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26 maio 2003 - 0h16

Respeito: esse é o nosso jogo

É impossível não se sentir bem na Arena da Baixada. Só mesmo sendo torcedor do time de Hitler. E “eles” só sentem-se mal porque o cotovelo começa a doer muito quando vão até nosso estádio, não pelas instalações.

Logo na chegada ao número 1370 da Rua Buenos Aires, percebemos que esse é um lugar diferente. Ao invés de reboco e tijolos à mostra, goteiras e construção inacabada, como em todos os outros estádios do Brasil, vemos um imponente edifício pastilhado em vermelho com janelas em vidro fumê e detalhes em preto. No alto da construção, o distintivo do Clube Atlético Paranaense. No térreo, temos a Arena Store, uma boutique mais bonita e variada do que muita loja de madame. Seguindo alguns passos, chegamos até as bilheterias, que têm uma janela ampla, não um buraquinho com uma gradinha de cadeia, e podemos ver quem está dentro vendendo o ingresso e essa pessoa está num ambiente claro e arejado, não fétido e escuro. Subindo as amplas escadas, com opção para a esquerda ou para a direita, chegamos em um amplo salão, com um largo vão de entrada. Ali já dá para ver os seguranças particulares e a polícia. Esta última, sente à sua volta um ambiente civilizado e, contagiada por este clima, trata a todos com educação, como não faria em outros estádios.

Vamos entar. Pegamos o ingresso e colocamos como ele estiver nas eficientes catracas, sem ter que escutar de uma pessoa grosseira e despreparada a irritante frase: “tarja preta pra cima!”. Andando pelos corredores de granito, logos vemos placas indicativas mostrando onde fica cada lugar. Deu vontade de tirar água do joelho. Chegando no banheiro, incrível! Privadas chumbadas no chão, com cabines para privacidade, mictório e pias com torneiras acionadas com uma leve pressão dos dedos. Antes de ir para a arquibancada, dá vontade de beber uma cerveja. Chegamos no balcão. O atendente pergunta: Kaiser? Skol? Antartica? Bohemia? Miller? Bom, pensando bem, eu queria mesmo é um chope. Novamente o atendente: claro ou escuro? Se tiver criança junto ela pode ir para a arquibancada com uma deliciosa Fanta uva, citrus, morango, maçã, ou laranja.

Bem instalados, começamos a ver o jogo nas espaçosas arquibancadas. Numa mostra de bom senso, todas as bandeiras com mastro foram proibidas e ninguém precisa entrar em conflito com alguém dizendo: “abaixa a bandeira, pô!”. O jogo já está rolando. O Alessandro dá um pique, e cruza a bola, Ilan cabeceia e o goleiro defende. Na volta para a defesa, podemos ver até a espinha nova que o nosso lateral ostenta na face, de tão próximos que ficamos do espetáculo. Deu o imtervalo. Fome. O que escolher: pizza? Espetinhos de mignon, calabresa ou frango? Pipoca? Pastel? Coxinha, risoles, empadinha? Carne-de-onça? X-salada, pernil com verde? Ou um prosaico amendoim? Escolho o sanduíche de carne-de-onça do São Dubão, no 2º andar. O jogo termina e feliz com a vitória fico mais um pouco dentro da Arena. Não tenho vontade de ir embora. Dou um rolê com meus amigos e observo o Caldeirão depois de ter fervido. Está ainda mais bonito. Vou para casa (ou não), com o sentimento de ter estado em um lugar à frente do nosso tempo. Este foi um dia na Arena da Baixada.

Desde 1999 nós já cumprimos o estatuto do torcedor: respeito ao cidadão, mulheres e crianças de todas as idades assistindo os jogos em ambiente familiar. Tão familiar que vemos velhinhas de 70 anos mandando os “coxas” tomarem “naquele” lugar. Por isso não entendo por que o nosso presidente Petráglia apoiou um movimento retrógrado como a paralisação do campeonato. A nova lei, talvez, tenha interpretações confusas, como a que dificulta saber qual a diferença em assumir a responsabilidade e assumir a culpa sobre o que acontecer com o torcedor fora do estádio. Mas daí a querer parar o campeonato? Pô Petraglia, você deu chance para a imprensa de fundo de quintal do Paraná começar a falar, é só ler a Gazeta, que aproveitou a oportunidade para nos achincalhar.

Não sei quais foram as suas intenções, podem até ter sido boas, mas mancharam ou pouquinho a reputação do Atlético como clube de ponta que é. Nós já cumprimos o estatuto há 4 anos. E era isso que nós deveríamos mostrar para o Brasil, e não endossar uma atitude que colabora para tirar ainda mais a credibilidade dos dirigentes brasileiros; colocar você, presidente Petraglia em pé de igualdade com Euricos da vida e aumentar ainda mais a balbúrdia no país do futebol. Ainda bem que não existe mais paralisação e domingo, com transmissão aberta para todo o Brasil, poderemos mostrar o que é a organização e o respeito ao torcedor que se pratica no Clube Atlético dos Paranaenses.

Saudações Rubro-Negras aos torcedores do melhor e mais organizado clube de futebol do País.



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