14 fev 2003 - 13h38

VADÃO VOLTA AO FURACÃO

A diretoria do Atlético agiu rápido. Um dia depois de anunciar a demissão de Heriberto da Cunha, o Atlético acertou a contratação de Oswaldo Alvarez, o Vadão, para substituí-lo.

Vadão é um velho conhecido da torcida rubro-negra. Sua carreira começou no início da década de 90, quando dirigiu o Mogi Mirim. Naquela ocasião, montou o time que ficou conhecido como “Carrossel Caipira” e que contava com jogadores como Rivaldo, Válber, Leto e Capone.

Apesar do grande sucesso do esquema 3-5-2, Vadão não foi contratado imediatamente por um grande clube. Sempre cnnsiderado pelo então comentarista Mário Sérgio (técnico do Furacão em 2001) o melhor treinador em atividade no país, Vadão dirigiu equipes do interior paulista, como o Guarani, antes de atingir destaque em uma equipe de ponta.

Esse momento ocorreu justamente em 1999, quando foi contratado pelo Atlético. A torcida encarou sua chegada com desconfiança, mas logo ele conquistou apoio. O time fez boa campanha no Campeonato Brasileiro e só não conseguiu a classificaçãoem virtude de um péssimo jogo contra o Botafogo, em Ribeirão Preto.

Terminou a primeira fase em 9° lugar e seguiu para disputar a Seletiva. Foi aí que Vadão e o Atlético deram as maiores alegrias à torcida. Depois de eliminar adversários como Portuguesa e São Paulo, o Atlético encarou o Cruzeiro na grande final. Os 3 a 0 do primeiro jogo, com três gols de Lucas, deixaram o time em uma posição confortável para o jogo contra o Cruzeiro.

Milhares de atleticanos foram a Belo Horizonte e não ficaram tristes nem com a derrota por 2 a 1: o resultado garantiu o clube na Libertadores da América de 2000, feito inédito na história atleticana.

Vadão foi mantido no cargo e conduziu o Atlético a uma brilhante campanha na primeira fase, terminando como a melhor equipe das Américas. Nas oitavas, uma inesperada desclassificação nos pênaltis contra o Atlético-MG encerrou o sonho rubro-negro naquele ano.

Depois disso, o Atlético ainda conquistou o título do Campeonato Paranaense de 2000, em uma brilhante jornada de Gustavo e cia. na final contra o rival Coritiba. Sob seu comando, o Atlético fez 73 partidas, sendo 39 vitórias, 17 empates e igual número de derrotas.

O sucesso do Atlético foi também o sucesso de Vadão. Convidado pelo Corinthians, transferiu-se ao clube de segunda maior torcida do país. Depois, foi para a Ponte Preta, onde permaneceu por vários meses, até o final do ano passado.

Se nos últimos meses o Atlético passou por seis treinadores, pode-se dizer que certamente em todas as trocas de comando o nome de Vadão foi especulado. Dono de um ótimo relacionamento com a torcida, Oswaldo Alvarez volta ao Atlético em um momento complicado. Não pode ser imputado a ele a pecha de salvador da pátria, mas ele carregará toda a esperança (e o apoio) da nação atleticana, que anseia por dias melhores.



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