10 nov 2002 - 22h05

PETRAGLIA SOLTA OS CACHORROS

O Presidente Mário Celso Petraglia vai começar nesta segunda-feira a Via Crucis nos veículos de comunicação da Capital Paranaense. Petraglia vai dar nome as pessoas que estão – suspotamente – denegrindo a imagem do clube e tumultuando o ambiente.

Para o colunista da Tribuna do Paraná, Augusto Mafuz, o próprio Petraglia é o responsável pela crise no Furacão. Leia o texto publicado nesta segunda-feira.

Clube Atlético Petraglia

Palavras são palavras, aprendemos na vida. Mas nem sempre. Usadas para promessas, podem ricochetear no orador. Um dia desse ano, Mário Celso Petraglia falou em alto e bom som: “De agora em diante, o time do Atlético terá a minha cara”.

O Atlético está terminando o campeonato com uma cara cheia de rugas e espinhas. É a conseqüência direta das ações pessoais de Mário Celso, que dissolveram uma estrutura vitoriosa de pessoas e idéias.

O time do Atlético que já havia perdido a vaga, perdeu a vergonha. Jogou com o propósito de perder para o Cruzeiro, fato revelado pelas expulsões intencionais de Douglas, Fabiano e Dagoberto.

Mário Celso prometeu falar à torcida do Atlético.

Como sempre, irá se individualizar como o único herói e a única vitima, e falará o que sempre fala: o que fez de certo, o que os outros fizeram de errado, isso e aquilo, com o lero-lero que compõe uma oração previsível e que já cansando.

A torcida que não seja boba e ingênua. Mário Celso é o maior culpado desse estado, como foi o grande herói que comandou a ressurreição atleticana. Em janeiro, sozinho, fez o clube pagar 600 mil dólares por Fabrício e Wellington Paulo, em prejuízo a permanência de Souza; em janeiro, retardou por noventa dias a sua eleição para tratar de assuntos empresariais; depois, usou a renúncia como forma estratégica de constranger os ex-dirigentes a saírem, de testar a sua popularidade e promover um movimento popular e populista de retorno; eleito, exercendo poderes absolutos, passou a fazer uma devassa em profissionais e idéias; fez com que seus projetos centrassem nas idéias de Antônio Carlos Gomes, que sobre ele exerce um fascínio inexplicável. Ou explicável por ignorar os princípios regentes do futebol.

O pior estava por vir. Ora ignorando, ora desprezando os princípios elementares de futebol (e aí se inclui o de relacionamento humano), impôs as suas vontades pessoais, que passaram a ser regras. As soluções que vinham de discussão, passaram a vir só de Mário e impostas por ele.

Sob o pretexto de pagar pouco para um treinador, ao querer substituir Geninho, especulou com Riva, perdeu tempo com Espinosa, até extrapolar o limite dos equívocos que foi trazer Gilson Nunes e Clemente. A vinda de Gilson Nunes mostrou o despreparo de Mário Celso para tratar de futebol. Abel Braga foi apenas o corolário de toda essa baderna.

O fato de manter o mesmo time campeão, como Mário Celso argumenta, é o que compromete objetivamente o seu comando. Implica adotar-se uma analogia lógica para concluir, que o mesmo time, então, só foi campeão porque a administração de Marcos Coelho foi excepcional (e foi), pois além de ser exercida pela presidência, respeitou a liberdade das decisões dos outros dirigentes, inclusive Mário Celso.

Não converso com Mário Celso há dois meses, desde que recebi um telefonema mal educado e ameaçador. Mas, respeitando-o ainda, arrisco-me mandar-lhe algumas sugestões: assuma sozinho a responsabilidade, porque o direito de errar é inerente a qualquer um. Muito mais a quem fez o que Mário Celso fez. Ao invés de se proteger das criticas, transferindo ou dividindo responsabilidades, aproveite os espaços da mídia para anunciar a volta do dialogo, a reformulação do futebol por quem entende de futebol, e quais são os projetos imediatos do clube. O que passou, passou. Pior do que perder, é saber que vai continuar perdendo em razão de erros passados, sejam quais forem os seus autores.

A Furacao.com aguarda o pronunciamento oficial do Presidente Petraglia.



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