Atlético sem raça
Deixei meus comentários para o meio da semana por uma única razão: desejava que a poeira do clássico baixasse e todos pudessem raciocinar com alguma frieza.
O Atlético que tenho visto em campo, não obstante a estrelinha amarela de Campeão Brasileiro estampada na camisa, não é nem sombra daquele Atlético de outros tempos, que não tremia diante das adversidades, que lutava até o apito final em busca da vitória, que se desdobrava em raça, em determinação e em amor à camisa…
Será que o novo Atlético esqueceu essas coisas? De como se joga sem tremer diante de um adversário, especialmente quando esse adversário é o…eu não vou dizer o nome, porque proferir palavrões é feio…aquela coisa verde, vocês entendem o que eu digo. Houve um tempo em que eles eram os tais, haviam vencido aquele brasileiro de 85 (confesso que não sei como, pois foi o único campeão nacional com saldo de gols negativo) mas não levavam uma com o rubro-negro. Perderam até o jogo de entrega das faixas, porque verde é verde, vocês sabem bem o que eu quer dizer: queriam o jogo de entrega das faixas com o Atlético para vencer e depois dizer: ganhamos o Brasileiro e o nosso maior rival nos entregou as faixas, em uma noite memorável, em que foi vergonhosamente derrotado lá dentro do Couto Nojeira. Mas não foi assim. O verde literalmente caiu, pois seus jogadores tiveram de simular contusões para que o time saísse de campo por falta de atletas e não sofresse estrondosa goleada. Houve brigas, expulsões, o Rafael perdeu completamente a cabeça, enfim, aquela vergonha que só o c…ops, só o verde sabe fazer.
Até 1999, confesso que ainda havia algum equilíbrio emocional do Atlético em Atletibas. Mas hoje, meus amigos, a coisa complica demais. Todos os nossos jogadores desaparecem. A defesa falha, visivelmente atordoada com o impacto da partida, mesmo diante de um ataque que não é grande coisa. O meio-campo perde a capacidade de criar e nivela-se em nível técnico com os volantes trombadores do verde-vômito. O ataque sente dificuldades em vencer uma defesa em que o maior expoente é o nosso velho refugo Edinho Baiano. Ah, o time estava incompleto. Mesmo que jogassem Kleberson, Adriano e Dagoberto, a derrota teria ocorrido, pois esses três costumam amarelar em clássicos e sempre jogam muito mal lá no Couto Sujeira.
É importante que descrubamos o que vem ocorrendo com a cabeça da moçada, pois já viramos fregueses de um timinho que não é superior ao nosso, apenas mais truculento, mais catimbeiro e mais oportunista.
A mesma dificuldade que o time encontra nos clássicos, também vem encontrando em jogos fora de casa, quando invariavelmente traz uma derrota para Curitiba.
Presidente Petraglia, é hora de abrir o olho. Esse é o caminho mais curto para a segundona, que Deus nos livre disso. Contrata, homem de Deus, traz gente melhor, que vista a camisa, que tenha raça, que tenha pegada. Se não encontrar no Brasil, procura no Uruguai, na Argentina ou no Paraguai, porque lá eles sabem jogar com garra e determinação. Mas não permita que indivíduos claudicantes, sem vontade, sem amor à camisa e sem o sonho de vencer vistam a rubro negra. O senhor deveria ser o primeiro a saber que ela só se veste com amor.