, fui a um shopping, acessei um quiosque de
internet grátis – por felicidade imensa, havia caixas de som –
e ouvi o jogo pela internet. Aquele monte de americanos não
deve ter entendido um cara vestido de vermelho e preto pulando
e gritando feito um louco quando o Alex (de novo!) fez o único
gol do jogo!
Chorei demais lá!! Só pude ver a final pela TV um mês depois,
quando meus pais me mandaram a fita gravada dos jogos… Me
mandaram junto uma camiseta com as estrelinhas, autografada
por todo o elenco (deve ter sido um sacrifício para eles,
minha família inteira é coxa-branca… sou a ovelha negra, ou
melhor, a ovelha rubro-negra!). Quando voltei para o Brasil, 6
meses depois, e vi que era realidade tudo aquilo que havia
ouvido e visto dos EUA, senti-me orgulhoso de fazer parte
desse clube, dessa paixão, de ser atleticano… “Mesmo
ganhando, mesmo perdendo, sou Rubro-Negro de coração!!!”