20 maio 2003 - 0h01

O Flamengo que se cuide

O verão de 1991 foi diferente para o Atlético. No dia 03 de fevereiro o Furacão estreava no Campeonato Brasileiro depois de amargar a temporada anterior na segunda divisão. O clube era dirigido pelo experiente Procópio Cardoso e tinha jogadores como Rafael, Batista, Odemílson, André, Éder Aleixo, Carlinhos (foto) e Tico. O adversário era o poderoso Flamengo do técnico Luxemburgo e com craques como Zé Carlos, Júnior Baiano, Charles Guerreiro, Marcelinho, Zinho e Júnior.

E a volta à divisão especial não poderia ser melhor. O Atlético venceu o time carioca por 3-0 e dominou as primeiras rodadas daquele ano. Depois da metade do campeonato o elenco não foi o mesmo e quase foi rebaixado.

A partida no estádio Pinheirão começou quente dentro e fora de campo. Nas quatro linhas o rubro-negro paranaense não conseguia impôr um bom futebol porque era parado ou na zaga do Flamengo ou no apito do árbitro Hilton José da Costa.

Num escanteio, o zagueiro atleticano Batista cabeceou sozinho e marcou. O árbitro anulou a jogada sinalizando falta no goleiro Zé Carlos. Dois minutos mais tarde, Carlinhos foi derrubado dentro da área. Pênalti não marcado e revolta dos 13.678 atleticanos que estavam no estádio. O primeiro tempo terminou empatado em 0-0.

Na segunda etapa o Furacão foi arrasador. Logo aos dois minutos o Atlético fazia justiça no placar. Junior Baiano falhou no lance, Carlinhos tocou para André chutar duas vezes e marcar o primeiro do Atlético.

A temperatura começou a baixar e o futebol do Flamengo também. Aos cinco minutos Carlinhos Sabiá fazia o segundo. André retribuiu o lance anterior e deixou Carlinhos livre: 2-0 para o Atlético.

O clube paranaense seguiu com total domínio da partida. André e Carlinhos faziam boas jogadas e Tico seguia infernizando a zaga carioca. O Flamengo não levava nenhum perigo à meta de Rafael.

Com o clima esfriando naquela tarde de domingo, não demorou muito para começar a chover. E uma simples garoa transformou-se em temporal. Após os 35′ do segundo tempo o Pinheirão não tinha mais condições de jogo. Até as cabines do estádio da Federação Paranaense ficaram alagadas.

No gramado ensopado foram poucas as chances de gol para ambos os lados. A bola quase não saiu do meio-campo e os times já pareciam satisfeitos com o resultado. Até que faltando cinco minutos para encerrar o tempo regulamentar, o meio campo Ratinho, que entrou no lugar de Carlinhos, recebeu livre na área. Zé Carlos não teve outra opção se não marcar a penalidade máxima.

Tico foi para a cobrança e marcou o terceiro gol atleticano. Lombardi Júnior, saudoso locutor da Rádio Clube Paranaense, narrou assim o lance: “Agora 41 minutos passados, tempo final de partida, dois a zero para o Atlético. O árbitro vai conversar com o Tico. Não vá na conversa dele não, Tico. Coloque o coração no bico da chuteira. Converse com ela. Vê se ela deita na rede. Autorizado, correu, disparou… A-TLÉ-TI-CÔÔÔ…”

Placar final da partida, 3-0. E estava mantida a escrita de 17 anos sem perder para o Flamengo em Curitiba. No próximo domingo vamos prolongar essa série por mais um ano. O Atlético precisa da sua torcida nas arquibancadas. Compareça à Arena da Baixada e apóie o Furacão.



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