Opinião: “Flávio eternizado”

O apelido do Atlético, que empresta o nome a este site, é Furacão devido a campanha de 1949, quando o time venceu 11 das 12 partidas disputadas, fazendo uma média de 3,6 gols por partida, literalmente varrendo os adversários. O Atlético também se caracterizou pelas duplas infernais, que atormentavam as defesas, como Jackson & Cireno em 49, Sicupira & Nilson Borges nos anos 70, Washington & Assis nos anos 80, Oséas & Paulo Rink nos anos 90 e mais recentemente Kelly & Lucas e Kléber & Alex Mineiro. Ataques fulminantes que fizeram a alegria do torcedor.

E o que falar de nossos goleiros? Seguindo a máxima de que todo grande time começa por um grande goleiro, não podemos nos esquecer de Caju, a “Majestade do Arco”. Goleiro que só defendeu o Atlético e a Seleção Brasileira, deu vez a Laio, a “Fortaleza Voadora”. Passando por Picasso, tivemos em Roberto Costa , o “Mão de Anjo”, um grande ídolo e um dos grandes responsáveis pelo 3º lugar no Brasileiro de 1983. Depois veio Rafael, campeão e ídolo aqui e, que infelizmente, continuou jogando muito no time “deles”, ajudando no título de 1985.

Lembranças também tenho de Marolla, que se não era um grande goleiro, tinha a estrela de ser campeão, como foi em 1985, 88 e 90 e ser exímio pegador de penaltis. Depois dele, tivemos Ricardo Pinto, que enraizou-se tanto no Atlético, que até hoje está entre nós. Ídolo, líder de uma safra que iniciou a maior fase de conquistas atleticanas, Ricardo sofreu na pele, literalmente, o que é ser atleticano.

Mas sejamos justos. Flávio , ” O Pantera” foi o maior. Durante seus oito anos de clube, foi de uma conduta ilibada e de caráter inquestionável. O maior vencedor da história atleticana, com um total de 8 Títulos conquistados, incluindo a maior glória da história atleticana : o Campeonato Brasileiro de 2001.

Lutou contra o preconceito que cerca a posição, pois desde a Copa de 50, quando Barbosa foi crucificado, havia no ar uma certeza de que negro é atacante, goleiro tem que ser branco! Flávio lutou contra tudo isso, contra a ira da própria torcida, como na 1ª derrota na nova Baixada contra o Internacional, contra a inveja dos rivais “alemães” que o chamavam de macaco e por ser sucessor de um grande ídolo dentro do clube.

Nada mais justo que homenagear esse que, se na opinião de alguns pode não ter sido o maior goleiro da história atleticana, foi sem dúvida alguma, o maior vencedor. Flávio , caso não seja eternizado no Atlético, estará, com certeza eternizado na memória do torcedor atleticano.