KLEBERSON É A BOLA DA VEZ
O ano de 2002 pode ser considerado inesquecível para o meia Kleberson. Aliás, a boa fase começou uma temporada antes, quando o jogador foi Campeão Brasileiro pelo Atlético e considerado um dos principais atletas do time. A convocação para a Seleção Brasileira era uma questão de tempo e ela veio justamente na reta final dos preparativos para a Copa. Não deu outra e Kleberson entrou para a história como o primeiro atleta paranaense, jogando por uma equipe do Estado, a ir para o Mundial.
Na Copa do Mundo, Kleberson começou como reserva. Mas seu futebol habilidoso e ao mesmo tempo técnico lhe renderam a condição de titular. E o jogador do Atlético foi uma das principais figuras da conquista do pentacampeonato. Na volta para casa, porém, o mundo parece ter virado de ponta cabeça…
Depois da conquista da Copa, Kleberson não encontrou mais seu melhor futebol. Mesmo contra a vontade de muitos, o jogador terminou a temporada no Atlético. Há quem acredite que essa foi a pior escolha do jogador e da diretoria atleticana – Kleberson merecia sair por cima…
Kleberson e o Atlético
Kleberson iniciou sua carreira nas escolinhas de futebol de salão de Ibiporã, no norte do estado. De lá, seguiu para o time infantil do Londrina, seguindo para outros times da cidade formadores de atletas, como o Nishika e o PSTC – um centro que forma atletas até a categoria de juniores. O Atlético entrou em sua vida em 1998, quando foi contratado para reforçar o time que disputaria a Taça São Paulo de Juniores, no início de 99.
Sua belíssima história no clube começou a ser escrita justamente nesta competição. No jogo contra o Fluminense, um chute do meio de campo chamou a atenção de todos. Ele fez o gol que nem Pelé conseguiu!
A partir daí, Kleberson virou um jogador curinga para os treinadores do Atlético. Atuava tanto na lateral quanto no meio. Ficou durante muito tempo no banco, como reserva de Adriano e Kelly. A estabilidade no time principal só veio em 2000, quando Antônio Lopes assumiu o clube. Com a ajuda e os conselhos do treinador, ele conseguiu desenvolver suas habilidades e aliar isso à técnica. Tornou-se uma peça fundamental na ligação entre o meio e o ataque. E foi esse futebol que lhe rendeu a camisa 10 do Atlético e a convocação para a Seleção – numa aposta do mesmo Antônio Lopes.
A ligação Kleberson/Atlético foi de sucesso. O jogador foi peça importante na conquista da Seletiva em 99, do bi-campeonato paranaense (2000-2001) e do Brasileiro 2001. Levou o nome do clube para o cenário internacional, com a ida para a Copa.
Mas o segundo semestre de 2002 foi um desastre. Pelo bom futebol apresentado no mundial, a torcida atleticana depositou em Kleberson sua maior esperança na luta pelo bi nacional. E o tamanho da decepção veio na mesma proporção. A queda de rendimento da equipe coincidiu com a queda de produção do meia. O jogador formado nas categorias de base do Atlético começou a sentir o outro lado do sucesso: as cobranças em sempre ter que estar bem. Ao invés dos aplausos que todo campeão mundial deveria receber, Kleberson teve que se acostumar com as vaias e a revolta da torcida.
Aos 23 anos, provavelmente Kleberson não vista mais a camisa Rubro-Negra. Apesar do título mundial não ter sido o suficiente para poupá-lo das críticas da torcida, a conquista do Penta tornou o atleta reconhecido no cenário mundial e inúmeros boatos já surgiram de uma possível transferência de clube. Sua venda pode dar um fôlego extra aos cofres do Atlético. O mercado europeu é um dos mais fortes caminhos para o craque atleticano. Mas Kleberson já entrou para a história: além de ter sido um dos principais jogadores do elenco Campeão Brasileiro, cravou o nome do Atlético na história das Copas do Mundo, com a conquista do Pentacampeonato pela Seleção Brasileira.