22/05/1994: inauguração da Baixada
22 de maio de 1994 foi o último dia em que a torcida do Atlético suportou o estádio Pinheirão. Após sete anos, onze meses e oito dias longe de casa, o rubro-negro finalmente voltaria a ‘morar’ no Água Verde. Três anos após a reinauguração da Baixada, o Atlético resolveu, de novo, demolir o antigo Joaquim Américo e construir a Arena da Baixada, estádio mais moderno da América Latina.
Hoje, quase um década depois, voltamos a 1994. O sábado amanheceu ensolarado na capital paranaense. Quem passasse pelos bairros de Curitiba já poderia notar que a cidade se enfeitara para receber de braços abertos o mais novo campo de futebol do Atlético.
Sem ganhar nenhum título desde 1990, o Furacão possuía – e ainda possui – a torcida mais apaixonada do Estado. Prova disso foram as enormes filas para compra de ingresso da reinauguração da Baixada. O adversário seria o Flamengo, das estrelas Nélio, Valdeir e Sávio. O Atlético era um time limitado, que tinha João Carlos Cavalo como principal candidato a ídolo da torcida. É claro que ele e o outos não empolgavam, mas o torcedor se enganava na esperança de que, alguma hora, um raio caísse na cabeça daquele elenco e transformasse os atletas em jogadores de seleção. O raio nunca caiu…
Mesmo assim, a torcida foi confiante, naquele domingo, para a novíssima Baixada. Não importava quem estava vestindo a camisa do Atlético; importava, sim, ver de novo o velho pinheiro no gol dos fundos, a curva da laranja e as cadeiras apelidadas de Farinhacão (uma homenagem ao presidente José Carlos Farinhaque, que reconstruiu o estádio e o entregou para Hussein Zraik inaugurar).
Uma hora e meia antes do jogo começar, centenas de crianças vestindo o manto vermelho e preto paranaense desfilavam pelo gramado cantando o hino do Furacão. O cenário já estava pronto.
O Atlético com o tradicional rubro-negro e o Flamengo vestindo o uniforme número dois começavam a duelar pelo troféu “Volta à Baixada”. No primeiro tempo foram poucas as chances de gol. O Atlético, apático, ainda não tinha encarnado o espírito do novo estádio.
Nem mesmo João Carlos Cavalo, que durante toda a semana havia prometido um gol, cumpriu a promessa. E chance foi que não faltou: Cavalo perdeu um pênalti logo na inauguração. O lateral Antônio César puxou o contra-ataque e foi derrubado por Henrique dentro da área. João Carlos tomou pouca distância e, convicto que marcaria, chutou fraco para a defesa de Adriano.
No segundo tempo, Zequinha fez uma mexida geral e colocou em campo Serginho, Almir, Ricardo Blumenau e Willian. O ataque ficou mais veloz e o Furacão começou a pressionar.
Aos 42′, veio o gol da vitória. O ilustre desconhecido Ricardo Blumenau recebeu o cruzamento da direita e completou para fazer um de seus únicos gols e talvez o mais importante da carreira como profissional. Nunca mais se ouviu falar no atacante, que fez sua estréia no Atlético naquele jogo.
Placar final da partida, 1 a 0. E estava mantida a escrita de 20 anos sem perder para o Flamengo em Curitiba.
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