Paixão?
“Não deixem, nunca, meu Atlético morrer!” – Joffre Cabral e Silva
Começo com a frase de um grande Atleticano.
Para aqueles mais jovens eu explico: Joffre Cabral e Silva foi presidente do Atlético em 1968. Morreu de um infarto fulminante na arquibancada do VGD em Londrina, quando o Atlético perdia uma partida importante do Campeonato Paranaense.
Morreu de PAIXÃO.
Pensei muito antes de escrever. Aliás, muito mesmo, pois além de não achar conveniente me expressar quando estou chateado, depois de meu ultimo texto havia prometido que jamais voltaria a participar do “Fala, Atleticano”. Nada contra o site nem contra este inteligente espaço de manifestação da torcida, mas é que eu me auto-critiquei e fiquei com medo de não estar ajudando ao Atlético.
Mas, confesso, não agüentei. Queria repartir com vocês um pouco da minha angústia. Afinal, companheiro é para isso mesmo e eu moro fora do Brasil. É duro, gente, vocês não sabem quanto.
Não pensem que é por ter perdido o jogo contra os coxas, até porque quem acompanha a coluna já sabe que eu tenho sempre me mantido muito desconfiado das pseudo conquistas que estão sendo empurradas goela abaixo da torcida de uns tempos para cá.
Empresa é empresa, clube de futebol no Brasil é clube de futebol no Brasil. Algúem já disse “empresa não tem coração”. Provavelmente muitos dos amigos Atleticanos já ouviram isto de seus chefes ou já falaram para seus colaboradores e parceiros de negócios.
Resta saber o que desejamos para o Atlético: a frieza de uma lucrativa empresa ou o calor de uma Instituição unida àqueles apaixonados por ela? Será possível compatibilizar as finanças do Atlético com a paixão Rubro Negra?
Confesso que não sei e por isso repito que não quero crucificar os diretores atuais.
O que eu sei é que seria maravilhoso voltar a ver o Atlético com corpo e alma, juntos novamente.
Parece que vendemos o almoço para poder jantar. Temos estádio, CT, título de Campeão Brasileiro e perdemos o tesão. A torcida mudou, o time em campo perdeu a mística da camisa. Os jogadores parecem descompromissados.
Salário x obrigações e pronto! Nem fingem mais.
Eu pude ver isso quando estive em Curitiba e assisti a alguns jogos na Baixada (me recuso a chamar de Arena).
Parece que o grande desafio desta diretoria e de todos nós atleticanos é nos unirmos novamente em um só corpo para aí sim mostrar ao mundo o que nós já sabemos.
SER ATLETICANO, MAIS QUE UMA ESCOLHA, É UMA BENÇÃO.
Eu, daqui de longe só quero – E MUITO – ajudar.
Vamos em frente!! Que venha o Santos!!