27 nov 2002 - 20h48

O dossiê de Fabiano

A cena virou tradicional durante o Campeonato Brasileiro deste ano. A cada gol de Fabiano, o mesmo gesto se repetia: uma corrida sem rumo, seguida por um rodopio da camisa número 6, num gesto já protagonizado por qualquer fanático torcedor. E este ritual se repetiu por cinco vezes. Pouco? Não para um lateral.

Fabiano de Lima Rodrigues nasceu em Osasco e começou a jogar futebol no interior de São Paulo, na cidade de Cajamar. Não demorou muito para chegar no Nacional (clube do interior paulista) e no Sport Formosa, no interior do Paraná. No segundo semestre de 99 foi contratado, junto com o zagueiro Ígor, para o time de juniores do Atlético. No mesmo ano, subiu para o profissional. Sua estréia foi no dia 27 de fevereiro de 2000, contra o Iraty.

Fabiano formou ao lado de Adauto e Kleberson o famoso “Ventania”, time misto que disputava o Paranaense, enquanto o Furacão com Lucas, Kelly e Kléber brilhava na Libertadores. Foi o “Ventania” o maior responsável pela conquista brilhante do Paranaense 2000. Mas a estabilidade no time só veio durante a Copa João Havelange, quando Fabiano finalmente garantiu uma vaga na equipe titular.

Artilharia

Quando ele chegou no Atlético, era para ser um simples lateral-esquerdo. Desses bem tradicionais, que se preocupa com a marcação e apoia o ataque. Veio para suprir uma carência do time. Depois de algumas experiências catastróficas e muitos improvisos no setor, finalmente o Atlético contava com um autêntico lateral-esquerdo. E o jogador foi se destacando pela velocidade e apoio ao ataque. Seus passes precisos originaram vários gols do Furacão.

Em 2002, Fabiano mudou sua função no time. De um simples lateral, ele desencantou a marcar gols. Já foram sete na carreira, seis este ano. No Brasileiro de 2002, Fabiano foi o vice-artilheiro do time, com cinco gols. Foi de Fabiano também um dos gols mais bonitos da competição, na vitória por 3 a 0 contra o Corinthians. Uma pintura que só mesmo o próprio Fabiano conseguiu repetir: contra o Grêmio, um gol semelhante, de rara beleza.

Apesar dos gols marcados nessa temporada, o nome de Fabiano será lembrado também por causa do chute despretensioso dado na final do Brasileiro 2001. Silvio Luiz rebateu e Alex Mineiro marcou o gol do título – provavelmente, o lance mais importante da história do Atlético e da carreira de Fabiano.

O lateral-esquerdo sempre teve um carinho especial da torcida atleticana, principalmente por sua raça e determinação. Poucos jogadores conseguiram encarnar a mística da camisa rubro-negra e ter uma identificação com a torcida. Em todas as partidas que Fabiano disputou pelo Atlético, sempre soube vestir a camisa como diz o hino, com muito amor. E por causa disso, ele foi um dos poucos atletas poupados da fúria da torcida diante da má fase deste ano.

O futuro do jogador ainda é incerto. O próprio Fabiano disse, no início do ano, que estava chegando a hora de sair, de mostrar seu futebol em outro cenário. Depois das boas atuações no Campeonato Brasileiro, os investidores internacionais passaram a prestar maior atenção no jogador. Mas o carinho que ele tem pelo Atlético pode pesar mais e, quem sabe, em 2003, os passes e os gols de Fabiano continuem sendo para o Furacão da Baixada.



Últimas Notícias

Notícias

Em ritmo de finados

As mais de 40 mil vozes que acabaram batendo o novo recorde de público no eterno estádio Joaquim Américo não foram suficientes para fazer com…

Brasileiro

Maldito Pacto

Maldito pacto… Maldito pacto que nos conduz há mais de 100 anos. Maldito pacto que nos forjou na dificuldade, que nos fez superar grandes desafios,…

Opinião

O tempo é o senhor da razão

A famosa frase dita e repetida inúmeras vezes pelo mandatário mor do Athletico, como que numa profecia, se torna realidade. Nada como o tempo para…

Brasileiro

Roteiro repetido

Sem nenhuma inspiração e fazendo um sacrifício danado para tentar segurar um empate sem gols contra o Fluminense num Maracanã com mais de 36 mil…