12 maio 2003 - 20h29

Uma conversa franca com Vadão

Na manhã do último sábado, 10 de maio, integrantes da comissão técnica do Atlético convocaram representantes da torcida para um bate-papo no CT do Caju. Estiveram presentes representantes dos sites Furacao.com, e-atletico.com e RubronegroNet e da Torcida Organizada Os Fanáticos.

Representaram o clube o professor Antonio Carlos Gomes, o técnico Oswaldo Alvarez, o auxiliar Gersinho, o preparador de goleiros Ricardo Pinto e o preparador físico Solivan Dalla Valle. Participaram ainda o supervisor Luiz Fernando Cordeiro e Eduardo Requião, responsável pelo marketing.

Dentre os aspectos abordados esteve em pauta a união que a comissão técnica atleticana quer ter com a torcida. Vadão lembrou que este elenco é novo, mas de qualidade, e que todos precisam ter um pouco mais de paciência. A seguir, os principais pontos destacados.

Elenco

Oswaldo Alvarez lembrou que a fase agora é de reformulação. Em momento algum a diretoria teria enganado o treinador. “Vim para o Atlético sabendo que o momento é de mudanças e que a união seria muito importante. A diretoria deixou bem claro que este ano é para equilibrar finanças e montar um grande time para o ano que vem. Mas muitos destes jogadores continuarão conosco. O elenco é muito jovem e de qualidade. Mas os resultados ainda não apareceram”, declarou ele.

A juventude do elenco também foi destacada: “Pegue o caso de um jogador que está sendo bastante cobrado, o Rogério Corrêa. Quando ele jogava ao lado do Gustavo, que é líder e já era experiente dentro do Atlético e do Nem, que possuía uma liderança incontestável, jogava mais solto, mas sabia que tinha alguém que iria gritar com ele. Agora ele é que tem que comandar a defesa e o cara tem só 24 anos”, explicou Vadão.

“O Kleberson, um dos melhores jogadores do atual futebol brasileiro, foi campeão nacional, depois campeão do mundo e tudo isso com o garoto tendo apenas 23 anos. É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo para um homem recém-saído da adolescência. É complicado. Um jogador mais experiente, com anos de clube como o Adriano, que tem 26 anos, é uma pessoa introvertida, mais quieto, é da personalidade dele. O Diego, grande goleiro e líder dentro de campo, acabou de fazer 24 anos. É muita gente jovem que com certeza vai dar uma resposta positiva para o torcedor”, finalizou ele.

Cobranças

Gersinho, auxiliar que acompanha Vadão há alguns anos, destacou que o torcedor atleticano é lembrado e até mesmo invejado por outras torcidas no Brasil inteiro. “Quando passa jogo do Atlético na televisão, há um destaque muito grande para o número espetacular de mulheres e crianças que vão à Arena. E todo mundo canta o hino, todo mundo sabe as músicas. Isso impulsiona o jogador. Vocês não tem idéia da força que vocês têm”, contou o empolgado Gersinho.

Já o preparador físico Solivan Dalla Valle recordou da época que trabalhava no Paraná Clube. “Jogar com esse bafo na nuca na Baixada não é fácil, não. A gente já entrava em campo sabendo que seria muito mais complicado jogar contra o time e contra essa torcida do Atlético”, elogiou Solivan.

Por isso mesmo, o preparador físico frisou que a torcida deve apoiar o time e não inibir a atuação de seus jogadores. “Não concordo quando vocês (Os Fanáticos) gritam o nome de apenas alguns jogadores. Os demais entram em campo, já achando que serão vaiados e por vezes não tentam um lance mais agudo com medo de errar”, disse ele, dando o recado a Juliano Suke, vice-presidente da Fanáticos.

Marcação cerrada

Outro tema levantado foi a questão das já famosas “saídas na noite curitibana” de alguns jogadores. Os torcedores presentes confirmaram que já viram muitos jogadores do atual elenco em casas noturnas da cidade. Vadão ressaltou que isso acontece em qualquer time, seja no São Paulo, Corinthians, Vasco ou em time pequeno do interior. De acordo com ele, o jogador é um ser humano que tem direito a ter sua diversão nas horas de folga e fazer o que bem entende, desde que não cometa excessos. Lembrou inclusive que o Furacão tem entrado em regime de concentração dois dias antes dos jogos, para evitar qualquer tipo de problema.

Suke rebateu que ninguém é contra o jogador sair na noite. Porém, disse que a torcida não tolera atitudes como a de alguns atletas que ficam a noite toda na farra e depois não conseguem apresentar um futebol convincente em campo. Lembrou também do episódio com o lateral-direito Alessandro, que após ter sido hostilizado pela torcida que foi até Florianópolis ver a derrota diante do Figueirense, fez gestos obscenos para a torcida.

A comissão técnica empenhou sua palavra em conscientizar os atletas da importância de sua profissão, de como milhares de pessoas dão a vida pelo clube e como uma declaração infeliz de algum atleta pode resultar em um enorme mal-entendido.

Torcida

Os integrantes da comissão técnica atleticana também chamaram a atenção da torcida. Se há os que apóiam incondicionalmente o time, há também os que vão apenas para vaiar e no primeiro passe errado de algum jogador, já começam as vaiar e a xingar.

Solicitou-se uma conscientização da torcida, mostrando que este elenco tem qualidade e que é de suma importância a participação positiva do torcedor nos jogos na Baixada. O time não é, não foi e nem nunca será imbatível, mas com a força da torcida dificulta o adversário.

“Em casa, temos que fazer a diferença. Quando cai aqui, tem que morrer. Caiu na Baixada, são três pontos para nós e ponto final”, afirmou Oswaldo Alvarez, colocando um ponto final no bate-papo com os torcedores.

A Furacao.com esteve representada por Juarez Villela Filho, autor da reportagem acima.



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