29 abr 2003 - 9h35

Opinião: “Coadjuvantes de respeito”

Após a épica vitória frente ao Criciúma, o destaque foi dado a alguns jogadores. O estreante Juliano, o incansável Luciano, o “de sempre” Adriano e também o insinuante Dago e o habilidoso Fernando mereceram o devido destaque. Mas dois jogadores tiveram uma função importantíssima nesta partida.

Ilan anda jogando até não agüentar mais. É nosso único referencial de área, mas está buscando o jogo na intermediária quando esta não chega no ataque. Habilidoso, têm um aproveitamento acima da média dos demais atletas atleticanos nas penalidades máximas. As constantes vaias já não o abalam mais. Joga na sua, tabela, faz o pivô, abre opções aos demais jogadores, e resumindo é o principal artilheiro do Furacão em 2003.

O outro é Kleberson. Talvez tenha sido sua melhor apresentação desde a volta da Copa do Mundo pelo Atlético. Voluntarioso, marcou, correu muito, tabelou com ambos os laterais, cobriu as subidas de Luciano, lançou, inverteu o jogo e tentou vários chutes a gol. Enfim, o Kleberson que todos nós conhecemos e admiramos.

A melhora na produção do “Xaropinho” também demonstra o erro dos antecessores de Vadão no comando atleticano. Kleberson não é, nunca foi e nunca será armador no time. Ele é o melhor “coadjuvante” que um time pode ter. Na Seleção tinha Cafu e Roberto Carlos para serem lançados, Rivaldo e os Ronaldos a sua frente para as tabelas e a proteção do eficiente Gilberto Silva para suas esporádicas subidas ao ataque.

Em 2001 no Atlético, assessorava Alex Mineiro e Kléber e ainda tinha Adriano, Fabiano ou Souza para tabelar consigo. Ele como segundo volante, no futebol brasileiro, só tem a concorrência de Renato do Santos. Jogando com vontade como no último domingo, é insuperável.

Ilan e Kleberson jogaram para o time e não para a torcida nem para a imprensa na última partida. Foram úteis e a contribuição de ambos nos ajudou a conseguir uma improvável vitória de virada. Aos dois, meus cumprimentos.

Juarez Villela Filho
colunas@furacao.com



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