“Eu sou o Lucas, Clemer!”
A expectativa era grande. Seria o primeiro jogo oficial após a reabertura da Baixada, agora Arena. Início de Brasileirão e lá vinha o campeão carioca, o glorioso Flamengo, jogar contra o Atlético em sua nova casa.
Dois dias antes da partida, praticamente todos os ingressos haviam sido vendidos. Da noite de sexta até a tarde de sábado, momentos antes de começar a partida, cambistas vendiam por R$50 os ingressos que haviam custado R$10 nas bilheterias. Mais de uma hora antes do prélio e o Caldeirão já estava lotado!
A magia do estádio cheio incendiou os jogadores atleticanos que partiram com tudo pra cima do Mengo. Após várias chances desperdiçadas e uma bela jogada de Alberto pela direita, é marcado pênalti para o Atlético, aos 31 minutos da primeira etapa. Kléber prepara-se para a cobrança. Justo ele que em pouco mais de quatro meses no clube já havia perdido duas penalidades, inclusive uma na semifinal do Paranaense contra o Coritiba. Bateu e fez: Atlético 1 a 0 no Flamengo.
Veio a segunda etapa e com ela a resposta do artilheiro. Durante a semana a equipe do Globo Esporte perguntara ao goleiro Clemer se ele temia o jovem Lucas, artilheiro do Furacão: “Lucas, que Lucas? Não conheço nenhum Lucas!“, foi a resposta dele, o que bastou para despertar a motivação no atacante rubro-negro.
O 9 atleticano foi às redes e depois às câmeras de tv atrás do gol para identificar-se: “Eu sou o Lucas!“, com aquele sorriso moleque. O jogo pegou fogo e, com substituições ousadas, o Mengo partiu pra cima e diminuiu com o baixinho Romário. A partida ficou perigosa para o Atlético e Vadão resolveu mexer no time. Sacou o cansado Kléber, aos 38 do segundo tempo e colocou o garoto Kleberson, que fez um belo gol aos 44.
Início de festa na Baixada. Tanta festa que poucos chegaram a reparar que, na saída de bola, Fábio Baiano diminuiu novamente. Mas não havia tempo para mais nada. Fim de jogo, Atlético 3 a 2 Flamengo e a nação atleticana comemorou daquele jeito que só ela sabe fazer.
Naquela tarde de sábado, a alma atleticana saiu lavada com a primeira vitória oficial em casa, o Furacão manteve a escrita de não perder para o Flamengo em Curitiba desde 1974 em jogos oficiais e Clêmer conheceu quem era o Lucas.
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