Torcida do clube ou do jogador?
Impulsionados pela imensa paixão que avassala seus
corações, os torcedores atleticanos submeteram-se –
com certa relutância, é verdade – a contribuir com o
clube com a quantia de R$ 15,00 por partida de
futebol. Algumas delas, sem qualquer inspiração ao
torcedor, retirando o menor pingo de empolgação.
Outros torcedores, contribuem com R$ 2.000,00 ao
adquirir uma cadeira na Arena, devendo pagar
acessoriamente, R$ 25,00 mensais de manutenção, tão
como os ditos R$ 15,00 por jogo.A televisão, particularmente ao Atlético, deu quotas de R$ 4.500.000 em contraprestação da transmissão dos respectivos jogos.
Frente ao exposto, passo a indagar a mim mesmo, para
onde vai todo este capital. Nossos jogadores, bem como
de outras grandes equipes nacionais, têm vida cheia de
regalias, que uma pessoa extremamente esforçada e
estudiosa, não chegaria nem à sombra, haja vista a
triste realidade nacional.
Diante disso, resta-me tão-somente fazer preces para
que o Legislativo, ou o Executivo – através das
malfadadas Medidas Provisórias – fixe um teto salarial
para jogadores de futebol, que na minha humilde
opinião, não deveria ultrapassar os R$ 15.000,00 que
corresponde a um ótimo salário para os quadros
nacionais.
À partir desta atitude, chegar-se-ía ao ponto que os
clubes tornar-se-íam lucrativos, e os jogadores não
tão esnobes como hoje são. Enfim, a minha “utopia”, e a de muitos brasileiros, é
a de ver certos valores hoje apagados – jogadores que
jogam por amor à camisa; torcida bem tratada pelos
clubes; estádios lotados; etc – insurgir de suas
penumbras.
Caso contrário, arrisco a fazer a seguinte pergunta:
torcemos para o Atlético, ou para os jogadores? Apesar da proximidade entre ambos, creio que não se
confundem.