Opinião: "Distorções"
A capa do caderno de Esportes da Gazeta do Povo de hoje veicula uma reportagem sobre o jogo Paraná e Atlético, que acontecerá no próximo domingo. No título, uma suposta declaração de Adriano: “O Paraná bate muito”. Na chamada, afirma-se que o meia “agita o clássico criticando o adversário”.
Quem lê apenas a manchete pode se enganar. Adriano deu declarações absolutamente normais, sem qualquer intenção de ofender o Paraná ou de “agitar o clássico”, conforme afirma a reportagem.
Tomem-se as declarações do atleta na própria matéria: “Temos que ter a cabeça fria, eles vão nos provocar bastante. O Paraná é uma equipe de pegada forte que bate muito”; “O elenco deles mudou radicalmente, não saberia destacar nomes. Agora, o Ageu é pegador. Ele pega muito… Não tenho nada contra, no entanto teremos que jogar bola e esquecer o resto”; “Sempre tem provocações do outro lado. Não podemos ligar para isso”.
Não há nenhuma “polêmica”, como afirmou a Gazeta. Adriano simplesmente relatou o que acontece em qualquer jogo muito disputado: marcação forte, faltas, provocações. Apenas quem não acompanha futebol pode imaginar que isso é “polêmico”, capaz de “agitar” um jogo. Note-se que o próprio Adriano destacou que “não tem nada contra” o zagueiro paranista Ageu. Disse que o Atlético tinha de jogar bola e esquecer o resto. Repetiu que os atleticanos não poderiam ligar para isso.
Alertou que o time não pode entrar na provocação do adversário, sob pena de ser prejudicado por expulsões. Considerar que tais declarações são polêmicas, provocativas ou agitadoras é mero exercício para criar notícia onde não existe.
Marçal Justen Neto
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